quarta-feira, 25 de julho de 2012

O REINO DAS KENGAS E A IGREJA DOS PERDIDOS

"Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes vos precederão no reino dos céus"
Jesus, ensinando que a sinceridade, o arrependimento e o amor introduzem as pessoas no reino

"Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz aos espias"
Hebreus 11.31

Ontem a noite fiquei impressionado com certa história de uma moça narrada no seriado da Globo "Gabriela".
O nome da personagem é Lindinalva e ela foi forçada pelo noivo para transar. Depois que isso aconteceu, o noivo fugiu e ela ficou para encarar a sociedade moralista, perversa e hipócrita na qual vivia. Daí, então, começou uma terrível luta por sobrevivência. A cidade inteira ficou sabendo do que lhe acontecera, de como ela tornara-se uma mulher "perdida" pelo fato de ter se "entregado" ao noivo antes do casamento.
Ela tentava se justificar dizendo que foi ele quem insistiu, mas ouviu várias vezes a mesma acusação: "A culpa é sempre da mulher. É isso que a sociedade diz". Peregrinou de porta em porta pedindo abrigo, pelo menos um teto e comida em troca de qualquer trabalho que pudesse realizar. Mas foi rejeitada por todos e todas. As mulheres lhe diziam: "Sou uma mulher honrada, casada, e não abrigarei uma perdida como você". A maioria dessas pessoas que a rejeitaram eram muito religiosas, "comportadas", "honradas", mães, esposas e qualquer título que os graus de reputação hipócrita humanos puderem atribuir a alguém.
Depois de não conseguir ajuda alguma, despejada da casa onde morava e sem opção, ela bateu no prostíbulo da cidade e pediu auxílio para a dona. A proprietária, personagem vivida pela cantora e agora atriz Ivete Sangalo, a acolheu com amor e disse que ela teria não apenas teto, comida e trabalho, mas também amor, carinho e amizade. Lindinalva, então, mesmo não querendo vender seu corpo, viu-se obrigada pelo menos naquele momento a entregar-se a prostituição para sobreviver. Ela foi, chorando por dentro, mas foi.

Eu chorei com algumas cenas dessa peregrinação da personagem na minisérie.
Você sabe por quê?
Porque esse é um retrato real do espírito não apenas de uma sociedade antiga como aquela, mas também de uma alma modernamente perversa como a nossa.
As configurações mudaram, mas as mentalidades e espíritos são os mesmos hoje.

Na hora eu me lembrei e entendi plenamente porque Jesus disse aos religiosos de sua época que as prostitutas e meretrizes entrariam antes no reino do que eles. Você sabe porque?
Porque geralmente, como era o caso da minisérie, entre as "kengas" existe mais sinceridade e amor do que entre os crentes. Sim, todos sabem que o que digo é verdade.

As kengas são mais sinceras e amorosas que os crentes por isso elas chegarão antes á mesa do banquete do reino dos céus.

Raabe é também um exemplo bíblico dessa verdade, pois foi justificada por meio do arrependimento que gerou amor para acolher os espias que precisavam de socorro.

Assistindo as cenas da minisérie comecei a pensar:
 "Quem são os verdadeiros perdidos?
As prostitutas que com sinceridade e amor acolheram a injustiçada pobre e desabrigada?
Ou os religiosos que a tocaram de suas casas como uma cadela doente e inútil?

Creio, de todo o coração, que as beatas insensíveis estavam muito mais perdidas que as meretrizes acolhedoras!

Eu, em menor grau, tenho sentido em minha pele uma realidade semelhante a essa.
Depois de minha separação, tenho encontrado mais sinceridade, amor e graça nos não religiosos do que nos crentes. Os não religiosos se entristecem, mas me desejam boa sorte no recomeço da caminhada. Já os crentes proferem muitos juízos condenatórios contra a minha alma. Já me xingaram de tudo quanto é nome, dos mais grotescos aos mais sofisticados. Eu, contudo, discirno tudo e procuro amadurecer a consciência do Evangelho em mim nesses dias de encurralamento que a vida me deu.

O que eu quero realmente dizer e que fique bem gravado em sua alma é que o que importa para Deus é que todos se arrependam da sua iniqüidade básica, da sua essência torta, do seu espírito surtado rumo a pretensão de viver independentemente de Deus. Na final das contas, seja você um religioso, uma puta ou um cidadão "decente", não importa. O que importa para Deus é que TODOS SE ARREPENDAM!

Sem arrependimento genuíno, disse Jesus, todos nós pereceremos, independentemente de qual grupo façamos parte ou possamos ser incluídos ou rotulados.

Com quem você mais se parece?
Com uma prostituta sincera e amorosa que não perdeu a sensibilidade ou com religiosos intolerantes que mantém um coração duro diante das necessidades de seres humanos carentes?

Eu prefiro ser uma kenga sincera, amorosa e arrependida do que um crente hipócrita, insensível e duro.
E você?
Achou duro o discurso?
É duro mesmo mas cheio de amor para a salvação da nossa alma.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A GRANDEZA DA IGREJA DE JESUS

"Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas mãos;"
Apocalipse 7.9

Ontem a noite eu estava na Praça de Esportes aqui da cidade acompanhando alguns jogos de futebol de um torneio entre as igrejas evangélicas daqui do município. Na saída, quando caminhava em direção ao portão, ouvi uma expressão que ultimamente têm me doído os ouvidos por causa do significado que ela carrega, um significado de reducionismo da grandeza da igreja de Jesus na terra. Uma moça disse a dois amigos no meio da conversa: "...porque a nossa igreja....". Não sei qual o assunto eles estavam tratando e também não me interessa saber. O que me interessa é compreender o significado dessa expressão "nossa igreja".

Essa expressão significa um reducionismo da natureza da igreja porque transforma o corpo universal de Cristo em um ente local bairrista restrito ao controle de algumas pessoas. Tal expressão transforma a igreja num clube, numa empresa, numa associação, numa repartição apequenada, numa agência, numa loja, enfim, em um ser muito menor e mais pobre do que ela realmente é.

E o que a igreja é?
A igreja é o que a Palavra diz que ela é, ou seja, uma multidão de gente feliz de todas as geografias do mundo que se alegra por causa da redenção que receberam do Cordeiro Eterno de Deus.

Não é isso que o texto acima de Apocalipse diz que é a igreja?
Não é esse de fato o melhor retrato a ser pintado da noiva de Cristo?
Não é esse ajuntamento sem discriminação dos escolhidos que amaram o Senhor de todo o coração?
Não é a igreja o ajuntamento de indignos que se regozijam na Graça Abundante do Senhor por todos?

Ou será a igreja de Jesus um templo? Uma denominação? Um pulpito? Um clube de gente fofoqueira? Um bando de pessoas que se apressam a condenar e são tardias para amar e perdoar? Um CNPJ?

Será a Verdadeira Igreja uma assembléia? Ou uma presbiteriana? Batista? Metodista? Pentecostal do ministério tal? Mundial ou Universal dos bispos gananciosos?

Por favor, não dá mais para diminuir o que é grande!
Deixem a igreja ser o que ela realmente é: um ajuntamento universal dos discípulos do Senhor!

A igreja é do Senhor e de todos os que dela fazem parte.
Não é minha, nem sua, nem nossa, nem do pastor, nem do bispo, nem da bispa, nem do apóstolo, nem do missionário, nem do evangelista, nem do empresário, nem do padre, nem do teólogo, nem do presbítero, nem do irmão mais rico que possui um dízimo mais alto, nem do profeta, nem da profetisa, nem de qualquer outra pessoa que dela se ache dono.

A igreja pertence a Jesus pois é a Noiva Linda Remida Lavada e Cheirosa.
Essa noiva somos todos nós que cremos em o nome do Senhor Jesus Cristo.

A Igreja de Jesus é uma grande comunidade universal com representações de todos os tipos de seres humanos, pois, no final das contas, embora haja muitos "tipos" com aparências diferentes, todos somos iguais na essência, seres criados a imagem de Deus, caídos e desviados, mas reconciliados com Ele por intermédio de seu Filho Unigênito que morreu antes de nascer, pois a cruz foi levantada antes da fundação do mundo.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O AMOR É ISSO...

"...não procura seus interesses..."
I Coríntios 13.5

Esses dias tive uma experiência que me fez escolher entre o caminho do amor e a vereda do egoísmo.

Eu já estava aqui na cidade onde mora meu filho há alguns dias, perambulando, peregrinando, sozinho, pobre, a pé, cansado, sem morada fixa, sem trabalho, sem ter noção se conseguiria aqui permanecer e se conseguisse em que estado eu ficaria. Um desses dias, me bateu um desespero, principalmente pelo fato de estar só, morando só, dormindo só, comendo só, andando só, enfim, a solidão me apertou e me espremeu. Então, pensei em regressar para minha cidade natal, para perto de minha família e amigos, onde eu mataria a solidão pois moraria na casa de minha mãe e teria companhias agradáveis as quais eu estava tendo até poucos dias atrás. Contudo, regressar para lá seria me distanciar do meu filho de 4 anos que se sente muito feliz pela minha proximidade dele visto que nesses últimos seis meses eu morei há 1000km de distância e nos víamos apenas uma vez ao mês e as vezes esses encontros eram rápidos, de dois ou três dias, visto que eu precisava voltar para a cidade onde estava trabalhando. Então, fui colocado contra a parede e precisava decidir. De qualquer maneira iria sofrer: se ficasse continuaria só e se fosse estaria distante dele.

Pensando em que decisão tomar eu compreendi uma realidade mais profunda do que até então eu tinha percebido. Essa realidade mais profunda era o fato de que cada decisão manifestaria uma escolha de minha alma, uma mentalidade, um sentimento, um espírito, uma energia. Se eu decidisse ir o faria motivado por egoísmo, individualismo, autoaliviamento, busca de satisfação pessoal imediata de uma necessidade psicológica e espiritual minha. Já se eu decidisse ficar estaria optando pelo caminho do amor, do sacrifício, da entrega, da renúncia em favor de meu filho que tanto precisa da minha companhia.

Essa compreensão foi essencial para entender o que realmente estava acontecendo.

Então, tudo se simplificou. Eu estava diante de dois caminhos: o caminho do egoísmo e o caminho do amor.
Caminhos opostos, totalmente diferentes, distantes.
Fui desafiado pela minha consciência a tomar uma decisão acerca daquilo que eu afirmo ser o caminho sobremodo excelente. Sim, fui desafiado a praticar aquilo em que eu digo crer, pois como cristão vivemos falando em amor, mas a realidade é que na maioria das vezes trata-se apenas de discurso desassociado da realidade prática do que significa amar.

Escolhi ficar, foi difícil, mas necessário.
Escolhi o caminho excelente e estreito do amor.
Continuo sofrendo as dores, mas também entendendo que só é possível trilhar o caminho do amor pela via da dor. Amar é sofrer. É impossível amar de verdade sem sofrimentos pois exige sacrifícios e renúncias. Quem diz que ama, mas nunca se sacrifica nem renuncia é um mentiroso que apenas discursa aos ouvidos dos despercebidos que o cercam. O amor só se prova provando, só se concretiza andando, só se materializa no cotidiano. Se eu dissesse que amo meu filho, mas o abandonasse eu seria um mentiroso e hipócrita que discursa uma realidade totalmente desconexa da verdade.

O amor "não busca seus interesses" e sim "o interesse de outros".
O amor se sacrifica para que outros ganhem benefícios físicos, psicológicos e espirituais.
O amor se doa, se dá, se entrega, não se reserva nem se preserva demais.
O amor se desgasta, envelhece e enfraquece em favor de outros.
O amor emagrece para que outros se tornem fortes.
O amor chora para que outros possam rir.
O amor se limita para que outros possam ter seus horizontes ampliados.
O amor se cansa para que outros possam descansar e acorda para que outros possam dormir.
O amor passa frio para que alguns se aqueçam e come menos para que outros também possam se alimentar.
O amor economiza consigo mesmo para atender a necessidades de outros.
O amor mora mal para que outros morem bem e veste-se com mais modéstia para que outros tenham mais conforto e beleza.
O amor faz tudo isso e muito mais que não poderia eu lista pois essa lista seria infindável.

O amor é isso e tudo o que com isso se parecer.

O amor é esse caminho excelente e estreito que nos desafia a fugir da mediocridade.
Você tem disposição para percorrê-lo?
Eu preciso ter, pois caso contrário, continuarei sendo apenas mais uma ameba ambulante que vive para agradar a si mesmo e para suprir suas próprias necessidades, caprichos e vaidades.

DEUS NÃO SE IMPRESSIONA COM NADA

"Ainda a palavra não me chegou a boca e Tu Senhor já a conheces toda"
Salmos 139.4

Ontem a noite assisti um pouco uma entrevista do programa de Marília Gabriela no SBT.
Ela entrevistou o brasileiro naturalizado americano "Robert Ray" ou "Dr. Ray" conhecido médico cirurgião que se tornou famoso após entrar também para  mundo do entretenimento, de Hollywood.
A parte que me chamou a atenção na entrevista foi quando no começo, após fazer uma introdução do perfil do homem, dizendo que "os números financeiros relativos a ele são impressionantes", Marília Gabriela foi interrompida pelo entrevistado que disse: "impressionam mesmo os homens, mas eu quero é impressionar Deus...". Obviamente, ele expressou - e pareceu sincero - a sua insatisfação com a riqueza que não lhe está proporcionando um contentamento superior, de alma, de espírito, de paz e significado para a vida.

Então, comecei a pensar sobre o significado de "tentar impressionar Deus".

O que significa tentar impressionar Deus?
Será um desejo comum de muitos seres humanos?
Qual o espírito por trás de uma afirmação dessas?

"Impressionar Deus" significa tentar conquistá-lo, convencê-lo de algo, atraí-lo, adquirir por meio de barganha algum ou alguns favores seus. É um esforço humano gerado pela justiça própria que habita nosso enganoso e corrompido coração desde sempre. Justiça própria essa que é a mãe e o pai da religião, pois a religião é fundamentada toda em esforço humano para conquistar favores de Deus. "Tentar impressionar Deus" é se vender para ele, aliciá-lo como se ele aliciável fosse; seduzí-lo como se ele tentado pudesse estar; provocar nele uma necessidade de ter-nos para si mesmo como se Ele necessitasse de algo ou alguém.

Tentar "impressionar Deus" é se oferecer para Ele como uma prostituta se oferece para um homem em troca de dinheiro como se existisse em Deus esse "apetite", essa "fome", esse vazio que pudesse levá-lo a desejar a presença humana.

Esse desejo é muito comum em todos os seres humanos, pois somos todos iguais, temos o mesmo coração enganoso e corrupto e também em todos nós habita um bichinho da goiaba chamado justiça própria. Todos, sem excessão, consciente ou inconscientemente, já tentaram, continuam tentando ou tentarão impressionar Deus e conquistá-lo para atraí-lo e dele receber benefícios. Todos nós, principalmente os mais religiosos, são um poço de justiça própria concentrado, denso, pastoso. A maioria dos seres humanos é filho de Caim, nome que significa "conquistei" dado pela sua mãe que ao invés de agradecer a Deus pelo fato de a geração de um filho ser uma graça total e exclusiva do Senhor, reconheceu apenas que Deus a "ajudou". Ajudou? Deus só ajuda a gente? Ele só participa? É apenas um coadjuvante? Não, absolutamente não! Paulo diz que respiramos e nos movemos por meio dele e isso o faz absolutamente essencial a nossa existência.

DEUS NÃO É IMPORTANTE, DEUS É ESSENCIAL!!!!!

Portanto, o espírito por trás de uma afirmação como essa de Robert é o de justiça própria e ilusão de automerecimento da graça divina. É uma espécie de "espírito de Don Juan espiritual". É esse espírito que as Escrituras todas condenam de capa a capa. Desde Adão e Eva quando estes tentaram se cobrir com as roupas que eles próprios confeccionaram até o Apocalipse quando lemos que ninguém é digno de merecer a graça divina.

Essa foi a mensagem pregada aos antigos, aos patriarcas e matriarcas.
Também foi esse o grito dos profetas.
Jesus foi a concretização histórica do sacrifício eterno que resolveu esse dilema de uma vez por todas.
Os apóstolos, principalmente Paulo, só ensinaram isso.

Você é um ser que tenta impressionar Deus?
Você vive se esforçando para ser uma "pessoa correta"?
Você se gaba de ser um bom filho-filha, pai-mãe, marido-esposa, profissional, crente, etc?
Você vive tentando manter as aparências que escondem esse seu podre caminhar?
Você acha que Deus é homem para se impressionar com exterioridades?
Você acredita mesmo que esses anos de bunda colada no banco da igreja lhe garantem a graça divina sobre você?

Está impressionado com essa mensagem?
Deus não, pois Ele não se impressiona com nada.
E eu fui até muito suave diante da gravidade que o assunto requer.

Deus te ilumine e te dê a paz.
Paz para descansar dessa correria promovida pelo engano da justiça própria que nos habita.
Paz, paz, paz, paz!
Descanse.
Amém.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

QUANDO DEUS DESCE A GENTE ENDOIDECE

"Pois Deus não é Deus de confusão, senão de paz..."
Paulo, o apóstolo, aos irmãos de Corinto sobre a manifestação dos dons espirituais

"Eia, desçamos e confundamos a sua língua...por isso se chamou o seu nome Babel, porque ali o Senhor confundiu a língua de toda a terra"
Deus, quando usou a confusão como instrumento de salvação para os seres humanos

Hoje pela manhã, estava conversando com uma pessoa querida pelo telefone acerca de situações difíceis e confusas que estou vivendo. Incertezas que eu sabia que me acometeriam depois que tomei decisões baseadas sim no entendimento que recebi acerca de realidades espirituais profundas e reais. Essa pessoa me disse: "Acho que você tomou decisão errada, porque Deus não é de confusão e sua vida está toda confusa...". No momento eu concordei com ela apenas para não prolongar a conversa e ter-lhe de explicar tudo o que estou escrevendo aqui até porque eu sei que ela ou não entenderia ou em entendendo não aceitaria. Por isso, concordei e encerrei o assunto.

Contudo, tenho comigo uma certeza cada dia mais inexorável.
A certeza é que a confusão é um instrumento usado por Deus para manifestar sua bondade aos homens.

Foi assim em Babel quando os homens estavam vivendo uma paz suicida e desobediente que os levava a decadência espiritual. Então, Deus interviu descendo e confundindo todos eles. Naquele episódio a confusão se deu pela multiplicação dos idiomas, para que eles não se entendessem e fossem obrigados a se espalhar, pois a ordem inicial do Senhor não era para ficar e se estabelecer nem para construir uma cidade com torre e se tornar uma celebridade lembrada por gerações; a ordem era andar, caminhar, partir, espalhar-se pela terra e povoá-la.

O que Paulo disse aos Coríntios é um princípio verdadeiro e real, mas que não se aplica a todo o contexto, pois, como sabemos, precisamos aprender a aplicar os princípios da Palavra de acordo com os contextos, como o próprio Paulo fazia com toda a sabedoria. Não podemos absolutizar nem generalizar aplicando um princípio a todo o tipo de contexto.

Por que digo tudo isso?
Porque no meu entendimento o que está me acontecendo tem mais a ver com o que aconteceu em Babel do que com o que aconteceu em Corinto.

Creio, de todo o coração, por um milhão de motivos que não são necessários serem listados aqui, que essa confusão instalada em minha vida é uma obra divina, graciosa e amorosa, de salvação da minha alma (não no sentido escatológico e final, entendam, por favor) e também de salvação de muitas outras pessoas, familiares, amigos, conhecidos, etc.

Deus desceu até mim através da revelação da sua vontade em sua palavra e causou para meu bem essa santa confusão.

Muitas vezes o Senhor se manifesta não para explicar, mas para confundir.
Esse é o método da pedagogia divina de amor e graça aos homens desobedientes.

Estou vendo Deus confundir até a sabedoria mais excelente que já encontrei.
Mas isso é uma outra história e deixa para um outro texto.

O que eu quero que você creia é que nem toda confusão é fruto de pecado nem da operação do diabo.
Creia, Deus também nos confunde.

Escrito está: "Destruirei a sabedoria do sábio e aniquilarei o entendimento dos instruídos".

Quando Deus desce e se revela a gente endoidece mesmo!

"Obrigado, Senhor, por tuas santas intervenções. Confunde-nos mesmo, para nossa salvação, para que não sejamos entregues a nós mesmos, nossa iniqüidade básica e nossas arrogâncias".

sábado, 14 de julho de 2012

A VIDA É UMA GUERRA CHEIA DE PEQUENAS BATALHAS

"Em todas essas coisas, porém, somos mais que vencedores"
Paulo, o apóstolo, aos irmãos Romanos do século I

Acabei de conseguir, enfim, uma moradia aqui na cidade onde cheguei há dias atrás.
Estava ficando em um hotel, mas além de ser muito mais caro que um quarto ou uma Kitnet (Me perdoem se escrevi errado), também trazia consigo outros impedimentos básicos como por exemplo a impossibilidade de lavagem das roupas.

Estou muito feliz porque não tinha dinheiro, mas consegui para pagar o primeiro mês (Deus proverá o pagamento do segundo rsrsrs) e também porque o local é um bom bairro, tranqüilo, bem localizado, perto do centro e de alguns outros lugares que freqüento pelo menos ás vezes.

Estou muito feliz mesmo porque é mais uma batalha vencida nessa imensa guerra chamada vida!

Principalmente depois que tomei a decisão de romper com a religião e o modo de vida confortavelmente morto que eu tinha, venho travando muitas batalhas nessa guerra de andar no caminho estreito proposto por Jesus. Muitas batalhas dessa imensa guerra. Contudo, sou vitorioso em todas elas, até naquelas em que aparentemente perdi, pois, se Paulo disse que nossa força está na fraqueza, posso acrescentar, no mesmo sentido, que muitas vezes nossa vitória está em aparentes derrotas.

Aparentemente perdemos, mas realmente ganhamos.
Perdemos dinheiro, estabilidade financeira, moradia confortável, automóvel, status, facilidades mil, mas ganhamos vida, movimento, experiência, maturidade, sensibilização da alma, etc.

Muitos me enxergam nesses dias como um perdedor falido e arrebentado e, aparentemente falando, sou mesmo. Contudo, para quem enxerga além e sabe que ventos me trouxeram até aqui entende e discerne tudo o que está me acontecendo e em discernindo se rejubila em me ver trilhar esse caminho apertado.

A vida é uma guerra cheia de muitas batalhas.
O que é a batalha?
A batalha é um pedaço da guerra, um confronto, um momento uma circunstância, um embate, um nível, um degrau na escada que te leva até o fim da guerra.
As batalhas são muitas, diversas, maiores, menores, rápidas, demoradas, renhidas, leves, enfim, umas diferentes das outras. Contudo, precisamos lutar todas. O fato de a vitória, pela promessa divina, estar garantida, não significa que podemos evitar as batalhas. A vitória é certa, mas a luta também, pois a vitória só se estabelece por intermédio da luta nesse mundo tenebroso. Assim, o maior dos vencedores precisa lutar, mesmo que pouco, mas precisa.

Ainda não venci a guerra, mas me regozijo porque uma batalha a mais já foi transposta.

Glória ao Senhor dos exércitos pois ele guerreia nossas guerras!!
Glória a Deus que adestra nossas mãos, mentes, alma, corpo todo para os combates inevitáveis.
Exaltado seja o Cordeiro que venceu para que vencedores nos tornássemos também por meio dele.
Aleluia, louvai ao Senhor, vós todos seus guerreiros que experimentam vitórias todos os dias.

Amém.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

UMA PROVA DE FÉ CHAMADA DESEMPREGO

"Ainda que eu ande pelo vale da sombra do desemprego, tu continuas comigo..."
Adaptação de versículo do Salmo 23

Estou desempregado desde o começo do mês passado.
São mais de quarenta dias sem trabalho.
Conversei com muita gente, fui a várias agências e distribuí vários currículos em muitas empresas.
Mas ainda não abriu-se-me nenhuma porta de trabalho.
Hoje mesmo, já andei a manhã inteira e continuarei minha peregrinação durante a tarde.
Está difícil, mas sei que o Senhor me providenciará o que preciso.

Essas horas são testes de fé na nossa vida.
Precisamos de fé para ter força para levantar da cama e continuar a caminhar mesmo que sem rumo.
Precisamos de fé também para confiar que Deus suprirá nossas necessidades básicas, visto que no meu caso por exemplo, não há agora seguro desemprego que me garanta sustento completo nos próximos meses caso não consiga uma vaga.
Precisamos de fé para vencer a ansiedade que nos abate nesse momento.
No meu caso, ela se manifesta em insônia, um desprezo pela noite e uma vontade imensa de que amanheça logo.

É nessas horas que precisamos confiar nas palavras de Jesus: "Não andeis ansiosos de nada..."
Sim, a hora é agora, pois a Palavra dele tem toda conexão com as experiências da vida.
Não é um discurso desassociado da realidade e desconexo do chão da vida.
É assim que se aprende a ser discípulo de Jesus: aplicando sua palavra aos acontecimentos do cotidiano.
Não é recitando Hebreus 11 na Escola Bíblica Dominical, ouvindo uma bela mensagem pulpital sobre fé ou escrevendo um livro a respeito. É assim, no dia a dia, provando que o Senhor de fato é bom e cuida de nós.

Se você está desempregado tenha fé.
Creia que Deus é bom e cuida de você.
Obviamente, faça sua parte, procure, se prepare, faça cursos, tente outra área se fôr o caso, MAS....

...CONFIE NA PROVIDÊNCIA DE UM DEUS QUE RESOLVE QUALQUER PROBLEMA INSTANTANEAMENTE, COM UMA PALAVRA.

Descanse, espere, confie e agrada-te do Senhor.
Ele satisfará os desejos de teu coração e fartará a tua alma até em lugares áridos.

Não se desespere. Creia.
Durma confiante. Amanhã você pode ter uma bela surpresa. Amém.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O EVANGELHO CONFESSA O QUE A RELIGIÃO CAMUFLA

"Aquele que encobre suas transgressões jamais prosperará, mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia"
Livro de Provérbios de Salomão, capítulo 28, versículo 13

A ilustração que usarei aqui pode ser considerada por alguns pobre e chula.
Ainda assim eu a usarei visto que ás vezes prefiro ser pobre, grosso e chulo e me fazer entendido com sinceridade do que ser sofisticado o suficiente para confundir ou mentir aos outros.

Ontem enquanto eu viajava de ônibus da minha cidade natal, Presidente Prudente-SP para Governador Valadares-MG, notei algo interessante em uma parada do ônibus. Um fato simples e comum, mas que esconde por trás uma mentalidade, um princípio, uma verdade. Estava frio e fui ao banheiro da estação rodoviária. Ao sair, por causa do frio, me deu uma preguiça de lavar as mãos e desisti. Então, me sentindo envergonhado diante das outras pessoas que me viam, fingi que estava lavando: abri a torneira, escondi minhas mãos, fiz o movimento de lavagem, fechei a torneira, peguei o papel e fingi também enxugar. Quando saía, olhei do lado e vi um rapaz que saía tranqüilamente sem lavar as mãos e sem fingir. Instantaneamente fiquei envergonhado de minha hipocrisia e relacionei esse simples fato a realidade da diferença entre a religião e o Evangelho.

Num sentido figurado, a atitude daquele rapaz conteve mais Evangelho do que a minha que conteve mais religião. Por que?

Simplesmente porque o Evangelho carrega consigo a capacidade de ser o mais sincero possível enquanto que a religião está imersa em muitas hipocrisias. Essa é a diferença básica entre o ser humano religioso e o não: a sinceridade. Ambos são idênticos em sua natureza, mas o ser religioso é muito mais hipócrita, pois vive tentando fingir ser quem não é e se preocupa demais com a tirania das aparências e opiniões alheias.

Ambos têm as mãos sujas, mas os religiosos fingem mais.
Ambos têm o coração mau, mas os menos religiosos são mais sinceros.

O Evangelho exige mais sinceridade nossa.
Já a religião, camuflagem a qualquer custo.

O Evangelho rasga o verbo e é bem claro em tudo.
A religião é cheia de sofisticações que escondem verdades sujas.

Deus prefere um sujo que se reconheça do que um que não se aceite.
Os sujos e doentes herdarão o reino dos céus.
Já os limpos e sãos, segundo Jesus.......

Quem é você?
Um sujo assumido, sincero e desejoso de experimentar a limpeza eterna da cruz do Cordeiro?
Ou um sujo hipócrita, mentiroso, fingidor crônico que vive preocupado com a reputação externa?

Não tenha vergonha de confessar suas sujeiras.
Tenha medo sim de tornar-se um habilidoso hipócrita na arte de conseguir aprovação alheia.

terça-feira, 10 de julho de 2012

FÉ É CONFIAR EM DEUS SEM ESQUEMAS PRÉ-ESTABELECIDOS

"Fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que se não vêem"
Hebreus capítulo 11

Daqui há pouco, ás 16h30, entro no ônibus que me levará, se Deus permitir, da minha cidade natal onde estou no momento até a cidade de Governador Valadares, Minas Gerais. Estou indo de maneira definitiva, para morar, pois meu filho lá vive e preciso estar próximo a ele. Quando faço esse relato a alguém, geralmente a pessoa já pensa que tenho tudo esquematizado por lá: trabalho, moradia, seguranças desse tipo. Contudo, digo diante de Deus que nada tenho de certo por lá por enquanto. De fato e de verdade estou dando um passo de fé sem esquema algum de segurança que me dê a certeza de acolhimento.

A única iniciativa que tomei foi conversar com dois amigos da cidade pedindo-lhes ajuda para conseguir trabalho. Contudo, nem no momento da conversa nem até agora eles me prometeram alguma coisa. Disseram apenas que se souberem de alguma vaga em determinada empresa me avisam, mas essa foi apenas uma camaradagem bem vaga deles visto que nada real lhes estava ao alcance, pelo menos até agora que eu saiba.

É mais um teste de fé para mim. Semestre passado, no mês de Dezembro de 2011, também tomei uma atitude parecida a essa por necessidade: saí de onde eu morava, abandonei trabalho e instituição que dava garantias boas de sustento e parti para a cidade de Brasília, onde eu não conhecia absolutamente ninguém, não tinha nem amigos nem familiares. Pedi ajuda a uma pessoa que conhecera pela internet e ela me acolheu, mas não houve esquema pré-combinado algum, até porque esse pessoa não me conhecia nem virtualmente, pois só eu a conhecia e apenas virtualmente. Resultado: pela graça de Deus, em um mesmo dia, antes do tempo que eu imaginava, consegui trabalho e moradia de uma vez só, o que me possibilitou morar naquela cidade por seis meses.

Por que escrevo tal reflexão sobre esse assunto?
Por que uso minha experiência como ilustração do tema?

Escrevo sobre esse assunto pois ele é essencial, visto que aprendemos na Palavra que a fé não é dom importante apenas, mas fundamental e que precisa se materializar em decisões de vida prática. Os cristãos têm fé genuína? A minoria. A maioria só tem a fé discursiva, teórica, verborrágica, teológica. Poucos são os cristãos que têm fé genuína que se materializa além do discurso. Pouquíssimos. Além disso, de não praticarem o que dizem ter, isto é, a fé, a maioria também recrimina e persegue quem tem a coragem de tomar essas atitudes simples de confiança. Sei do que falo por que fui e estou sendo perseguido por alguns simplesmente porque tomei decisões de fé verdadeira. Muitos estão escandalizados comigo. Parece que sou um ser alienígena, um esquizofrênico, um doente mental. Aliás, alguns já me deram esse diagnóstico. Contudo, para mim tudo é muito simples: estou apenas tentando praticar o que digo crer. E estou conseguindo, a duras penas, mas estou. E estou vendo Deus me socorrer todos os dias e em todos os lugares e de maneiras estranhas á compreensão principalmente dos religiosos. Os religiosos são incrédulos crônicos. São deles as perseguições. Os "mundanos", isto é, não religiosos têm crido mais em mim do que eles e quando não crêem pelo menos desejam-me sorte.

Uso minha experiência como ilustração dessa verdade sem qualquer arrogância, presunção ou sentimento de superioridade a qualquer pessoa. A fé que tenho veio de Deus, é dom dele, por isso não há motivo para que eu me ensoberbeça me enxergando melhor do que ninguém. Esta fé está acessível a qualquer um, qualquer um mesmo, afinal de contas, eu também sou mais um apenas e estou sendo contemplado por ele. Você que me lê agora pode experimentar essa mesma realidade se simplesmente começar a tomar atitudes de fé genuína no seu caminho nessa terra. A fé é uma chave que abre muitas portas ao que crê. Prove e veja: o Senhor é bom.

Convido e convoco todos os que me lêem agora a começar a andar e decidir pela fé.
Contudo, sem esquemas pré-combinados por telefone ou internet.
Crer mesmo. Se jogar totalmente. Confiar plenamente.

Eu poderia acrescentar aqui muitos detalhes de relatos do alcance da providência divina sobre mim apenas nesses últimos meses de caminhada. Mas não o farei. Quero que você experimente e prove por si mesmo. A minha experiência não substitui a sua.

Quero que outros irmãos provem e testemunhem o que tenho provado.
Quero que uma multidão saboreie o gosto maravilhoso da liberdade que há em Cristo Jesus.
E como quero.
Quem sabe nossa geração será despertada?
Até agora, salvo raras excessões, só vejo crianças que recitam o capítulo 11 de Hebreus que aprenderam a decorar na Escola Bíblica Dominical ou no Culto de doutrina ou em qualquer outra reunião de alguma denominação evangélica. Só isso.

Mas essa realidade pode mudar. Depende de mim e de você.
Você vem?
Eu já estou a caminho....
Beijos.
Thiago.

sábado, 7 de julho de 2012

PERDER A GRAÇA E PEDIR O ESPÍRITO SANTO...

"...eu não quero perder tua graça..."
"...Espírito Santo vem morar em mim..."
Trechos de uma mesma música de um cantor gospel renomado

Ontem á tarde, quando cheguei a casa de minha irmã, de passagem, reparei de súbito nesses dois trechos de uma música que tocava no aparelho de som. Fiquei interessado porque se trata de dois trechos de uma mesma música de um conhecido cantor evangélico brasileiro e retrata a falta de profundidade e convicção de muitos evangélicos de nossos dias a respeito de assunto básicos da fé.

Afinal, não é certeza básica a habitar o coração do verdadeiro cristão o fato de que a graça uma vez derramada pela fé em nós é uma garantia eterna irretirável?
Também não é convicção, segundo o ensino da Palavra, que quem é evangélico de fato já tem o Espírito Santo habitando dentro de si?

Sim, ambas são verdades fundamentais da fé genuinamente evangélica.
Contudo, os cantores que ouvi, emocionados e embalados pelas sensações que a canção produz, creio que nem perceberam ou consideraram esse fato.

Mais verdade ainda é que as pessoas cantam e expressam essas verdades não apenas em momentos de  emoção produzidos por uma bela melodia ou voz, mas também demonstram que essa possibilidade de perder a graça e essa incerteza quanto a habitação do Espírito Santo é um fato atormentador constante na alma de muitos evangélicos.

Muitos evangélicos têm medo mesmo de "perder a graça" ou dela cair porque a graça para eles é um dom que mesmo tendo caído do céu incondicionalmente precisa pelo menos ser "mantido" pelo esforço do crente. Com respeito a presença real e total do Espírito Santo neles também existe a dúvida de que o Espírito possa sair de alguma forma, principalmente quando eles "pecam".

São assuntos que já deveriam nem ser mais lembrados, mas infelizmente a maioria dos evangélicos é tão rasa em suas convicções de fé que precisamos, como fizeram os apóstolos antes de nós, muitas vezes, "voltar ao princípios elementares da fé" pois, como diziam os apóstolos também "a maioria ainda é bebê que se satisfaz com alimento fraco e não está pronto para alimento sólido", diria Paulo a muitos hoje como disse no passado aos coríntios. Em Hebreus também encontramos a estupefação do escritor ao perceber que seus destinatátios eram infantis aprendizes atrasados enquanto, por causa do tempo de exposição ao ensino do Evangelho, já deveriam ter evoluído.

Os cristãos atuais, em sua maioria, são infantis e imaturos.
Crianças que apesar de todo o tempo decorrido de audição dominical nos cultos e escolas bíblicas, ainda mostram que não aprenderam nem o essencial da Palavra para a vida cotidiana.

Quem conhece o Evangelho mesmo não teme perder a graça pois sabe que essa é imperdível, eterna, irrevogável, pois Deus não é homem para brincar de dar e tirar constantemente como se fosse um menino bôbo que não é fiel a Palavra que sai da sua boca.

Quem conhece o Evangelho mesmo sabe que o Espírito Santo habita seu interior todo, sua alma e seu espírito, e conhece a testificação que há entre o espírito humano e o Espírito de Deus. Por esse motivo, quem tem o Espírito Santo, não pede para ter, obiviamente, pois já tem, restando apenas um pedido contínuo para ser cheio desse Espírito, o que é uma realidade diferente da anterior. Pedir para ser cheio é sábio, mas pedir para receber é estranho á consciência do verdadeiro discípulo de Jesus. Aliás, o verdadeiro discípulo nem vive a pedir para ser cheio pois sabe trilhar o estreito caminho que conduz a esse enchimento, como alcançá-lo e tomar posse dessa benção disponível.

Graças a Deus porque a Graça é permanente e o Espírito Santo entra mesmo para sempre.

Por isso, descansemos nessas certezas e garantias oferecidas a nós todos os dias pelo Pai.

Amém.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

QUEM É DIGNO OU MERECEDOR?

"e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele. Todavia...o Leão da tribo de Judá...venceu para abrir o livro.  Veio, pois, o Cordeiro, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono; e quando tomou o livro...os seres prostraram-se....e entoavam novo cântico, dizendo: 'Digno és de tomar o livro...porque foste morto e com teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituiste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra'".

Nesses últimos dias tenho ouvido muitas pessoas falarem sobre merecimento, merecer, ter direito a, etc.

Primeiro, dias atrás, observei uma mãe tratar sua filha na base de merecimento, méritos. Ela dizia que tal filha não teria direito de receber determinada graça porque não "fez por merecer" aquilo, visto que essa filha havia se comportado mal, tirado más notas no colégio e também desrespeitado e desobedecido seus pais em algumas circunstâncias.

Depois, antes de ontem, mais uma vez, ouvi o técnico do Corinthians dizer, de novo, após a conquista do título da Copa libertadores da América, que nada aconteceu por acaso, isto é, de graça, mas que eles mereceram ganhar aquele campeonato porque se esforçaram, treinaram de sol a sol, se concentraram, se prepararam física e psicologicamente para tal.

Ouvi também outra pessoa em uma outra situação dizer o mesmo sobre o assunto, mas não me lembro aqui e agora do que se tratava. Contudo, registro apenas para que quem lê saiba que foi abundante a quantidade de exemplos sobre o assunto em poucos dias.

Qual o significado dessas situações? Qual o sentido das palavras dessas pessoas?
Qual o espírito por trás de alguém que faz declarações desse tipo?

O espírito por trás de declarações desse tipo, venha de quem vier (guardadas as devidas proporções e contextualizações) e seja dito onde quer que seja, é simplesmente, o espírito de justiça própria e orgulho espiritual que mora dentro do coração humano desde sempre. É o espírito do esforço, da troca, da barganha, da recompensa, da premiação pela capacidade de alguém em realizar determinada atividade e por isso merecer tal galardão. Esse espírito é pai e mãe da religião, está na base mais fundamental da alma dos religiosos. Contudo, na verdade, é um espírito universal e humano que se instala em qualquer ser em qualquer época e lugar e situação, sendo religioso ou não.

Todos nós somos habitados por essa justiça própria e esse orgulho meritório.
Desde sempre foi assim e continuará sendo.
É o espírito de Caim que se esforçou para ser aceito enquanto Abel simplesmente foi.
Caim se esforça para agradar e não agrada; Abel é e ganha o amor incondicional do Criador.

Esse é um espírito que move o mundo.
Move o mercado de trabalho onde só recebe quem merece e só continua empregado quem se esforça.
Move os relacionamentos pois muitos se separam daqueles que não se esforçam o suficiente para agradar segundo as expectativas de quem está do outro lado.
Move nações, reinos, povos, poderosos, enfim, move o movimento do mundo enquanto ente espiritual.

Eu poderia acrescentar aqui um milhão de exemplos e ilustrações a respeito.
Contudo, não é necessário. Faça você mesmo suas observações diárias e suas aplicações cotidianas.

O que eu realmente quero aqui e agora é lembrar-lhe que a Palavra nos ensina dois princípios espirituais básicos e por isso essenciais a respeito do assunto.

O primeiro é que todos os seres humanos, indiscriminadamente mesmo, sejam quem quer que forem, vivam como bem entenderem e façam ou deixem de fazer o que desejarem, são indignos da Graça de Deus que gera vida eterna e abundante. Sim, todos são, igualmente, sejam religiosos ou não, imerecedores contumazes da bondade divina. INDIGNOS. Pois pecaram, ainda que não tenham cometido muitos atos terríveis. São pecadores. Todos têm potencial para o maior mal que se possa imaginar. Eu, por exemplo, que escrevo esse artigo, sou considerado por alguns que me conhecem uma boa pessoa pelo fato de nunca ter cometido extravagâncias de maldade contra outros. Contudo, sei que essa realidade não me faz mais santo que um estuprador, ou um assassino, ou um ladrão que tira recursos da saúde e educação para construir mansões e palácios que são verdadeiros templos ao hedonismo particular deles. Nunca matei de fato e de verdade, mas já odiei; nunca fui promíscuo por aí, mas mentalmente já comi milhares de mulheres e participei de muitas orgias; nunca roubei, mas já desejei ser rico e abastado e já tive inveja de quem tem vida fácil e larga. Portanto, eu e você, pois estamos todos no mesmo barco, independente se você é um ser parecido comigo, somos, igualmente, INDIGNOS DA GRAÇA DE DEUS SOBRE NOSSAS CABEÇAS. O Apocalipse diz que ninguém sobre a face da terra foi achado digno de abrir o livro selado nos céus. O ser humano mais íntegro e comportalmente reto dessa terra é apenas o que todos os outros também são: indigno. Conheço pessoas íntegras e de caminho exterior admirável, mas, embora admire alguns, não crio muitas expectativas a respeito deles nem os invejo pois sei que são, no fundo no fundo, como diz o salmo, como eu: vaidade. Essa é a primeira notícia e soa negativa porque de fato é negativa, é humilhante, é quebrantadora de espíritos arrogantes.

Em segundo lugar, porém, precisamos também lembrar que existe um homem digno que se ofereceu pelos indignos todos como oferta de perdão a Deus pelos séculos dos séculos. Jesus, como o Cordeiro no Apocalipse, é o ÚNICO HOMEM DIGNO de ousadamente tomar o livro do colo daquele que está assentado no trono - que você deve saber quem é - e abrir-lhe os selos intocáveis até então. Ele é digno porque se fez homem e se ofereceu como oferta e sacrifício substitutivo em favor dos indIgnos que sozinhos nunca conseguiriam por meio de esforço algum serem recebidos nas bodas do Cordeiro Eterno que morreu na Cruz antes que mundo houvesse. Seu sangue foi a moeda de pagamento pelas almas de todos os indignos que apenas crerem que assim é porque assim foi. Você crê que assim é?
Estou me arrepiando enquanto escrevo porque essa verdade é maravilhosa, estupenda, bombástica, destruídora e reconstruídora de mundos. SÓ ELE É DIGNO!!!! SÓ ELE DESCEU, SE ENCARNOU, SE LIMITOU, SE HUMILHOU, SOFREU, PADECEU, MORREU INJUSTAMENTE E RESSUSCITOU!!!

ALELUIA PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS AO CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO!!!!!!!!!!!!!!!!!1

Paro por aqui, cansei, mas estou feliz, muito feliz, aliviado como alguém que acabou de ter um orgasmo espiritual. E tive mesmo. E saiba que orgasmos espirituais são muitos mais esplêndidamente completos que os físicos que você tem quando transa e já acha o máximo.

Abraços e beijos e fé no coração para descansar sua alma atribulada nessa certeza eterna imutável.

Thiago.