quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

VOCÊ PREFERE A REALIDADE DO NATURAL OU A ILUSÃO DO ARTIFICIAL?

"...mudaram o modo natural...contrário a natureza;"
Paulo, ensinando que rejeitar a natureza é pecar contra Deus e o próximo

Hoje reencontrei certa pessoa que havia algum tempo que não via, talvez até mais de um ano. Ela já é uma senhora de certa idade avançada, avó, com netos já adolescentes. O reencontro seria comum exceto por um motivo: havia uma mudança física nela muito aparente e impossível de não se notar. Ela fez cirurgia plástica reparadora na face, aquele tipo de esticamento tão comum que as pessoas mais velhas fazem, para esconderem as rugas e diminuírem esses impactos da velhice na aparência. Talvez ela tenha usado botox, mas não sei exatamente o produto e procedimento feito. Contudo, percebi o resultado. E, infelizmente, é claro que, embora as rugas tenham diminuído significativamente e a aparência da face tenha se rejuvenescido pelo alisamento da pele, um problema se instalou: a diminuição das expressões faciais. Como é comum em praticamente todos esses procedimentos - mesmo aqueles feitos pelos mais habilidosos cirurgiões - as rugas sumiram, mas levaram as expressões faciais junto com elas. Me assustei ao reparar que a pele de seu rosto quase não se mexe mais enquanto ela fala, ouve e reage ao que vê e escuta, o que é comum a qualquer rosto humano saudável. Se você ouve algo engraçado, abre um sorriso; se escuta uma tragédia, fecha o semblante; se não compreende o que foi dito, franze a testa como sómbolo de uma interrogação interior; enfim, são muitas e variadas as expressões faciais que fazem parte da comunicação natural nossa. Porém, percebi que ela perdeu-as tornando-se em uma pessoa com semblante quase indecifrável, pois eu mesmo tive dificuldades de entender a realidade de suas reações ás minhas falas, visto que os músculos da face quase nãose moviam. Então, tive de prestar a atenção em outros elementos comunicadores de significado como as palavras e expressões e o tom de voz por exemplo.

Depois desse encontro, comentei com uma outra pessoa que também participou da conversa: "Ela perdeu as rugas, mas também a expressão facial. Prefiro continuar com rugas e manter a expressão natural do rosto".

Sim, prefiro isso porque é natural envelhecer, enfraquecer, enrugar, enfim, é a manifestação da natureza.

Muitos de nós têm pago alto preço por estar escolhendo sempre o que é artificial em detrimento daquilo que é natural. Aliás, todas as vezes que rejeitamos o natural e abraçamos o artificial saiba: estamos plantando uma semente de morte em nossa existência terrena. Quanto mais natural formos, mais vida real experimentaremos; quando mais artificial nos tornarmos, mais morte e engano colheremos!

Acontece que estamos viciados no que é artificial.
Sim, estamos entorpecidos todos os dias por pessoas, objetos, atividades, lugares, enfim, tudo que é de uma forma ou outra artificial. Somos seres cada dia mais descartáveis, mais fracos, mais traumatizados com tudo, mais frescos, mais folgados, preguiçosos, chatos, insuportáveis, visto que quem se entrega a artificialidade constante torna-se um ente ameba ambulante. Nunguém aguenta!

Só Deus suporta porque sua misericórdia é diária!
Mas a mãe, o pai, o filho, o namorado, a esposa, o chefe, o amigo, o companheiro de trabalho, as pessoas próximas menos artificiais não aguentam esse tipo.

E o problema maior é que não se trata de apenas um "tipo" de pessoa, mas de uma grande massa que cada dia mais vai se artificializando e se desnaturalizando.

Quanto mais natural somos, mais vida adquirimos e quanto mais artificiais nos tornarmos mais morte se instalará em nossa alma!

Você prefere a natureza do que é vida ou a artificialidade do que é morte?
Você têm resistido ás ofertas exageradas do capricho ou tem se tornado um ser naturalmente resistente que se preocupa apenas com a essencialidade da vida?
Você prefere uma vida com expressão e rugas ou sem expressão e sem rugas?
Você é um ser plastificado por essa geração descartável que nos cerca?

Quanto mais natural formos mais perto de Deus estaremos e quanto mais artificial nos transformarmos mais distante da vontade dele nos colocaremos.

Thiago.

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