quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O JARDIM DA ALMA HUMANA

"Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus..."
Davi, conversando consigo mesmo diante de Deus para descobrir os mistérios de sua própria alma

Ontem, enquanto eu cuidava do pequeno jardim que plantei há poucas semanas - jardim esse que as vezes chamo apenas de "canteiro" de flores, visto que el é mesmo apenas um canteiro - comecei a pensar na semelhança entre o cuidado delicado que plantas e flores exigem com o mesmo cuidado sensível que precisa a alma humana.

Sim, a alma humana é um jardim delicado que precisa ser cuidado com muita sabedoria, paciência e atenção.

Precisei dessa sabedoria, paciência e atenção enquanto tirava com as mãos, uma por uma, as mudas de mato que cresciam juntas com as flores. Eu só plantei flores e plantas que as sustentam, mas os matos apareceram intrusamente, sem serem plantados, queridos, chamados a vida ou desejados. Lembrei até de uma parábola conhecida que Jesus contou sobre a natureza e ceifa de todos os filhos dos homens na consumação do século: a do joio e do trigo. Aqueles matos poderiam muito bem serem chamados de "joios" que nasceram e cresceram contra a minha vontade, apenas para me dar trabalho e atrapalhar o crescimento das plantas e flores, que, por sua vez, podem ser chamadas de "trigo". Levei tanto a sério a comparação que esperei ambos crescerem para só depois com mais precisão arrancar os matos correndo menos risco de sacrificar alguma planta ou flor plantada com alegria por mim. Transferi aquele princípio da parábola que Jesus chamou de "espera até o crescimento", para que na ânsia de arrancar o joio, o agricultor também não cometesse o engano de matar o trigo junto.

Daí comecei a viajar no significado do que é a alma humana, suas doenças e intrincamentos.

Ela é um belo jardim plantado pelo criador, mas foi corrompida por diversas ervas daninhas, joios, matos, venenos, tornando-se então, um jardim comprometido que precisa do toque e trabalho das mãos de um agricultor sábio, paciente, amoroso e perseverante.

São muitos os joios que nela nascem, crescem e se desenvolvem.
Muitos mesmo. E se não houver uma intervenção divina através de instrumentos humanos sabiamente preparados, há de ser perder a saúde e beleza do jardim todo, pois os venenos são mortais, paralisantes, entorpecedores, fatais, terríveis.

As almas de todos os homens são assim!

A minha é e a sua também!

Então, a pergunta a ser respondida por nós é a seguinte:

SERÁ QUE TEMOS PERMITIDO QUE O GRANDE AGRICULTOR MEXA E TOQUE COM SUAS MÃOS CURADORAS NA TERRA E BROTOS DE NOSSA ALMA?

SERÁ QUE TEMOS RESPONDIDO "SIM" A PERGUNTA SIMPLES PORÉM DESCONCERTANTE DE JESUS A NÓS SEMPRE COMO FAZIA NO PASSADO POR AQUI?

AQUELA PERGUNTA PEQUENA, MAS PODEROSA: "Queres ser curado?"

QUERES SER CURADO?
QUERES SER TOCADO?
QUERES SER MEXIDO?
TENS DISPOSIÇÃO PARA A DOR QUE CURA?
ACEITAS EXPOSIÇÃO SE NECESSÁRIO FÔR?
TENS CORAGEM DE ABRIR O SEU INTERIOR TODO?

O Senhor é o jardineiro que trabalha todos os dias na alma daqueles que se abrem para ele.
Mas só para quem quiser visto que ele não é ladrão que pula a janela, nem bandido que arromba a porta, nem aquele que abre pelo lado de fora pois o poder de abrir, nesse caso, está nas mãos de quem tem a chave e pode fazê-lo do lado de dentro.

"Eis que estou a porta e bato...se alguém abrir"
"Todo ramo que dá fruto, podo, para frutificar mais ainda..."

Você quer ser curado dia a dia pela Palavra e o Espírito do Senhor ou prefere que seu jardim interior torne-se apenas um matagal horrível que sufoca você para sempre?

Espero que estejamos abertos para o mexer do semeador em nossas almas.

THiago.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A GRANDE CAUSA DO DIVÓRCIO

"Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher;"
Jesus, respondendo a alguns fariseus que o experimentavam acerca dos motivos justos para divorciar-se

Ontem a noite, liguei a TV e comecei a assistir um programa chamado "Vejam só", do canal RIT, aquele canal evangélico que pertence ao missionário R.R.Soares, da denominação neopentecostal "Igreja Internacional da Graça de Deus". Esse programa, que geralmente é de entrevista acerca de temas pré-estabelecidos e considerados interessantes, ontem, propôs a seguinte questão como tema:

"A culpa por um terço dos divórcios está nas redes sociais. 
O que fazer a respeito?"

Tal tema me chamou atenção logo de cara visto que ele - o tema - ou pelo menos a maneira pela qual ele foi redigido, é em si, muito infantil e imaturo, visto que, culpar um fenômeno da internet pelos divórcios ocorridos constantemente na sociedade é, no mínimo, não compreender nem as relações humanas quanto menos os princípios da Palavra acerca do assunto.

É óbvio que as culpas pela separações não são nem das redes sociais, nem da internet, nem da televisão, nem de qualquer outra tecnologia ou objeto a ser nomeado como responsável por esses fracassos humanos.
A culpa por todos os divórcios é - com certeza segundo Jesus - dos divorciados, dos homens e das mulheres envolvidos. Geralmente a culpa é dupla visto que ninguém se separa de um cônjuge perfeito que não cometeu algum erro ou se omitiu de alguma forma. Ás vezes pode-se até dizer que certa pessoa é MAIS culpada que outra, mas mesmo assim esse é um diagnóstico difícil de ser feito e um grande risco a ser corrido por qualquer um de nós que não conheça bem os implicados e a intimidade da relação.

Qual é, então, a grande causa dos divórcios?

Jesus ensina que o grande motivo das separações é a dureza dos corações humanos!
Sim, essa é a grande causa de todos os divórcios, independentemente dos motivos concretos e reais alegados por ambas as partes.

Essa é a raiz da questão.

Só nos separamos porque somos duros de coração, pois, obviamente, se fôssemos quebrantados, amolecidos, humildes, perdoadores, nunca nenhum casal se separaria. Portanto, como sempre ensinou Jesus, as causas e origens de tal tragédia nunca está fora de nós - em nada nem em ninguém - mas sempre dentro de nós, seja do pecador ativo que transgrediu contra o cônjuge ou o pecador passivo que não perdoou por exemplo, porventura, o arrependimento do outro quando este foi sincero.

A dureza de nosso coração se manifesta muito na hora da separação. Muita coisa vem a tona. O silêncio é rompido. Muito lixo é colocado para fora visto que ambos - ou pelo menos um - sempre pensa que não tem mais nada a perder, pois para ele já perdeu tudo, separando-se. A separação acontece porque não há conversão de um ao outro, porque ambos permanecem duros, não cedem, não perdem, não abrem mão, não se humilham, não reconhecem seus erros, etc.

Deus diz a Jeremias, o profeta, que a palavra dele é como martelo que esmiuça a penha, referindo-se a maneira como a palavra age por meio de um processo para quebrar a dureza de nosso coração. Assim, nós percebemos que somos duros demais e só uma intervenção divina drástica e constante pode nos transformar, caso contrário, mesmo que nunca nos separemos no papel, viveremos não apenas um casamento como também uma vida infeliz e miserável fundamentada apenas em aparências.

Não é a incompatibilidade de gênios que gera divórcio.
Nem uma crise financeira.
Nem a rotina, o desemprego, ou a dificuldade em criar os filhos.
Sequer o adultério sozinho consegue destruir uma relação.
Essas e outras são manifestações visíveis de um mal invisível instalado no coração tanto de quem pratica quanto de quem em havendo quebrantamento do praticante, não perdoa.

Dois corações amolecidos pelo óleo do amor de Deus nunca se separam.
Dois seres humanos humildes e quebrantados diante de Deus vivem juntos e felizes custe o que custar até que a morte os separe, com prazer, embora também com todas as dores inescapáveis da existência terrena.

Você é solteiro e pretende se casar?
Então, saiba, já agora, peça para Deus quebrantar-lhe antes, pois isso será necessário no futuro.
É casado e pensa em separar-se?
Pense bem e procure saber se esse é mesmo o mal menor, visto que nesse caso não há MELHOR a ser escolhido, mas apenas o que é MENOS MAL para ambos e filhos se houver.
Está separado?
Tenha mais cuidado ainda, pois você já sabe o que é tanto o casamento quanto a separação e, com certeza, embora possa querer provar de novo o primeiro, não quer de novo experimentar o gosto amargo do segundo.

Se todos nós internalizarmos essa verdade e nos convertermos ao amor que amolece corações, com certeza, as separações diminuirão muito, bem como os casamentos mantidos infelizes por causa da obrigação de manter as aparências diante da opinião alheia.

Esse é um caminho para vencer o fantasma real do divórcio em nossas vidas.

Que Deus nos ajude.

Thiago.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

VOCÊ PREFERE A REALIDADE DO NATURAL OU A ILUSÃO DO ARTIFICIAL?

"...mudaram o modo natural...contrário a natureza;"
Paulo, ensinando que rejeitar a natureza é pecar contra Deus e o próximo

Hoje reencontrei certa pessoa que havia algum tempo que não via, talvez até mais de um ano. Ela já é uma senhora de certa idade avançada, avó, com netos já adolescentes. O reencontro seria comum exceto por um motivo: havia uma mudança física nela muito aparente e impossível de não se notar. Ela fez cirurgia plástica reparadora na face, aquele tipo de esticamento tão comum que as pessoas mais velhas fazem, para esconderem as rugas e diminuírem esses impactos da velhice na aparência. Talvez ela tenha usado botox, mas não sei exatamente o produto e procedimento feito. Contudo, percebi o resultado. E, infelizmente, é claro que, embora as rugas tenham diminuído significativamente e a aparência da face tenha se rejuvenescido pelo alisamento da pele, um problema se instalou: a diminuição das expressões faciais. Como é comum em praticamente todos esses procedimentos - mesmo aqueles feitos pelos mais habilidosos cirurgiões - as rugas sumiram, mas levaram as expressões faciais junto com elas. Me assustei ao reparar que a pele de seu rosto quase não se mexe mais enquanto ela fala, ouve e reage ao que vê e escuta, o que é comum a qualquer rosto humano saudável. Se você ouve algo engraçado, abre um sorriso; se escuta uma tragédia, fecha o semblante; se não compreende o que foi dito, franze a testa como sómbolo de uma interrogação interior; enfim, são muitas e variadas as expressões faciais que fazem parte da comunicação natural nossa. Porém, percebi que ela perdeu-as tornando-se em uma pessoa com semblante quase indecifrável, pois eu mesmo tive dificuldades de entender a realidade de suas reações ás minhas falas, visto que os músculos da face quase nãose moviam. Então, tive de prestar a atenção em outros elementos comunicadores de significado como as palavras e expressões e o tom de voz por exemplo.

Depois desse encontro, comentei com uma outra pessoa que também participou da conversa: "Ela perdeu as rugas, mas também a expressão facial. Prefiro continuar com rugas e manter a expressão natural do rosto".

Sim, prefiro isso porque é natural envelhecer, enfraquecer, enrugar, enfim, é a manifestação da natureza.

Muitos de nós têm pago alto preço por estar escolhendo sempre o que é artificial em detrimento daquilo que é natural. Aliás, todas as vezes que rejeitamos o natural e abraçamos o artificial saiba: estamos plantando uma semente de morte em nossa existência terrena. Quanto mais natural formos, mais vida real experimentaremos; quando mais artificial nos tornarmos, mais morte e engano colheremos!

Acontece que estamos viciados no que é artificial.
Sim, estamos entorpecidos todos os dias por pessoas, objetos, atividades, lugares, enfim, tudo que é de uma forma ou outra artificial. Somos seres cada dia mais descartáveis, mais fracos, mais traumatizados com tudo, mais frescos, mais folgados, preguiçosos, chatos, insuportáveis, visto que quem se entrega a artificialidade constante torna-se um ente ameba ambulante. Nunguém aguenta!

Só Deus suporta porque sua misericórdia é diária!
Mas a mãe, o pai, o filho, o namorado, a esposa, o chefe, o amigo, o companheiro de trabalho, as pessoas próximas menos artificiais não aguentam esse tipo.

E o problema maior é que não se trata de apenas um "tipo" de pessoa, mas de uma grande massa que cada dia mais vai se artificializando e se desnaturalizando.

Quanto mais natural somos, mais vida adquirimos e quanto mais artificiais nos tornarmos mais morte se instalará em nossa alma!

Você prefere a natureza do que é vida ou a artificialidade do que é morte?
Você têm resistido ás ofertas exageradas do capricho ou tem se tornado um ser naturalmente resistente que se preocupa apenas com a essencialidade da vida?
Você prefere uma vida com expressão e rugas ou sem expressão e sem rugas?
Você é um ser plastificado por essa geração descartável que nos cerca?

Quanto mais natural formos mais perto de Deus estaremos e quanto mais artificial nos transformarmos mais distante da vontade dele nos colocaremos.

Thiago.

OS DETALHES E SUTILEZAS REVELAM A NATUREZA HUMANA

"...mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos. E não precisava de que alguém lhe dess tesmunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana"
João, sobre a relação cautelosa de Jesus com os homens que seguiam-no

Uma palavra; uma expressão; um olhar; uma lágrima; um gesto de mãos; uma hesitação; um silêncio; um suspiro; uma elevação ou diminuição do volume da voz; um franzir de testa; um balançar de cabeça; uma decisão camuflada de muitos; um "sim", um "não", um "não sei", ou um "talvez"; enfim, a verdade sobre a real condição da alma humana está contida nos detalhes e sutilezas da existência.

Isso mesmo, só enxergamos a verdade sobre pessoas e situações se tivermos essa sensibilidade de observar os pequenos gestos e ações do dia a dia, sejam nossos para com os outros ou deles para conosco ou ainda de um terceiro para outrem.

Estou começando a perceber detalhes e sutilezas que passavam despercebidos por mim antigamente, visto que eu era um ser muito alienado da realidade, embriagado por entorpecentes diversos que anestesiavam minha consciência com relação a verdade e me cegavam a compreensão simples e objetiva de mim mesmo, de outras pessoas e de situações, ambientes e atitudes variadas. Essa cegueira se manifestava em uma visão só macro e instantânea das coisas, das pessoas, dos acontecimentos, da vida em geral. Eu praticamente não exercia uma visão micro, detalhada, concentrada, específica, sobre tudo e todos. Assim, por desprezar os detalhes eu fiz um mal tanto a mim mesmo quanto a muitas outras pessoas que nutriam expectativas diversas a meu respeito. Hoje, agradeço porque começo a compreender muitos detalhes e sutilezas que antes não percebia. Isso é fruto de um despertamento espiritual provocado pelo Senhor através da Sua Palavra e de seu Espírito agindo com graça em mim.

O texto citado acima diz que Jesus conhecia muito bem a natureza humana de maneira que não precisava que ninguém o ensinasse nada a respeito da essência da alma e espírito humanos. Dai, alguém dirá: "Mas Jesus sabia porque Ele era o próprio Deus e Deus é onisciente, mas eu não sou!" Sim, se você pensou assim, tem razão no que diz. De fato Jesus era Deus encarnado e Deus é onisciente, portanto, conclui-se, pela lógica básica que Jesus era Onisciente. Também tem razão ao declarar que nós não somos oniscientes pois não temos o poder de saber de tudo nem sequer de muito sendo nosso saber condicionado a muitos fatores diversos. Entretanto, as Escrituras dizem repetidas vezes que o conhecimento de Jesus se dava não apenas pela via da onisciência divina, mas também pela simples observação atenta humana, afinal, ele não era só Deus, era também homem. Por isso, você percebe Jesus atento a tudo e todos em todos os ambientes em que chegava. Ele conversava com um enquanto ouvia rumores das fofocas dos outros, geralmente os religiosos que sempre o seguiam com o intuito de confundí-lo acerca de algum assunto. Seus olhos e ouvidos humanos mesmo estavam sempre abertos, atentos, a gestos, palavras, movimentos, entradas, saídas, sorrisos, lágrimas, enfim, qualquer detalhe que lhe chamasse a atenção.

Por esse motivo também se diz que ele conhecia a natureza humana.
Ele conheceu a natureza humana não apenas como Deus que sabe por antecipação dos pensamentos e desejos das criaturas que fez, mas também por observação que comprova aquilo que por teoria criativa ele já sabia anteriormente.

Essa atenção de Jesus aos detalhes nos ensina que para conhecermos a natureza humana precisamos também andarmos atentos, de olhos e ouvidos bem abertos.

Se ele, que era Deus, e teoricamente não precisava andar atento, andou, que jactância nos leva a pensar que andando distraídos perceberemos como num passe de mágica a verdadeira realidade acerca de todos e tudo que nos cerca?

Abra seus olhos e concentre sua audição no dia a dia da existência!

Observe. Veja. Considere. Pondere. Ouça. Espere as pessoas terminarem de falar. Amplie a visão limitada macro ou micro para uma compreensão abrangente que lê não apenas o indivíduo, mas os contextos reveladores também.

Como somos idiotas, cegos e surdos!

Precisamos urgentemente sermos despertados pela Palavra e pelo Espírito Santo para ver e ouvir!
Caso contrário, pereceremos.

Você é uma pessoa sensível que observa os detalhes e sutilezas da vida ou um trator potente que passa por cima de tudo e todos com barulho ensurdecedor que atrapalha sua visão e audição da realidade?

Que conhecimento você tem da natureza humana?
É uma compreensão real acerca das essências que nos habitam ou uma mera recepção da opinião alheia dos seres que pensam e observam por você?
Você têm suas próprias opiniões a respeito de certos assuntos ou fica dependendo da interpretação da mídia, da massa, da maioria, da família, do marido, da esposa, do pai, da mãe, do pastor ou de qualquer outra pessoa que não seja você mesmo consciente?

ATENÇÃO! ALERTA! OBSERVE! ESCUTE!

O mundo sempre fala, mas nós nem sempre prestamos atenção no que ele diz.

Thiago.

O AMOR NÃO CONTROLA

"Já não vos chamos servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer".
Jesus, aos discípulos, conversa registrada ño Evangelho de João 15.15

"O amor... não se ensoberbece"
Paulo, apóstolo, em I Coríntios 13

Acabei de ouvir o relato de um fato interessante que aconteceu com meu filho. A mãe dele me contou que, dias atrás, enquanto brincava com os primos aqui na sua casa, assistindo TV, ele desligou repentinamente o aparelho. Então, os meninos reclamaram, pois estavam assistindo um desenho. Ele, por sua vez, se virou e disse: "Aqui em casa sou eu quem mando!", manifestando assim, mesmo criança, uma disputa de poder entre eles. Quando ouvi o relato desse fato pensei apenas na única diferença que quase sempre existe entre as crianças e adultos: ambos desejam controlar os outros e vivem a disputar poder, mas geralmente os adultos são piores porque quase nunca manifestam claramente - como fez meu filho - esse desejo de domínio relacional e territorial.

Sim, dificilmente um adulto diz: "Aqui sou eu quem mando!", porque geralmente ele quer esconder a verdadeira realidade de seus sentimentos de domínio, controle e posse que exerce sobre os outros.

Na minha pequena experiência de vida, vi pouquíssimos adultos terem a sinceridade de manifestar seu desejo de controlar, muitas vezes os vi tentando dominar sem manifestar claramente e de forma transparente o que realmente desejavam. Era uma decisão aqui, uma outra atitude acolá, uma manipulação, uma dissimulação, etc. A maioria dos possessivos e dominadores são discretos, tentam esconder de todas as maneiras suas verdadeiras intenções. Contudo, basta observá-los com cuidado e sabedoria que você rapidamente os percebe pela simples e sábia observação de seu dia a dia.

Como existem dominadores neste mundo!

Aliás, todos nós temos esse potencial aqui dentro do peito e o manifestamos de uma forma ou outra. Se não fôr escancaradamente como fez meu filho com seus primos, é sutilmente através de decisões e atitudes que falam por si só sem necessidade de explicações verbais.

Esse sentimento de dominação, controle e posse sobre o outro, que também pode ser chamado de opressão, pois assim as Escrituras os denominam muitas vezes - ou você pensa que só o diabo oprime? - é resultado e fruto das paixões que vivem em nossa carne, nossa natureza torta e caída. É paixão e nunca amor. Onde há esse tipo de sentimento saiba: o amor ainda não chegou lá! Pois o amor não controla, embora zele; não domina, embora cuide; não oprime, embora esteja sempre por perto interessado no bem estar do outro.

"O amor não se ensoberbece", disse Paulo, significando com isso que o amor não se enxerga superior aos outros, embora possa de fato ser, contudo, ele não se eleva nem se engrandece para diminuir o outro.

Jesus exemplificou essa verdade quando sendo Mestre e Senhor, não se importou com a realidade de quem era e pôs-se a servir os seus discípulos chamando-os de amigos e não servos subordinados como empregados ao patrão e funcionários ao dono. Não, ele amou sem controlar e dominar e manipular.

O verdadeiro amor liberta!
A paixão escraviza!
Mas o amor lança fora toda algema e cadeia ou grilhão que oprime.

Submeta todos os seus relacionamentos ao crivo desse princípio e você saberá qual deles verdadeiramente é baseado em amor ou em apenas paixão controladora e opressiva.

Dias atrás assisti um filme-desenho que ilustra bem esse princípio. O filme se chama "Enrolados" e conta, de uma maneira inteligente e engraçada, a história conhecidíssima de Rapunzel, a princesa sequestrada ainda bebê por uma mulher malvada que a manteve por anos isolada do mundo em uma torre no meio da floresta. Essa mulher malvada - que se auto-proclamou mãe para ela - constantemente a manipulava todas as vezes que a moça queria conhecer o mundo externo. Inventava mil e um argumentos para mantê-la presa não apenas na torre, mas principalmente em seus ardis psicológicos doentios, mentirosos e dissimulados. E fazia isso dizendo que a "amava", o que era claro ser uma mentira para quem observava a história com um olhar minimamente crítico. Aquilo nunca foi amor, mas apenas controle opressivo interessado em obtenção de benefícios que a menina lhe dava - seu cabelo tinha o poder de manter a velha jovem - e uma manipulação dissimulada e terrível sobre a alma ingênua da menina aprisionada.

Você ama ou controla as pessoas?
E as pessoas com quem se relaciona o amam ou apenas se servam de você enganando-o?
Você é dominador ou dominado?

A sua posição não importa muito principalmente depois que foi esclarecido acerca da verdade, pois mesmo o oprimido se torna parcialmente culpado quando sabendo do ardil do outro sobre si, se cala, não foge nem confronta o mal de alguma maneira. É claro que pior será ser encontrado do outro lado, como aquele que menti e dissimula, mas também é preciso abrir a boca contra dominações e opressões claramente identificadas, pois, se nos calarmos, tornamo-nos cúmplices aprovadores do mal praticado pelos outros sobre seus próximos.

Sendo você é um dominador, está disposto a converter-se ao amor verdadeiro que liberta o outro?
Se você é o dominado, deseja ver-se livre desse cárcere emocional e espiritual?

Espero que queira, pois, se não quiser, sinto dizer, sua alma está muito doente.

Thiago.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

ENXERGANDO-SE E ENCARNANDO A PALAVRA

"Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar"

Tiago, aos irmãos da Dispersão e a nós do século XXI

Nesses últimos dias tenho me enxergado como nunca me aconteceu antes em minha vida. Detalhe por detalhe, pensamento por pensamento, intenção por intenção. Parece que sou fiscal de mim mesmo numa constante visita ás profundidades de meu próprio ser. A viagem tem sido constante e assustadora. Enxergar-se é necessário e preciso sempre, mas dói muito, humilha, quebranta, arrebenta, estraçalha, esmaga, joga por terra presunções, arrogâncias, certezas, convicções, filosofias, teologias, ideologias, etc.

Agora mesmo, 3 da manhã, eu deveria estar dormindo, como normalmente faço, pois não tenho insônia constante. Contudo, a perturbação causada por esses enxergamentos me tem sido muitas vezes tão iluminadora que o sono se vai e pensamentos mil me assaltam me levando a escrever algo de proveitoso enquanto o sono não volta. Espero que esse texto seja proveitoso mesmo para você o tanto ou mais do que está sendo para mim escrevê-lo agora aqui.

Me veio á mente as palavras de Tiago acima citadas (leia todas mesmo que já conheça muito o texto) e, especialmente, duas realidades tratadas por ele nesse registro. São as realidade do auto-enxergamento e da encarnação da palavra. Comecemos com o assunto principal que é a encarnação da palavra na vida, pois o enxergamento aparece como sub-tema dela.

O que chamo de "encarnação" Tiago chamou de "tornar-se praticante" desde o começo. Ele alerta para o risco cômodo de tornar-se mero ouvinte da exposição do Evangelho sem nunca encarná-lo na vida cotidana. Isso significa ter contato com as Escrituras, lê-las, compreendê-las, talvez até ensiná-las, ouvir mensagens, quem sabe discutir, debater, entretanto, parar por aí sem comê-la mesmo como uma refeição que fortalece para o dia a dia da vida diante do mundo. Tiago diz que quando nos tornamos seres assim, do ouvir sem praticar e da admiração com o discurso, tornamo-nos semelhantes a um homem contemplativo, que se observa n oespelho da palavra, se enxerga, mas logo se retira, correndo, assustado e com medo do que viu porque não tem nenhuma disposição para uma mudança profunda e verdadeira. A palavra é espelho e toda vez que ela reflete nosso eu real nos assustamos visto que nada esconde sobre o estado real de nossa alma e espírito.

O reflexo do eu pela palavra é real por isso horrível; sem máscaras, então, com muitas feiúras. Por isso, dá vontade de sair correndo de dentro de si mesmo e se tornar uma outra pessoa. Daí, então, segundo Tiago, resta duas possibilidades: ou a gente se quebranta diante da realidade de quem somos e do ideal que podemos alcançar ou continuamos a ser esse ser liso que religiosamente se contempla e volta a se contemplar 300 vezes no ano sem que isso altere profundamente sua natureza.

É melhor nunca ter se enxergado do que discernir-se 400 vezes e não mudar!

Enxergar-se é só uma parte do processo; é preciso encarnar a palavra.

Quem só se enxerga sem transformação continua a ser um religioso hipócrita.
Quem muda com o enxergamento que viu torna-se um operoso praticante da palavra.

Deus quer que o enxergamento produza transformação de operosidade prática da palavra.

O nosso chamado nele é para encarnar a Palavra todos os dias de nosso ano e todas as horas de nosso dia.

O mundo não precisa de mais discursos belos e poéticos, mas de amor operante prático, simples, real ao próximo.

É preciso tornar-se operoso praticante que "considera" diz Tiago.
O que é considerar?
É levar a sério o que se ouve e o que se vê transformando o ensino em prática.
Essa é a lei perfeita da liberdade na qual devemos perseverar.

O que você está fazendo com o auto-enxergamento que lhe é dado?
Correndo e se retirando assustado?
Fingindo que não é com você?
Com medo da realidade do reflexo do espelho da palavra?
Desanimado com a verdade a seu respeito?

Não desanime, tudo pode mudar, se você quiser encarnar tudo o que tem aprendido.

Levante-se. Vá. Toma o teu leito e anda.

Thiago.

O PARAÍSO É DEUS!

"...a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia..."
Gênesis 3.8


A cada dia que se passa eu amo mais o que é natural e me desligo do que é artificial. Sim, a natureza toda têm reconsquistado um lugar especial que sempre teve em meu coração desde criança. Estou feliz, por exemplo, porque onde moro atualmente sou visitado por bichos o dia e a noite praticamente inteiros. São corujas, pica-paus, joões e marias de barro, maritacas, bem-te-vis, galinhas de angola, pardais e outras espécies que nem sei nomear. Disse para uma pessoa hoje que sinto o cerrado brasileiro em casa todos os dias, graças a Deus.

Estou até me arriscando a plantar um jardim, pois já semeei algumas sementes de variadas flores: girassóis, onze horas, calêndulas, margaridas, crisântemos e algumas outras das quais também não me lembro os nomes agora. E elas estão brotando, devagar mas estão. As plantas e folhas já aparecem, faltam apenas as flores mesmo. Pretendo também plantar vários tipos de outras plantas em um local separado á parte, ao lado de minha casa.

Tenho tido cada dia mais desprazer nas artificialidades do mundo moderno. E como esse nosso tempo é  cada vez mais artificial! Muito artificial. Uma prova simples é o boom tecnológico como expressão dessa plastificialidade toda. Além disso, as pessoas estão cada vez mais vaidosas, gastando o que tem e o que não tem para desacelerar, por exemplo, o processo de envelhecimento. Os homens virando metreossexuais, que para mim é simplesmente frescura aviadada mesmo, exagero idiotado e infantil de meninos imaturos. Muitas das mulheres parecendo bonecas infláveis acabadas de sair da linha de produção da indústria de cirurgia plástica, ridículas com seios tão falsamente redondos, bundas tão duramente inventadas e coxas musculosas horríveis que as impedem de dançar, se é que essas um dia tiveram algum jingado. Esses dias vi uma siliconada dessas tentando dançar. Parecia eu, um robô ambulante de tanta dureza no quadril e claramente sem movimentos espontâneos visto que o silicone a travava toda. Catastrófico!

Portanto, nesse mundo cada vez mais artificial e superficial, nasce em meu coração - e sei que também no interior de muitos outros - aquele desejo de contanto simples com o que é natural, com o pó da terra, a matéria-prima que compõe nossa carne; com a água corrente da qual 75% do nosso corpo é feito; enfim, da criação esplêndida na qual somos mais uma boa parte inventada pelo grande arquiteto do universo.

ENTRETANTO, mesmo o contato com o que é natural ainda não é suficiente para preencher a alma humana. É uma aproximação prazerosa e relaxante, mas ainda não é o elichir da vida e paz e alegria no espírito.

Isso porque até a natureza em sua esplendorosa diversidade multifacetada e viva, ainda não é o Criador. Continua sendo apenas a criatura somente. Só criação.

O PARAÍSO É MARAVILHOSO, MAS SEM DEUS SE TORNA INSUPORTÁVEL!

O grande prazer possível no Éden não era a intocabilidade das espécies de plantas, flores, animais ou qualquer outro ser vivo; nem a pureza das águas dos rios sem poluição alguma; nem a beleza da revelação dos astros brilhando no céu tanto de dia quanto de noite sem impedimento algum para a visão humana, seja de fumaça de industrias nem de arranha-céus de concreto cinza espelhando morte.

O grande gozo do Éden era receber a visita constante do Senhor todos os dias a tarde. Andando, figura que até nos traz um certo mistério porque imaginamos que ele não tinha corpo e não se manifestava materialmente naqueles princípios. Será? E se ele aparecesse em um corpo? Quem sabe? Eu não sei, por isso, também não duvido.

O ÉDEN SÓ FOI O PARAÍSO PORQUE DEUS PASSAVA POR LÁ TODOS OS DIAS!

O LUGAR PARA ONDE JESUS MANDOU O LADRÃO ARREPENDIDO NA CRUZ EM SUA COMPANHIA SÓ ERA O PARAÍSO TAMBÉM PORQUE JESUS FOI PRA LÁ!

SEM DEUS E SEM JESUS NENHUM LUGAR É PARAÍSO E TODO ÉDEN TORNA-SE O INFERNO AINDA QUE SEJA UM LINDO JARDIM NATURAL E EXUBERANTE!

Do mesmo modo, o ambiente mais feio e sombrio pode tornar-se o céu quando Deus invade as ambiências locais e visita os moradores mesmo que seja no fim do mundo onde o vento faz a curva.

O Céu não é um lugar, ainda que seja; nem uma cidade Nova Jerusalém ainda que exista tal cidade conforme a descrição simbólica do Apocalipse.

O CÉU NÃO É JARDIM...
O CÉU NÃO É LUGAR...
O CÉU NÃO É CIDADE RELUZENTE...
O CÉU NÃO É APENAS O LIVRAMENTO DO INFERNO...
NEM SOMENTE UM ESCAPE DA MORTE E INEXISTÊNCIA...
OU APENAS O FIM DA DOR...

O CÉU É DEUS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

PARAÍSO É CONHECÊ-LO E SER CONHECIDO POR ELE.
AMÁ-LO E SER AMADO PELO SEU INCONDICIONAL AMOR.

Ele em nós e nós nele, em comunhão, em satisfação, em alegria apenas de ser seu filho.

Portanto, para de desejar e buscar o paraíso como lugar ou imagem e deleite-se no Eterno, o Altíssimo, o Todo-Poderoso, o Senhor, o Pai Celeste.

Depois que você experimentar essa sensação em fé, saiba, não importará mais onde nem como é outro lado, porque o lado de lá já terá invadido esse lado de cá, no seu coração, na sua alma, no seu espírito.

Amém.
Senti até um arrepio enquanto escrevia essa reflexão. Ainda sinto. Vou parar por aqui. Talvez seja o Senhor me visitando na viração da noite rsrsrsrsrsrsrs....

Thiago.

COMO NASCEM OS ÍDOLOS...

"Não terás outros deuses diante de mim"
Deus, na declaração dos dez mandamentos

Agora de madrugada acordei e comecei a meditar em como nascem e se desenvolvem os muitos ídolos de nosso coração. Já dizia João Calvino, conhecido reformador protestante do século 16, que o coração humano é uma fábrica de ídolos. Boa tradução de nosso estado espiritual para essa época industrial! Aliás, serve para todas as épocas quer sejam industriais ou mais "tecnológicas" como a nossa.

O coração humano é uma fábrica grande de produção constante de idolatrias sim. Constantemente estamos gerando filhotes ídolos dentro de nós. E cabe sempre lembrar que a repreensão do Senhor contra a idolatria não se refere somente ás imagens de escultura, mas ao significado espiritual de tal alteração dos propósitos do coração. O Senhor não está falando contra materialidades, símbolos objéticos, imagens de escultura apenas. Estes são apenas a materialização do mal. Sabemos claramente que tudo pode se tornar um ídolo para nós: pessoas, lugares, atividades, pensamentos, ideologias, etc. Tudo e todos podem reinar em nossos corações mesmo que nem percebemos. Até Deus pode se tornar um ídolo caso o confundamos com algum outro ente do tipo que ele não é, um "deus".

Eu, particularmente, já discerni vários ídolos que minha fábrica individual criou ao longo de minha curta história aqui nessa terra até agora. Citarei um deles como exemplo ilustrativo. Sabe qual é? Seu marido também pode idolatrá-lo e seu filho do mesmo modo. É um esporte. Deixe-me parar com esse suspense bobo e dizer: o futebol. Imerso na cultura brasileira desde a infância, como qualquer outro menino brasileiro, me apaixonei pelo futebol. Desde cedo, ainda criança, respirava futebol. Frequentava escolinhas, jogava peladas nas ruas com os amigos, no colégio, no quintal de casa, onde acontecesse; colecionava aqueles álbuns com cromos que chamávamos de "figurinha" dos campeonatos, equipes, jogadores e todas as informações sobre o mundo do futebol; acompanhava campeonatos inteiros pela tv; disputava campeonatos pela cidade; discutia com outros a respeito de times; sofria perturbação quando o time do coração perdia e aproveitava para provocar os outros quando o deles perdia ou o meu ganhava ou os dois ao mesmo tempo; enfim, não preciso mais descrever os detalhes de tal envolvimento porque sei que você entendeu bem não apenas pela minha descrição, mas porque se você não foi uma pessoa igual a mim, no mínimo teve um amigo, irmão, vizinho, primo, pai ou filho com esse perfil, afinal, nós estamos no país do futebol. Hoje, graças a Deus, fui liberto do futebol como ídolo. Não consigo mais assistir uma partida inteira. Me interesso apenas por resultados finais e jogo apenas uma vez na semana como lazer leve sendo que algumas semanas não jogo nem sinto falta do jogo.

Todavia, mais importante que detectar a manifestação dos ídolos de nosso coração é entender a origem deles, a causa, as fontes, de onde eles vêm e como nascem.

Vamos começar do começo, bem do começo mesmo. De onde eles vêm? Do coração. O que é o coração?
O coração é o âmago e centro do ser que, segundo a sabedoria milenar, é onde se encontram as fontes da vida, segundo as Escrituras. Segundo as Escrituras também esse mesmo coração é corrupto, torto e enganoso, concluindo-se daí que dele procedem não apenas o que é vida, paz e amor, mas também morte, guerra e ódio. Portanto, os ídolos nascem dessa fonte enganosa que é nossa essência e natureza alterada pelo mal da queda segundo as Escrituras.

A palavra-chave para entender a origem e natureza dos ídolos é engano. Os ídolos são manifestação dos enganos e ilusões de nosso coração. O ídolo é o que não existe, porém ganha status de ser vivente e atuante ou então aquilo que existe e não tem muita importância, mas que o engano o faz ter importância que ele naturalmente não tem. O ídolo também é fruto dos vazios existenciais e dos buracos negros que podem habitar a alma de um ser humano quando Deus falta, quando falta fé, revelação, Palavra, Espírito, consolo, conforto, sentido, explicação, direção, rumo, norte, etc. Então, o ídolo aparece como um substituto de Deus que pode, porventura, preencher as lacunas dos espaços abertos nas alminhas dos homenzinhos.

A palavra paixão também esclarece o significado do que é um ídolo, principalmente quando você entende a abismal diferença entre paixão e amor. Ídolo é paixão e não amor. É supervalorização exacerbada daqueles que não são dignos de tanta glória, honra e dedicação. Contudo, a paixão que sempre é cega, pois não existe paixão lúcida, distorce a real imagem do ente idolatrado aos olhos daquele que o cultua. O amor não. O amor não idolatra, pois conhece a medida de todas as coisas e enxerga o real estado de pessoas e coisas bem como de qualquer outro ente seja uma atividade ou um lugar. O amor vê como é e não como desejaria que fosse, o que acontece muito com a paixão que se ilude tentando dizer a si mesma que alguém é o que de fato não seja.

Carência também ajuda-nos a entender o nascimento e desenvolvimento dos ídolos. Muitos ídolos são gerados em momentos de carência. A carência é uma porta aberta para a criação desses entes doentios. Eu, por exemplo, nesses dias, já enxerguei um ídolo que quase foi criado em meu coração por causa da carência: meu próprio filho. Visto que estou distante dele e só o vejo alguns poucos dias por mês, meu coração começou a confundir as coisas e a colocá-lo em um altar para quase tornar-se um ídolo particular do lar. Foi uma junção de carências: as minhas com as dele, que sempre pergunta por mim quando eu estou longe e essa informação da carência dele por mim me tentou a supervalorizá-lo em meu coração. Graças a Deus discerni antes de acontecer, mas nem sempre é assim que as coisas se dão.

Espiritualmente falando os ídolos nascem da pouca ou nenhuma comunhão que o ser humano experimente ou deixe de experimentar com o seu Criador e Pai Celeste, pois essa falta de comunhão cria em seu coração um espaço grande de falta de sentido e preenchimento psicológico e espiritual. Quem tem comunhão verdadeira e íntima com o Senhor têm bem menos ou quase nenhum espeço para gerar ídolos em seu próprio coração visto que é habitado por um sentimento de completude simplesmente gerado pelo prazer de ser um com seu Pai. Quem experimenta essa comunhão íntima não têm necessidade de mais nada nem ninguém como essencialidade para satisfação da alma e do espírito. As outras pessoas, atividades, coisas, lugares e circunstâncias em geral tornam-se apenas apêndice, adendos, bençãos adicionais, dádivas extras para cuidado e prazer, contudo nunca um fim em si mesmo como essência de vida para a sobrevivência da alma e do espírito.

Um outro ídolo muito comum gerado pelo nosso coração é o "nós-mesmos". Sim, é fácil idolatrar a si mesmo tornando-se um ser narcisista, egoísta, individualista, egocentrista, que sempre procura seus próprios interesses antes dos interesses dos outros, que se adora, que se olha constantemente no espelho, que fala sempre de si com orgulho e faz propaganda constante de suas virtudes, que cultua a preguiça para preservar-se, enfim, aquela ameba ambulante que se acha o centro do universo, mesmo que esse universo tenha outros bilhões de criaturas semelhantes a ele.

Você têm ídolos? Quais?
Você consegue enxergar seus próprios ídolos?
Se enxerga, deseja destroná-los de sua alma?

Tem gente que enxerga, mas não quer. Depois de ler esse pequeno artigo, acredito que você já seja ciente e preparado para começar a tentar se auto-enxergar e em enxergando-se saber do mal ao qual sofre.

Agora é com você.
Vai continuar a adorar outros deuses ou apenas ao Único que É e te criou para ser Um contigo para sempre?

O nascimento de ídolos em nosso coração é inevitável, mas o desenvolvimento e continuação deles dentro de nós é evitável.

Você quer?
Então, lançe fora teus deuses de diante de ti e do Senhor. Amém.

Thiago.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

DEUS ENTENDE TODAS AS LÍNGUAS

"...o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu..."
O Senhor, sobre o estado espiritual artificial do povo da época de Isaías

Deus compreende todas as línguas, expressões idiomáticas, gírias, apelidos, por mais estranhas e diferentes que sejam umas das outras, afinal, se você tem memória mínima, há de concordar comigo que foi ele quem as inventou e as derramou sobre os homens, no episódio de Babel, para salvamento da humanidade que sabe lá Ele se sobreveria a uma continuação daquela sem a intervenção divina drástica.

Sim, o Senhor entende todas as falas!
Mas a religião ainda não entendeu que Ele sabe.

Por isso, insistem em orar a Ele e servirem-no com expressões pré-fabricadas e "santificadas" por teólogos, pastores, denominações e até pelas Escrituras.

Ontem pela noite eu vi esse fato mais uma vez dentre as milhares que já presenciei. Fui com minha família ao culto de uma igreja local aqui em Minas da denominação a qual fazia parte. Logo no início comecei a perceber a mecanicidade como tudo acontece há anos. Aliás, esta igreja local é centenária e faz parte de uma denominação histórica, por isso a exacerbação em alguns tipos de mecanicidade mórbida. A sensação que me dava - e sei que é verdade visto que já vi muitos confessarem tal - é que todos ali, tanto o falante quanto os ouvintes já haviam decorado tudo de modo que quem falava repetia palavras e expressões ocas enquanto que quem ouvia já sabia tudo que o dirigente iria dizer, o tempo, o modo e até a duração de cada parte. Artificial demais! Mecânica pura! É a perda da alma, não no sentido de ir para o inferno (é bom explicar porque tem gente que precisa dessa explicação), mas no que diz respeito a deixar toda naturalidade e espontâneidade do lado de fora do templo.

É contra esse espírito de máquina que Deus fala ao povo.
Deus os fitava, conhecia-os muito bem.
O Senhor sabia que as exterioridades bonitas não condiziam com o interior imundo, cheio de maldade, ódio, inveja e todo tipo de sentimento e atitude ruim contra o próximo. O Altíssimo sabia que certas orações eram só mexeção de boca e lábios falsos misturados a realidade de um coração distante da vontade do Senhor. Essa religiosidade consistia só em reproduzir a tradição recebida sem alteração nenhuma nem sequer de uma palavra ou expressão. Tornaram-se papagaios espirituais sem vida alguma.

Daí, no dia a dia, como a sequência natural do texto diz, tentavam esconder seus verdadeiros propósitos e intentos do Senhor, como se algo fosse escondível e camuflável diante dele (v.15). Me lembrei agora de certa cena teatralmente diabólica que presenciei há alguns anos atrás em certa igreja local da denominação a qual eu fazia parte. Um pastor, que na época me perseguia de forma clara para mim - embora camufladamente diante dos outros - em certo culto fez uma declaração de "amor" para mim em público dizendo claramente que me  "amava" diante dos "irmãos". Eu fiquei pasmo, assustado, surpreso pela cara de pau hipócrita daquele sem-vergonda-de-ser-o-que-era-e-fazer-o-que-fazia. Vagabundo! Mascarado! Hipócrita! Enganando o povo sobre a realidade da situação em que nosso relacionamento se encontrava que era apenas de perseguidor e perseguido.

Para toda essa mecanicidade e hipocrisia o Senhor diz: "Que perversidade a vossa!" Vocês pensam que eu não os conheço? Acreditam que seus propósitos passam despercebidos por mim? Me consideram barro igual a vocês? Ninguém nunca lhes falou que eu s ou o Oleiro? Porventura o Oleiro não é o criador do vaso que tudo sabe a respeito da obra que inventou?

Na minha adolescência ouvi muitas pessoas legais da igreja se divertirem com uma oração estranha e engraçada que ouviram certa vez. O orador dizia: "Oh, my God, tenha miserica da galera!" Quando ouviram esse linguajar giriento caíram na risada, porque é engraçado mesmo, mas muito original e Deus entendeu muito bem o que ele pediu e atendeu visto que pareceu bem espontâneo e sincero na sua expressão natural de ser.

Também corre-se por aí o caso de um certo homem muito simples do interior que na sua simplicidade e falta de vocabulário orou do jeito que sabia e só saiu o seguinte: "Jesus, aqui é o zé..." Pronto. Ponto final. Acabou a oração. Se ele estivesse em um culto e tivesse sido convidado a orar, provavelmente alguém se levantaria e tentaria "salvar" o momento da oração de tão grande vexame.

Certa vez, enquanto um irmão orava, percebi que ele falava na verdade consigo mesmo apenas em uma preocupação em acertar as concordâncias da língua portuguesa. Visto que o espírito foi esse, com certeza, do mesmo modo que o fariseu da parábola, não passou do teto.

DEUS COMPREENDE TODAS AS ORAÇÕES DA ALMA!

Ainda que não saia nenhuma palavra, ele já sabe tudo o que se passa dentro de nós.
Sem linguagem nossa voz continua sendo ouvida nos céus se houver sinceridade e quebrantamento.

DEUS NÃO PRECISA DE TRADUÇÃO TEOLÓGICA PARA COMPREENDER ORAÇÕES!

Por favor, parem de orar de si para si mesmos. O Senhor não aguenta mais.

"Obrigado, Senhor, porque tu entende todas as nossas orações, até aquelas sem palavra alguma. Amém!"

Thiago.

OS PAIS DA INGRATIDÃO

"Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento o dono de sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende".
Deus, a Israel, por intermédio do profeta Isaías

"Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?"
Jesus, ao leproso curado e grato, o único que voltou para agradecer-lhe

Ontem a noite, saímos para passear no shopping da cidade. Quando lá chegamos e entramos, logo no começo, em um espaço central entre os corredores, uma empresa armou alguns brinquedos para atrair as crianças. Eram três: um passeio de barco em piscina artificial rasa, um pula-pula comum e um outro brinquedo que não sei o nome, mas é muito comum, uma espécie de gangorra individual onde a criança coloca um colete e é elevada por elásticos prá cima e prá baixo sem parar. Logo que viu esses brinquedos meu filho, obviamente, como qualquer criança normal faria, pediu para brincar. Então, eu permiti, mas lhe disse que éle só poderia brincar em um visto que o dinheiro era curto. Eñtão ele foi. Brincou durante cinco minutos. Na saída, porém, já esquecido do trato do começo, ele me pediu para brincar mais uma vez em outro. Como não tinha dinheiro, uma outra pessoa pagou para ele ir. Ele foi e brincou mais 10 minutos no pula-pula. Quando saiu, porém, de novo, insatisfeito, queria conhecer o terceiro brinquedo, mas eu não o deixei visto que além de não ter dinheiro eu já havia tido que ser socorrido por outra pessoa antes. Ele, contudo, não quis nem saber dos argumentos. Abriu a boca chorando porque não podia brincar pela terceira vez, como se não tivesse brincado nada, nenhuma vez, enquanto que, na verdade ele brincou mais do que fora combinado e prometido, visto que prometi e combinei apenas um brinquedo, mas ele por graça pôde brincar em dois. Ele, todavia, por ignorância e desvalorização do trato feito, não contemplava a oportunidade que teve de brincar em dois, mas apenas a falta que o último, que nem lhe fôra prometido, lhe fez e criou um sentimento de insatisfação infundamentada na mente infantil dele.

Esse fato me fez pensar de novo sobre a ingratidão.
Sim, porque essa atitude dele ilustra muito simples e claramente um ingratidão latente.
Qual foi a ingratidão?
Não reconhecer a dádiva de brincar duas vezes e se concentrar na privação que lhe foi feita.

Então, comecei a meditar no significado da ingratidão, principalmente suas causas mais comuns e essenciais.

Você sabe quais são elas?

Eu quero que nós meditemos em pelo menos duas causas de ingratidão que chamei de "mães" desse sentimento tão mesquinho e pequeno que nos torna seres horríveis, apequenados, arrogantes, insuportáveis.

As duas mães da ingratidão são a ignorância e o orgulho.

A primeira mãe da ignorância é a ignorância.
Sim, ignorância gera ingratidão.

É exatamente isso que ensina o próprio Deus nas palavras dirigidas a Israel e ao profeta Isaías.
Ele explica que Israel o desprezou justamente porque não o conhecia. E não conhecia mesmo, nada. Tanto isso é verdade que o Senhor os chama de seres tão burros que se tornaram piores que os animais. O estado de falta de entendimento acerca da pessoa de Deus era tão grande que os animais se tornaram exemplos para aqueles seres humanos visto que na sua limitação tinham mais sabedoria e entendimento que os homens insensatos que desconheciam o caráter de seu Pai e Criador.

IGNORÂNCIA: MÃE DA INGRATIDÃO!!!

A ingratidão que enxerguei em meu filho ontem a noite foi fruto da ignorância dele acerca do significado de tudo que havia ganhado. Ele não percebeu - por causa de sua compreensão infantil limitada do momento - que já havia recebido muito. Não viu a graça derramada sobre ele naquele instante.

Toda ingratidão têm um parcela de ignorância.
Israel revoltou-se e tornou-se ingrata para com Deus porque ignorou suas bençãos e graças derramadas, o que o Senhor chama de "criar e engrandecer". Na mente do Pai, Ele já havia feito muito pelos filhos. E fez mesmo, pois criar e engrandecer é de fato grande benevolência. Só criar já seria. Somente dar a vida e permitir a existência já é grande dádiva, contudo, além disso, o Criador derrama muitas bondades dentro da própria existência de seus filhos. Mas eles, que não contemplavam o que o Pai via, não eram conscientes nem da bondade da criação quanto menos do acréscimo do engrandecimento.

Você conhece seu Pai e Criador? Conhece mesmo?
Têm consciência de tudo com o que ele te cercou?
Ele te criou, te formou, te trouxe do nada, da não-existência, do vácuo e te fez um ser. Não qualquer ser, mas um ser com muitas capacidades, tanto que ele sujeitou o restante da criação a você. Além disso, contemple o "engrandecimento" dele em seu favor. A cidade em que você nasceu, a qual você pode até aborrecer porque não contemplou as grandezas dela; a família em que caiu, que mesmo tendo muitos problemas, pois toda família têm, saiba, não é a pior de todas as da terra; a saúde que você tem; o acesso a uma boa educação; a situação financeira, enfim, uma infinidade de graças derramadas desde sua infância mais tenra.

Contemplou? Ainda continuará a expelir ingratidão pelos poros de sua alma infantil?

A ingratidão também têm pai.

O PAI DA INGRATIDÃO É O ORGULHO!

O orgulho acompanhada de arrogância e presunção em pensar ser melhor do que se é, deseprezando assim as graças que necessitava e recebeu, é o pai da ingratidão. Se por um lado a mãe é a ignorância, por outro lado, sem ignorância, isto é, com consciência de todos os benefícios recebidos bem como também da fonte de onde eles se originaram - de Deus - então, sabedor de tudo, simplesmente despreza conscientemente e não atribui o valor devido tanto a pessoa quanto ao bem que dela recebeu.

Foi o que estava presente no coração dos nove leprosos ingratos que Jesus curou dentre os dez. So nove ingratos eram israelitas enquanto que o grato que voltou para manifestar o reconhecimento tanto da pessoa quanto do bem recebido era samaritano. Esse detalhe faz toda a diferença. Revela um orgulho-presunçoso e esnobe entranhado nas vísceras daqueles israelitas arrogantes. O problema deles já não foi ignorância pois sabiam quem era Jesus, mesmo que fosse apenas de ouvir falar, visto que Jesus era israelita e um homem totalmente público para eles e suas famílias. Enfim, o que percebemos é que além da óbvia constatação da ingratidão confirmada pela omissão da volta que não aconteceu, houve dentro deles essa causa diferente que originou a ingratidão claramente manifesta.

As vezes a ingratidão se manifesta em um ser totalmente consciente da pessoa e da graça que recebeu!

É terrível, mas possível. Infelizmente, é possível sim.

Algumas vezes, o elemento gerador de ingratidão em nós não é a ignorância, mas a desvalorização consciente tanto da pessoa quanto da graça recebida por nós.

Sabemos, mas desconsideramos. Conhecemos, mas desprezamos. Temos ciência, mas nulificamos o valor da pessoa e do bem que ela nos fez.

Você, porventura, se encontra nesse estado?
Pode ser que sim.
E se fôr, quebrante-se agora porque o seu estado é pior do que o do primeiro caso da ignorância.

Você é bem informado sim, não invente justificativas que não absolvem!

Reconheça: você sabe muito bem sobre o que estou falando.

Como conclusão, é bom lembrar que a ingratidão é um dos sentimentos que Deus mais abomina em seus filhos e que o faz, como sempre, adotar muitos outros que não lhe procuravam nem perguntavam por ele para lhes serem filhos visto que os "originais" simplesmente desprezaram toda a bondade de seu Pai Amoroso e Gracioso.

Dá para parar de ser tão ingrato e converter-se á gratidão consciente que reconhece QUEM É e TUDO O QUE FAZ seu Pai Celeste por você???

Thiago.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

ESCOLHAS E CONSEQUÊNCIAS

"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências"
Pablo Neruda

Essa frase reflete bem o momento em que estou vivendo. Após tomar duas decisões importantíssimas para mim, escolher me separar duas vezes, estou colhendo as consequências das escolhas livres que fiz. Sim, escolhi livremente, por espontânea vontade, sem pressão nem manipulação alheia alguma, apenas com a liberdade de ser guiado pela própria consciência em fé. Aliás, toda a pressão que não recebi a favor, isto é, para decidir o que decidir, recebi de maneira contrária, ou seja, para desisitir de fazer essas duas amputações tão doloridades embora essenciais.

Dias atrás conversando com uma pessoa sobre o assunto, eu lhe disse que foi dolorosíssimo escolher, que sofri muito antes de concretizar os fato e que, mesmo sabendo que muitas consequências difíceis me acometeriam eu não pude evitar a dor, pois a vida é assim: mesmo que você tenha noção do que lhe aguarda e ainda que tudo seja mais ou menos como você esperava que fosse, por ser um humano minimamente sensível, você sofre do mesmo jeito. A ciência antecipada não isenta-nos da dor real do presente. É uma situação semelhante a ter um ente amado doente caminhando para o óbito. Você sabe que a morte dele se aproxima, mas quando acontece essa ciência antecipada não tira a dor que te faz chorar de tristeza e saudade.

Assim, nestes dias em que colho várias consequências ao mesmo tempo: solidão, distância do filho, escassez material, oposição de conhecidos, rejeição de alguns, etc, não me lamento nem murmuro, embora gema de dor porque sou humano minimamente sensível aos traumas dessa vida. Contudo, suporto tristeza e dor com a consciência de que assim seria mesmo ou até pior visto que eu me preparava até para sofrimento pior e mais prolongado. Portanto, hoje quando li esta precisa frase acima citada, me identifiquei com o significado dela que é real e tem tudo a ver com a relação entre escolhas e consequências da vida de uma forma geral.

Deste modo, quem decide precisa estar ciente e preparado para o que der e vier!

Para TUDO ou pelo menos para MUITO ou QUASE TUDO O QUE SOBREVIER!

A liberdade tem um alto preço. Ser livre dói, esmaga, aprisiona de outros modos, humilha, quebranta, priva, separa, etc.

Muitos discursam bem sobre liberdade, mas só quem teve a coragem e fé para abraçá-la sabe de todo o seu significado, tanto de seus altos custos quanto de suas doces recompensas.

Pense bem em suas escolhas e imagine de antemão as consequências reias que podem lhe sobrevir e, ainda, saiba que muito mais que você não consegue antecipar nem prever acontecerá tanto de bom quanto de mal. Deste modo, prepare seu espírito, caso esteja agora prestes a tomar decisões importantes para o seguimento do seu destino neste mundo.

Eu, particularmente, sempre fui desafiado a decidir. Lembro-me de uma frase que li em uma quadro de uma empresa em que trabalhei na adolescência que me impactou tanto que a memorizei instantaneamente. Estava escrito assim: "Quem decide pode errar; quem não decide já errou!". Desde então é uma filosofia de vida que trago comigo e que já me fez muito bem embora também tenha me causado muitas dores. Contudo, me arrependo pouco do que fiz, embora reconheça meus pecados e erros. Entretanto, decide conforme o momento, a luz que tinha naquela ocasião e por isso fica complicado avaliar a mesma situação anos depois, quando você já amadureceu e sua alma é outra. Hoje, no momento, mesmo reconhecendo que cometi equívocos, não me afunda em culpa neurótica esmagadora e condenatória; confesso sim meus pecados, mas me sinto livre leve e solto pela garantia da graça e perdão já dispensados a mim pelo Senhor Jesus.

Todos os meus delitos já estão perdoados inclusive os que eu ainda cometerei.

Assim, eu lhe digo, em nome de Jesus: não tenha medo de decidir.
Tenha paciência, sabedoria e amor, mas medo não.
Até porque você decidirá mesmo que não concretiza os planos claramente, a luz dos olhares alheios.

Sim, porque se você já decidiu em seu coração, mas não teve coragem de concretizar por um motivo ou outro, saiba: já está consumado! Já foi feita a escolha! Já é! A sabedoria diz que a alma se torna como a imaginação ainda que não haja concretizações presentes. Pensou e decidiu, para Deus e para o espírito aconteceu! Contudo, existe o benefício da concretização consciente das decisões interiores estabelecidas. A benção é que você se torna uma pessoa mais sincera que vive por fora a maioria do que é por dentro; que pratica o que pensa e crê, pois, de outro modo, a falsidade e hipocrisia pode te visitar transformando-te num ser mascarado que tem dupla tem dupla personalidade: por dentro é uma pessoa, mas por fora tenta ser outra, camuflando-se, escondendo-se do próximo que convive com você.

O Evangelho é decisão!
Ser discípulo de Jesus é uma sucessão de decisões radicais ao longo da vida!
É impossível seguir a Cristo sem que atitudes sejam tomadas claramente no meio do caminho.

Você precisa decidir algo?
É importante? Essencial? Alterador de seu caminho na terra?
Você têm convicção? É uma decisão livre e espontânea sem pressão nem manipulação alheia?
É bom para você no que diz respeito a te trazer mais vida, paz, amor, liberdade?
Deus se agrada de tal decisão e significado dela?
A palavra dele a confirma?

Então, amado, decida com alegria em nome de Jesus.
E Deus te abençoe agora e nos dias de colher todas as consequências.
Amém.

Thiago.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

APRENDA A OUVIR OU....

"Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus".
Tiago, apóstolo do Senhor Jesus, em sua carta

Você ouve mais que fala?

Pela primeira vez na vida estou ouvindo mais do que falando. Passei a adolescência em sua maioria desprezando o que me chegava aos ouvidos e na primeira juventude também cometi muitas vezes o erro de concentrar a atenção no que me chegava aos ouvidos. Contudo, agora, estou percebendo como perdi tempo, oportunidade e sabedoria desprezando muitas vezes as vozes das pessoas de uma maneira geral. É certo que muitas vezes também fiz bem em não ouvir ou em não atender conselhos, mas mesmo nesses casos eu poderia ter meditado mais acerca do que me disseram e dos significado espiritual do que me chegava aos ouvidos.

Ouvir é interpretar, conhecer, discernir, separar, diferenciar, compreender, saber, entender.

Jesus disse que o ouvir é tão importante porque expressa as realidades mais profundas enraizadas no coração humano. Por isso ele falou que a boca fala do queestá cheio o coração e como o coração é fonte de vida, portanto, a boca é como um rio que despeja a água emanada do interior do ser e da alma. Por isso também o próprio Tiago mais a frente em sua carta diz que a língua é como rio que desepeja o que houver na fonte - o coração - seja essa água doce ou amarga.

Agora aqui, nessas palavras, ele é, como sempre, objetivíssimo e claro. Ensina que devemos estar atentos não para falar, mas para ouvir, prestar atenção, perceber, meditar sobre o que ouviu durante o dia. Ultimamente eu tenho prestado muita atenção no que eu ouço das pessoas em relação a mim e algumas palavras, obviamente, chamam mais atenção que outras, ou pelo conteúdo das próprias palavras ou pela referência de quem fala, que sempre também influencia o conteúdo para nós. Tenho também, orado muito a respeito do que ouço no mesmo dia, enquanto o assunto está fresco na mente e na alma. Então, pergunto ao Senhor sobre aquilo que tal pessoa me disse. Pergunto se entendi bem, se era aquilo que compreendi, se o espírito dela era aquele sobre o qual em senti a vazão das energias do momento em minha direção.

Estou levando a sério quase tudo que me digam mesmo brincadeiras que muitas vezes ignoramos. É bom lembrar que aquele ditado é verdadeiro: "Toda brincadeira tem seu fundo de verdade". E tem mesmo. Ás vezes nós descobrimos pensamentos antes camuflados em um momento de descontração, totalmente informal, onde não há a preocupação em esconder nada. Ali você discerne o que nem imaginava.

Em um mundo cada vez mais barulhento e aparentemente mais comunicativo por causa dos meios de conversação tecnológico tem muita gente dizendo muita coisa desnecessária e sem sentido ou falando muito mais do que devia. As redes sociais virtuais por exemplo, estão cheias de comentários mil a respeito de todos os assuntos possíveis e muitos se deliciam em falar sobre tudo e todos a todo instante e tempo. Contudo, se você resumir o conteúdo dessas redes sociais, encontrará pouca coisa boa e menos sabedoria do que você encontrava em muitos tempos anteriores ao nosso de bem menos "comunicação" do que o nosso.

É interessante notar o motivo pelo qual Tiago diz o que diz.

Por que ele ensina que o calar com audição atenta é melhor do que o falar disperso e desatencioso?

Simplesmente porque o muito falar em si, sem sabedoria do tempo, modo e conteúdo não produz muita coisa boa bem como diz ele o irar-se não produz a ação da justiça de Deus. Falar por falar não faz acontecer assim como irar não garante o resultado da concretização da ação de Deus em nosso favor. Agora mesmo enquanto assisto um programa no canal Discovery Home Healty, sobre um processo de tratamento de choque que inventaram para adolescentes rebeldes, vi um fato que prova a verdade de que falar por falar sem sabedoria nada prduz. A mulher estava pressionando o adolescente a obedecê-la de qualquer maneira e lhe chamar de "senhora" a todo o custo. Nada adiantou. Ele travou e não conseguiu de maneira alguma atendê-lo porque o modo como ela o tratou retraiu-o muito e colocou-o na defensiva. Minutos depois, uma outra pessoa lhe chamou para uma conversa particular e lhe disse praticamente a mesma coisa que ela havia dito, contudo, com palavra e espírito diferente, com muito mais serenidade e sabedoria. Sabe qual foi o resultado? O antes adolescente rebelde entendeu e atendeu pacificamente a solicitação, de boa vontade e tranquilo.

A energia espiritual com a qual nossas palavras vazam, ainda que a pessoa não entenda claramente na hora, sente, e muitas vezes se fecha, se retrai, porque embora não tenha exata consciência do que acabou de ouvir, percebeu que lhe soou mal, grosseiro, amargo, ríspido, pesado.

Você sabe ouvir?
Será que ouvimos com mais atenção ou preocupamo-nos mais em falar e sermos ouvidos?

O homem que mais infleunciou a história humana falava pouco, provavelmente em voz baixa ou volume comum de conversa, sem técnicas de oratória desenvolvida nem tecnologias de ampliação da qualidade e volume. Contudo, se dizia que ele sempre estava atento ao que as pessoas diziam, principalmente aquelas que não estavam falando diretamente com ele, mas apenas a volta, comentando, cochichando, falando baixo ao pé do ouvido. Mas ele discernia tudo porque ouvia muito bem, atentamente.

Precisamos ser acordados da surdez espiritual!

Quão surdos somos!

Muitos deficientes auditivos nos precedem nos Reino dos Céus se a sensibilidade espiritual deles fôr maior que a nossa.

Somos surdos gritando para tentar guiar outros surdos!

O que Deus mais quer de nós é que o ouçamos: "Sacrifícios não quiseste, abriste os meus ouvidos", diz o Senhor através do salmista no registro escriturístico.

EFATÁ, diz o Senhor a nós. ABRE-TE OUVIDO SURDO!!!

Ele fala de muitas vezes e de muitas maneiras, mas nós somos tardos para ouvir e considerar.

"Abre nossos ouvidos, Senhor, em nome de Jesus, amém."

Thiago.

O USO E O ABUSO DA GRAÇA DE DEUS EM NÓS

"...onde abundou o pecado, superabundou a graça..."
"...homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus..."
Paulo em Romanos 5.20 e Judas no versículo 4

Você sabe utilizar a graça de Deus ou vive abusando dela em nome de vontades próprias?

Algumas pessoas não sabem se beneficiar da graça quando dela precisam. Com isto não estou dizendo que a graça é como um subterfúgio que lançamos mãos "ás vezes" com o objetivo de aliviar certos sofrimentos causados por o que quer que seja. Não, absolutamente não! A graça não é uma pílula reservada apenas para momentos específicos de necessidade física, psicológica e espiritual. Contudo, é fato inequívoco que lembramos mais da graça quando dela precisamos, nos momentos em que algo especial nos acontece, seja uma perda, uma falência, um divórcio, um desemprego, uma queda real e factual deliberada no pecado, etc.
Nesses momentos, onde ás vezes nos tornamos mais sensíveis a graça de Deus, acontece que muitos não se utilizam dela como poderiam. Uns não crêem que seja tão gratuita como é; outros consideram-se muito mais culpados do que são conferindo aos seus pecados o status de imperdoáveis; outros ainda se submetem á pressão daqueles que ainda estão debaixo da lei de regras e preceitos religiosos que traz culpa exagerada e desnecessária a respeito de certas quedas que nem Deus maximiza tanto.

Seja de um modo ou outro a verdade é que muitas vezes temos dificuldades em receber a graça de Deus tal como ela é. É aquele tipo de dificuldade que o segundo filho do Pai Gracioso da Parábola chamada de do "Filho Pródigo" teve para receber com alegria a volta do irmão, enquanto que o irmão, apesar de arrebentado, depois de receber e perceber a grande misericórdia do Pai, se entrega a ela sem receios, perguntas, questionamentos e inquisições.

Discursamos sobre graça, mas cremos e a recemos com dificuldade.

No meio religioso ela é uma doutrina linda, mas uma realidade distante da concretização quando alguma queda acontece com um irmão. Deus é gracioso até que alguém adultere, ou roube, ou simplesmente não obedeça as imposições dos pastores do medo sobre eles. Falam sobre graça, mas vivem lei, preceito, regra, condenação, julgamentos constantes.

Tempos atrás, enquanto levava uma mensagem em uma igreja da denominação a qual fazia parte fiz um teste para saber se a resistência a graça de Deus era grande mesmo. Peguei uma cédula de dinheiro e comecei a falar oferencedo-a a qualquer um que a quisesse. Na primeira oferta todos suspeitaram, pensando que era uma pegadinha. Depois que eles viram que não era pedainha nenhuma começaram a envergonhar-se para aceitarem minha oferta. Somente depois de muita insistência minha, três ou quatro vezes, uma pessoa se levantou e disse: "Eu quero, me dê". Então, eu lhe dei a cédula e apliquei  o acontecido como uma ilustração de como temos dificuldades de aceitar tudo que é de graça, visto que vivemos em um mundo onde tudo se paga, se compra, se troca, se barganha.

Você têm dificuldades de receber a graça em sua vida?
Você sabia que essa dificuldade nossa provêm de incredulidade e orgulho?

Orgulhosos e incrédulos, gente cheia de justiça própria, é o tipo mais resistente ás ofertas da graça de Deus na vida.

Eu já fui muito resistente á graça de Deus em minha vida pois era muito cheio de justiça própria.
Hoje, depois de alguns quebrantamentos do Espírito eda Palavra, na maioria das vezes quando algo me é oferecido de graça eu digo: "Aceito. Muito obrigado. Sou pobre, mas não sou orgulhoso!".

A recusa da graça é fruto de um coração pobre que não reconhece sua necessidade real de ajuda!

Por isso, querido, beba e sorva da graça dispensada a você hoje e sempre!

Se eu fosse neopentecostal adepto da teologia da palavra Rhema de poder e determinação, eu lhe diria: "Receba!!!!". Contudo, como não sou, eu lhe digo apenas: aceite, acolha, agradeça, aproveite de toda a graça de Deus derramada sobre você hoje e sempre.

USE A GRAÇA, MAS NÃO ABUSE DELA!!!

Sim, porque, se por um lado temos dificuldade ás vezes de aceitar e receber a graça tal como ela é, por um outro lado, muitas vezes aceitamos tanto que abusamos de tudo o que nos foi dado. Judas chama esse abuso de libertinagem. O que é libertinagem senão uma perversão da liberdade que o Evangelho nos dá em Cristo para sermos e vivermos? Sim, o Evangelho nos liberta, mas não para o abuso e libertinagem.

Liberdade na graça é uma coisa, mas libertinagem é outra!

Utilização dos benefícios da graça é humildade, mas abuso é arrogância e licensiosidade!

Judas diz que abusar da graça é tornar-se ímpio, um homem que parece alguém que nunca conheceu a graça.

Abusar é, dentre outras atitudes e manifestações o seguinte: embebedar-se usando como pretexto a liberdade para tomar qualquer bebida; divorciar-se várias vezes e casar muitas outras usando o argumento dos fariseus de que não são poligamos pelo fato de terem uma de cada vez; sonegar impostos e dizer que quem não o faz irá falir; embolsar  dinheiro mais que necessário como obreiro e dizer que "digno é o trabalhador de seu salário", citando assim um texto bíblico como pretexto para justificar seu próprio pecado; enfim, muitos outros exemplos poderiam ser dados e você pode fazer muitas outras aplicações a seu respeito nesse caso.

Você abusa da graça de Deus sobre sua vida?
Você é um libertino?
Vive inventando justificativas para deturpar a graça de Senhor diante dos homens?

Judas diz que juízo vem sobre a cabeça dos abusadores da graça!

Principalmente porque todos eles sabem exatamente o que fazem. Não são ingênuos e enganados.
São conscientes de seus próprios pecados e insolências contra a bondade do Senhor para com eles.

Em que será que temos abusado da graça de Deus em nós?
Qual perversão e deturpamento se encontra em nosso coração?
Quais os álibis que cosntantemente procuramos encontrar para nos justificarmos?

Que sejamos encontrados abertos ao uso, mas fechados ao abuso da graça de Deus em nosso caminho.

Thiago.

CUIDADO COM O "BEM-FEITO!"

"Sofram perturbação por causa da sua ignomínia os que dizem: 'Bem feito! Bem feito!'"
Salmos 40.15

Hoje no começo da tarde relcamei de cansaço por um certo motivo para certa pessoa e ela deu uma risadinha que discerni na hora ser uma manifestação do "Bem feito!" interior que ela sentia a meu respeito diante de tal fato visto que houve entre nós certa desavença e ela parece ter se sentido vingada naquela hora de desabafo meu sobre meu cansaço.

Então, na hora, comecei a pensar no real significado do famoso "Bem feito!", tão comum em nossa meio e que quando não se manifesta por meio de um sorriso maldoso aparece mesmo é por meio de palavras e frases diversas mesmo que a pessoa não diga essa expressão de maneira literal.

Fato é que o "Bem-feito!" praticamente todas as vezes significa um prazer maldoso e vingativo em observar o mal atingindo o outro de alguma maneira. Ele é na verdade uma vingança indireta resultado não de uma arquitetação camuflada ou calculada, mas da oportunidade de se sentir vingado pela observação do mal que acometeu o outro mesmo que de maneira aparentemente ocasional.

O "Bem feito!" faz-nos sentir-mo-nos vingados!

Ele é manifestação de desejo e concretização de vingança.

Talvez eu e você nunca arquitetamos nem calculamos ou executamos friamente uma vingança contra alguém; contudo, provavelmente, mais de uma vez, manifestamos esse prazer pela observação do mal que acometeu nossos inimigos explodindo pela boca um "Bem feito!" bem forte e alto ou ainda uma outra construção de palavras que tenha o mesmo significado visto que carrega o mesmo espírito de contentamento por se sentir vingado.

Não se engane: o "Bem feito!" e seus irmãos de mesmo espírito são todos filhos do desejo de vingança!

No salmo acima citado, Davi, que fora muitas vezes alvo dessa manifestação, registra um momento em que ele, assim como eu hoje, percebeu a alegria que outros sentiram observando sua calamidade e mal.

A alma sadia compadece-se do mal que acomete até o próprio inimigo. O ser humano que está inundado pelo amor de Deus não tem prazer na desgraça dos outros, ainda que seja o infortúnio do seu pior inimigo, daquele que lhe fez o maior mal de sua vida. Tanto é que Jesus disse que era necessário amar e se compadecer do inimigo também e não apenas do amigo, do irmão, do brother, do aliado. Esse é um grande desafio para se manifestar a graça de Deus no cotidiano.

A maioria de nós solta muitos "Bem-feitos!" enquanto Jesus nos chama para não se alegrar com qualquer mal que acometeu o pior dos homens bem como a se entristecer pela queda e falência do pior que possa existir nessa vida.

Você têm se satisfeito por meio de "Bem-feitos!"?
Se sim, saiba: você está se vingando do mesmo modo que se vingaria se arquitetasse um plano calculadamente frio para apanhar alguém que lhe fez mal.

Cuidado com o "Bem-feito!"!!!
Ele é mal, muito mal!

Substitua-o por uma compaixão sincera que estende a mão ao arrebentado mesmo que ele seja o pior de seus inimigos.

Achou duro o discurso?
Então, reclame com Jesus, pois foi ele quem ensinou tal verdade e princípio do Reino.

Thiago.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O RELÓGIO DA ALMA

"...tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;"
Eclesiastes 3.2

Estou vivendo a realidade das palavras acima citadas retiradas do livro de sabedoria do Eclesiastes. A única diferença que existe, no meu caso neste instante importantíssimo de minha existência nessa terra é a ordem da mensagem que o texto traz. No meu caso uma inversão seria necessário para refletir melhor meu momento de vida: "...tempo de arrancar o que se plantou e tempo de plantar".

Sim, no meu caso e experiência atual estou praticamente no meio das duas etapas, entre o momento do arrancamento do que se havia sido plantado por anos e o futuro que precisa ser recomeçado do zero com semeadura simples total novamente.

Para quem não me conhece nem minha história resumirei agora rapidamente o que significa esse arrancamento para que você entenda realmente o que lhe digo. O meu "arrancamento" do que estava plantado significa uma amputação tripla que precisei fazer para continuar a seguir a Jesus conforme o entendimento simples do Evangelho que tenho recebido. Foram três separações: desligamento da denominação evangélica protestante histórica (Igreja Presbiteriana do Brasil), separação por divórcio daquela que foi minha mulher durante seis anos e também uma separação geográfica do meu filho visto que ele ficou morando com a mãe a 1000 Km de onde eu consegui trabalho e moradia.

Portanto, essas palavras do Eclesiastes têm todo significado para mim neste mometo bem como para qualquer pessoa que se encontre em situação parecida comigo, de falência financeira, profissional, do casamento, algum relacionamento duradouro ou qualquer outra experiência humana igual ou mais dolorosa que estas perdas.

Contudo, existe a segunda parte da história, que é o recomeço, o "plantar de novo" algo novo no lugar daquilo que foi arrancado. Eu já começo a voltar meus pensamentos para essa nova semeadura, com muito mais cuidado e responsabilidade, pois como qualquer outro em meu lugar desejaria, eu quero plantar uma semente melhor que dê frutos mais doces, constantes, de melhor qualidade que os primeiros.

Sinto que já comecei a semear, mas ainda nem sei muito como, pois acabei de chegar em uma nova cidade, totalmente desconhecida, onde todos ainda são um pouco estranhos para mim enquanto eu também ainda sou um mistério para eles. Não tomei nenhuma iniciativa consciente de semeadura real, mas percebo que só minha presença diante deles e a deles diante de mim já causa uma espécie de plantação, de lançamento de sementes, de contato, visto que ninguém é neutro nessa história, nem eu que ainda não tomei iniciativas firmes de plantação nem eles que também ainda não se manifestaram muito com relação a minha pessoa. Contudo, muitas coisas estão acontecendo, mesmo que invisivelmente. Eu, por exemplo, já tive dois sonhos revelatórios depois que cheguei na cidade, nos quais o Senhor me mostrou duas realidades que já aconteceram e estão acontecendo com relação a mim e as pessoas que acabei de conhecer. Graças ao Senhor que falou comigo porque se Ele não falasse eu continuaria ás escuras, sem compreender nada ou apenas pouco do que é real espiritualmente falando nesses dias.

A vida é assim mesmo como diz o Eclesiastes: alternada por estações e tempos diferentes!

Por isso, nós precisamos pedir a Deus que nos revele quem somos e em que estação e tempo estamos para adquirirmos sabedoria do alto e vivermos de acordo com o significado dos tempos de nossa breve passagem por aqui. A passagem já é breve, portanto, nós precisamos de entendimento, caso contrário, além de curta, nossa estada aqui será um desastre, pois qualquer homem que não recebe do alto tal iluminação perde o tempo que já é pequeno aqui envolvido com tudo que é morte, insensatez, vaidade, capricho, correr atrás do vento, como diz o próprio livro do Eclesiastes. O salmos também alerta: "Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos coração sábio". O que é aprender a contar os dias senão compreender as estações e tempos de nossa breve vidinha aqui?

Você compreende as estações da sua vida?
Sabe que tempo vive hoje?
Entende o que é necessário e bom para esse tempo e estação?
Compreende a etapa que está acabando ou a que está iniciando para você?

Tempos atrás assisti uma reportagem sobre o relógio biológico do corpo humano. Lá a ênfase era no cuidado que deveríamos ter, mas não temos, com o nosso corpo, respeitando uma cronologia interior essencial para a diminuição das doenças, o retardo dos efeitos da velhice e outros tipos de problemas. Se nós respeitássemos mais esse relógio biológico interior e orgânico de nosso corpo, ou seja, os tempos e modos do organismo, com certeza viveríamos melhor por mais tempo. Quando terminei de assistir esse programa fiz uma aplicação ilustrativa a nossa alma porque percebo que as Escrituras em vários textos nos ensinam que a alma também têm um relógio interior de contagem e rotação do tempo que deve ser respeitado. Podemos chamá-lo de "O relógio da alma". Esse relógio da alma é uma absorção e compreensão de todas as experiências vividas por nós até aqui onde chegamos. É uma reflexão interior acerca de quem nós e o que nos trouxe até aqui. Ele deve ser respeitado, pois muitas pessoas sofrem desnecessariamente sem saber que a causa é simplesmente a falta de entendimento acerca dos dias, horas e minutos marcados por esse relógio.

Eu, por exemplo, tenho agora 28 anos de idade cronológica, mas sinto que minha alma já tem pelo menos uns trinta e cinco e ás vezes me enxergo com 40. E isso não é uma sensação meramente subjetiva, mas pode ser confirmada objetivamente por um aspecto relevante para minha compreensão do meu "relógio" interior. Meus mais importantes relacionamentos nos últimos dez anos foram com pessoas mais velhas que eu. Foram uma namorada e uma esposa como também dois amigos. Essa minha namorada, há dez anos atrás, tinha 3 anos a mais de idade do que eu e minha esposa que conheci 3 anos depois de terminar esse namoro têm 11 anos a mais que eu. Os dois amigos também têm no mínimo 10 anos de diferença de idade em relação a mim. Portanto, essa afinidade para relacionamentos com pessoas mais velhas que eu também indicam uma falta de compatibilidade para relacionamentos íntimos com pessoas mais novas ou de minha idade.

Qual é a idade da sua alma?
A mesma do seu corpo?
Talvez você seja mais nova de alma do que de corpo e aja essa descompensação da falta de maturidade.

E eu não estou falando de chatice e ranzinzice de velho, mas de maturidade real e feliz de quem já caminhou alguns passos para frente na carreira da existência na terra.

Você consegue compreender seu "Relógio da Alma"?

Tente discerní-lo porque esse é um entendimento importantíssimo para qualquer ser humano na face dessa terra.

Deus o revele a você. Amém.

Thiago.

O DIA EM QUE PERDI O MEDO DE VIVER

"Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância"
Jesus, no Evangelho de João

Num artigo anterior a esse intitulado "A MORTE DO MEDO MAIS ESSENCIAL" digo que perdi o medo de morrer aos 20 anos de idade depois de crer mesmo nas palavras da Palavra sobre o fato de que Deus criou o homem com a semente da eternidade em seu coração e Jesus veio para consumar essa realidade morrendo nossa morte e ressurgindo nosssa ressurreição bem como tomando das mãos do Diabo o poder que ele tinha de, pelo pavor insuflado nas almas humans, escravizar os homens com esse medo até o fi mde suas existências terrenas.

Assim, perdi o medo de morrer, contudo ainda restava em mim o medo de viver!

Sim, isso mesmo, o MEDO DE VIVER!

Eu que pensava ser o medo da morte o único grande medo a ser vencido.
Contudo, sei que por experiência própria, é possível perder o medo da morte sem ganhar o amor pela vida.

Pode ser que você que me lê já venceu o medo da morte, mas ainda continua temendo a vida.

Entretanto, Jesus nos diz que Ele não veio apenas para assassinar o medo de morrer, mas também e principalmente para implantar a fé e coragem PARA VIVER. Por isso, Ele disse o que disse e citei acima que veio não apenas para "dar vida", isto é, livrar-nos da morte e inexistência, mas especialmente para chamarmo-nos para uma vida abundante, no Espírito, com sabedoria, amor, poder, significado, experiências transcendentes, fé, compreensão, discernimento espiritual da vida e dos mundos que nos cercam.

A vida abundante é cheia de paz, amor, justiça, alegria no Espírito Santo!

Vida abundante é a encarnação do Evangelho em nós todos os dias sem férias nem pausas.

Geralmente não experimentamos vida abundante porque não encarnamos o significado do Evangelho em nós. Ele se torna apenas religião, palavra, informação, letra morta, regras e preceitos, cartilha de doutrina da denominação, repetição de tradições transferidas por nossos familiares e nem sequer questionadas por nós.

Todavia, a vida abundante só se manifesta em nós quando deixamos a teoria e mergulhamos na prática que crê no salmos quando diz: "Provai e vede que o Senhor é bom". Só vê que o Senhor é bom quem prova do Senhor e de sua bondade; quem toma decisões de fé baseadas em princípios da Palavra ensinados pelos profetas, apóstolos e principalmente pelo Senhor Jesus, no Sumo Pastor e Mestre.

A maioria dos cristãos não eperimenta vida a abundante.
Podem até experimentar vida - aquele conforto gerado pela certeza da vida eterna em Cristo - mas aqui nesse mundo vivem como se fossem cidadãos da morte, com aquele espírito de velório, cheirando desesperança para todos os lados.

Você já perdeu o medo de viver?
Já experimentou a vida abundante que há no Senhor?
Propôs-se a praticar o Evangelho e experimentar a bondade do Senhor na terra dos viventes?
O que está esperando? A Volta do Senhor?

Jesus já voltou para todo aquele que se entregou a vida abundante que Ele nos deu!

Esse não se preocupa mais com "a volta" dele, pois para tal indivíduo tanto faz se Jesus voltará ou ele irá a Jesus antes por via da passagem natural chamada morte.

Tanto faz como tanto fez!

Morre é Cristo e viver é lucro!

Anda, levante-se, tire essa bunda preguiçosa dessa poltrona confortável demais e desgrude a mão desse controle remoto que parece ter-se colado em sua palma.

Eu não sou o Cold Play, mas te digo em nome de Jesus: "Viva la vida!"

Thiago.

A MORTE DO MEDO MAIS ESSENCIAL

"...por sua morte destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o Diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos á escravidão por toda a vida"
Hebreus 2. 14-15

Perdi o medo da morte aos 20 anos quando, após meditar muito no significado das palavras de Cristo sobre a vida eterna, fui inundado de uma convicção profunda de certeza daquilo que as Escrituras afirmam variadas vezes a respeito da eternidade, inclusive aquela afirmação maravilhosa de Eclesiastes que nos ensina a eternidade como sendo uma semente de garantia perene de vida pelos séculos dos séculos no coração humano.

Entretanto, verdade é que faço parte de um pequeno grupo de pessoas na face da terra que podem declarar o mesmo com verdade verdadeira. Sim, a minoria das pessoas neste mundo inclusive entre aqueles que se declaram filhos do Evangelho eterno, de fato e de verdade, no seu íntimo, venceram este medo. Digo que faço parte dessa minoria não porque me sinta superior ou mehor que ninguém, mas apenas porque é uma verdade constatada dia após dia. Eu mesmo desejo que todos alcancem o que alcancei como já vi outros terem-no alcançado de verdade essa convicção de fé.

A verdade porém é que até os cristãos morrem de medo de morrer!

Muitos cristãos padecem desse pavor e até pastores e líderes os mais diversos tremem diante da morte cheio de dúvidas e receios mil.

O medo da morte é o mais essencial de todos e o pai de todos eles!

Temer a morte é temer tudo posto que tudo o mais se torna grave o bastante para ser temido.
Por outro lado, vencer esse medo pela fé na Palavra que afirma a verdade de que Deus nos criou eternos é vencer, por conseguinte, a maioria de todos os outros medos, visto que, o que temerá um homem que perdeu o medo de morrer? Temerá ele a pobreza? A fome? A doença? O frio? O abandono?

Todos os outros medos se tornam anões para um ser humano que vence o medo da morte!

Como, então, se dá a vitória sobre o medo da morte?
De que maneira um homem pode vencer esse pavor que se não fôr vencido escraviza o ser por toda a vida conforme ensina Hebreus?

Vencemos o medo da morte apenas quando cremos de todo o coração, genuinamente, no que a Palavra de Deus diz abundantemente sobre ela. E o que a Palavra de Deus ensina sobre a morte?

Ora, simplesmente que ela já foi vencida na cruz do Calvário pelo Senhor Jesus e sua ressurreição é a garantia de nossa ressurreição futura, que todos os que nele creem não permanecerão mortos mas passaram da morte para a vida; que Deus não é Deus de mortos e sim de vivos pois para Ele todos sempre vivem. Para Ele não há cemitérios, nem caixões, nem velórios, pois do lado de lá todos continuam vivendo para sempre eternamente.

O que digo parece óbvio, mas muita gente embora já tenha lido e ouvido essas palavras um milhão de vezes continua sem fé para transcender os limites imediatos das materialidade dessa vida passageira. Sim, estes confessam a vida eterna com a boca, mas não creem nela com o coração. Vivem como seres desse mundo apenas, como se sua vida fosse apenas mesmo 70 ou 80 anos; pararam no SAlmo 90, não chegaram a fé dos Evangelhos e também de I Coríntios 15 onde Paulo trata do assunto com radicalidade devida ensinando que sem fé na ressurreição é impossível abraçar o Evangelho de maneira alguma.

Você tem medo de morrer?
Você crê, mesmo, de verdade, nas promessas de eternidade do Senhor a nós?
Se crê, por que anda angustiado com a possibilidade e proximidade de sua partida?

Se você não crê na vida eterna eu o aconselho a abandonar tudo: denominação, congregação, oração, leitura bíblica, boas obras e qualquer confissão de fé a respeito de Jesus e do Evangelho. Sim, porque enquanto essa fé não brota tudo o mais não aproveitará!

Paulo disse que sem amor nada aproveitará.
Eu digo agora que sem fé nada eternidade tudo se torna sem sentido.

Sem fé na ressurreição, como afirma Paulo em I Coríntios 15, devemos nos entregar as vaidades e trivialidades dessa existência: comida, bebida e espera sem esperança pelo nosso fim.

Eu aconselho, inclusive, que se você não crê na ressurreição PARE AGORA DE LER ESSE BLOG, pois ele só lhe fará mal, se não fôr acompanhado de fé genuína nas palavras que eu aqui, em conformidade com o Evangelho, ensino.

Jesus morreu para destruir o poder de escravizar os homens que o Diabo tinha até que o Cordeiro fosse imolado.

Coragem querido! Fé! Você é eterno!

Você já parou para pensar o que significa SER ETERNO?
Já imaginou a revolução que um homem cheio de fé em sua eternidade conforme o Evangelho pode produzir a sua volta ou até em muitas partes do mundo ao mesmo tempo?

"Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem...sei que tudo quando Deus faz durará eternamente;"

Amém!!!

Thiago.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O BRASIL CRESCEU, MAS NÃO SE DESENVOLVEU

Ontem, enquanto ouvia uma tradicional rádio do Distrito Federal, foi-me confirmado pela boca de especialistas e estatísticas o que eu e muitos outros já percebem acerca da atual situação real do Brasil.

Muitos estão empolgadíssimos com o crescimento econômico e eu entendo essa empolgação que têm certo sentido de alívio principalmente aquelas pessoas que nos últimos anos de "up" social saíram da situação de pobreza e hoje podem respirar um pouco mais aliviadas com um certo dinheiro a mais no bolso, o que aumenta o poder de consumo e a qualidade de compra de produtos de subsistância básica.

Entretanto, é preciso continuar com os pés no chão justamente porque a realidade é muito mais ampla do que muitas vezes se enfatiza.

O Brasil cresceu sim, economicamente, mas ainda não se desenvolveu como precisa.

A primeira prova de que o desenvolvimento mesmo ainda não chegou de maneira substancial em nosso país é o ainda alto índice de desigualdade social. A maioria das pessoas que ganharam com esse "boom" do capital foram os que menos precisavam, gente de classe média e alta. Os da classe média pularam para a alta e os da alta tornaram-se milionários ou bilionários como enfatiza uma reportagem recente de uma conhecida revista nacional, onde se diz que o número de pessoas com patrimônio igual ou superior a um milhão aumentou consideravelmente como nunca na história desse país. Uma estatística que ilustra essa desigualdade é a abismal diferença entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres. Os primeiros recebem ainda 39 vezes mais que os últimos. Isso mesmo: 39 vezes a mais. Será que esse é um índice de um país desenvolvido?

Outra prova de que o país ainda não pode ser chamado de desenvolvido é o nível de falta de cuidado básico para uma massa de cidadãos. Saneamento básico, educação, saúde, isto é, áreas essenciais para o desenvolvimento do ser humano. Falemos um pouco de educação. Contudo, não me refiro á educação formal da sala de aula, nem reclamo aqui da falta de consideração para professores que são desprezados. Isso tudo e mais um pouco é verdade e influencia na educação de uma forma geral. Contudo, falo da falta de educação básica, de berço, de família, recebida pelo pai e pela mãe, aquela consideração pelos mais velhos, aquele respeito que gerações antecedentes tinham muito mais do que nós embora também saibamos que havia alguns exageros de repressão desnecessária e autoritarismo particarcal. Mesmo assim, em muitos sentidos, nossos pais e avós ainda têm o que nos ensinar. O que se vê nas ruas desse país é um povo com mais dinheiro no bolso e menos educação inclusive para gastá-lo. Estamos tendo que engolir certos indivíduos arrogantes e ignorantes simplesmente porque têm dinheiro e isso lhes traz certo poder nesse mundo capitalista.

Um terceiro fator que nos traz para o chão da realidade de quem ainda somos é a situação espiritual do Brasil. Continuamos a ser um país religioso, mas que em sua maioria desconhece o verdadeiro significado do Evangelho de Jesus. Os católicos continuam daquele jeito: na Idade Média ainda em muitos sentidos tentando resgatar uma glória institucional que já não têm; os evangélicos cada dia mais doidos, principalmente os ramos pentecostais e neopentecostais; as denominações históricas mantêm um pouco mais de sobriedade, mas também estão se tornando insípidas, sem sabor, presas em seus sisteminhas insituicionais do século passado e no passado fervoroso que um dia tiveram mas que acabou restando apenas uma geladeira de intelectualidade sem poder do Espírito Santo que aquece os corações.

Esse é um retrato básico e simples de nosso país, mas é verdadeiro e você há de concordar com tudo o que disse, pois falei apenas a verdade inexorável perceptiva aos olhos de quem quiser ver.

O que será de nós nos próximos anos?
Continuaremos alimentando ilusões?
Temos uma boa oportunidade em mãos, mas será que sabemos aproveitá-la para melhor?
Será que um dia seremos uma nação desenvolvida mesmo em todos os aspectos: financeiro, educacional, social e espiritual?

Espero que sim. Oro para presenciar essa realidade.

Thiago. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

SERÁ QUE DEUS CRIOU O MAL?

"Eu sou o Senhor teu Deus e outro não há. Criei a luz e faço as trevas; faço a paz e crio o mal"
Deus, ao profeta Isaías, no capítulo 45

Esses dias atrás lendo o livro de Lamentações do profeta Jeremias, por um outro motivo que não é questionar a origem do mal e sua causa, me deparei com uma elucubração do profeta acerca do significado de certos acontecimentos presentes na vida de Israel naqueles dias. Na verdade, ele, juntamente com o povo, sofria muitas calamidades físicas, psicológicas e espirituais, de muitas naturezas e manifestações diferentes: pobreza, fome, escárnio, angústia, desesperança, etc. Jeremias então, tentando compreender mais profundamente o que originava todo aquele mal, começa a refletir e orar; orar e refletir bem como também escrever suas orações e reflexões a respeito.

Primeiro ele constata que a calamidade era resultado e conseqüência do próprio pecado do povo. Eles haviam se afastado do Senhor e se embrenhado pelos seus próprios caminhos, pecando deliberadamente, embriagando-se de muitos entorpecentes espirituais como a religião, a hipocrisia, a maldade, a indiferença, etc.

Depois ele percebe que a calamidade toda não era apenas resultado óbvio e imediato do prórpio pecado de Israel. Havia algo mais, uma fonte mais profunda, uma origem mais entranhada, um mistério que poderia explicar ou pelo menos elucidar um pouco mais a intrigante sensação de inquietação. Então, o profeta considera que Deus PERMITIU o mal como castigo-disciplina necessária para o bem do povo, isto é, Deus NÃO IMPEDIU em nenhum momento que o mal plantado por eles fosse suspenso, mas deixou que a semente gerasse o fruto do qual correspondia sua natureza: maligno.

Contudo, esse discernimento ainda não aquietou e convenceu Jeremias. Ele suspeitava de uma terceira alternativa chocante. A opção seria a verdade de que o mal instalado na sociedade não fora apenas colheita óbvia de acordo com a semente maligna plantada nem somente uma permissão para que a disciplina os atingisse. O servo do Senhor começa a considerar uma origem estranha e complexa de se entender com categorias lógicas de pensamento humano limitado: a autoria divina do mal. Significa que Deus não apenas PERMITIU  o mal, mas também INTENTOU PROPOSITADAMENTE contra o seu próprio povo. Por isso, no capítulo 3, ele pergunta:

"Porventura não realiza o Senhor tanto o mal quanto o bem?" (Lamentações 3.38)

Ele começa a considerar o dedo divino na concepção do mal.

Está aterrorizado? Tal pensamento lhe é estranho? A mim também, muito e até agora. Contudo, começando a pensar sobre o assunto percebi que não se trata apenas de filosofar ou teologizar humano visto que encontramos um registro claro de uma fala do próprio Deus (não pensar humano) a respeito. São as palavras que estão no começo desse artigo inequivocalmente claras:

"EU...O SENHOR...FAÇO A PAZ E CRIO O MAL"


Esse texto é fundamental porque se trata de uma fala do próprio Deus acerca do assunto. Ele assume a autoria do mal para si. Além disso, existem outros textos das Escrituras onde se vê claramente, como naquele de Lamentações, a mesma afirmação a respeito da autoria divina sobre o mal.

E agora, será que o mal foi mesmo criado por Deus?
Mas Deus não é bom? Como pode Ele sendo bom criar o mal?
É uma contradição? Um paradoxo? Um erro de tradução dos originais?
Por quê Deus criaria o mal?
Que proposito teria ele com tal intento?

São perguntas sobre as quais eu não tenho resposta. É um mistério divino. É um enigma do amor do Pai Celeste.

Contudo, preciso admitir que eu não me surpreenderia se Ele fosse mesmo o inventor do mal, embora creio que sendo Ele essencialmente bom só criaria o mal para um bom propósito.

Então, agora, você me pergunta: "O que eu tenho a ver com isso e isso comigo? Por quê você não pára de teologizar e filosofar e escreve de fato e verdade uma verdade que tenha aplicação para a vida?"

O meu objetivo não é filosofar nem teologizar, mas apenas refletir sobre palavras que estão nas Escrituras e que têm um significado profundo e existencialmente importante para cada um de nós.

Sim, é importante porque nos ajudaria a suportar melhor todo o mal que nos acomete visto que tendo certeza de que até o mal foi criado pelo Senhor para um bom propósito seríamos acometidos de uma força tremenda para enfrentar o pior dos problemas e a tragédias que podem acometer um ser humano.

Como você se sentiria se soubesse que até os males da vida toda são na verdade um conspiração de graça e amor em bondade do Senhor em nosso favor?

O que passaríamos a pensar a respeito de um Deus tão bondoso que para revelar sua bondade cria um elemento antitético e aparentemente contraditório simplesmente para iluminar mais seu amor e sua bondade para com toda sua criação amada?

Eu não sei se de fato Deus criou o mal. Está escrito. Registrado. Em Isaías e implicitamente em outros registros das Escrituras. Contudo, digo isso de todo o meu coração, ficaria feliz se soubesse que Ele isso fez não porque é um sádico todo poderoso que gosta de brincar com seu poder, mas um Ser irreferivelmente Amoroso em sua Essência que para tornar-se conhecido inventa até o mal e a dor para salvar-nos de toda ignorância e entorpecimento ao qual nos entregamos deliberadamente.

Deus criou o mal?

Pode ser que sim, mas isso não importa mais saber visto que o que de fato é necessário é ter a certeza de sendo Ele o autor do mal ou não, realidade inequívoca é que Ele é Amor.

ELE NOS AMA MUITO!
NUNCA COMPREENDEREMOS O TAMANHO E PROFUNDIDADE DESSE AMOR!

Ele ama até o extremo. Ele move céus e terra em nosso favor. Ele é o Pai Celeste que cuida de seus filhinhos pequenos com carinhos e cuidados que os pequeninos talvez nunca entenderão nem enxergarão.

Ele nos ama tanto que cria tudo para o nosso bem, mesmo que nesse tudo caiba até o mal.

Portanto, descanse no denso e profundo amor do Pai Celeste por você.

E quando estiver sofrendo realmente dores físicas, psicológicas e espirituais, saiba que o dedo dele está não apenas permitindo, mas propositalmente derramando mal sobre você, para que por essa via estranha á nossa lógica limitada e pensamentos pequenos, Ele mostre que te ama de um modo que nunca você compreenderá em sua totalidade.

"Obrigado Senhor, por todo o mal que já sofremos, estamos padecendo ou venhamos a sentir, porque sabemos que sendo ele criação tua ou não temos a certeza de Teu amor por nós é muito maior do que nossa vã teologia imagina. Amém."

Thiago.