sábado, 7 de julho de 2012

PERDER A GRAÇA E PEDIR O ESPÍRITO SANTO...

"...eu não quero perder tua graça..."
"...Espírito Santo vem morar em mim..."
Trechos de uma mesma música de um cantor gospel renomado

Ontem á tarde, quando cheguei a casa de minha irmã, de passagem, reparei de súbito nesses dois trechos de uma música que tocava no aparelho de som. Fiquei interessado porque se trata de dois trechos de uma mesma música de um conhecido cantor evangélico brasileiro e retrata a falta de profundidade e convicção de muitos evangélicos de nossos dias a respeito de assunto básicos da fé.

Afinal, não é certeza básica a habitar o coração do verdadeiro cristão o fato de que a graça uma vez derramada pela fé em nós é uma garantia eterna irretirável?
Também não é convicção, segundo o ensino da Palavra, que quem é evangélico de fato já tem o Espírito Santo habitando dentro de si?

Sim, ambas são verdades fundamentais da fé genuinamente evangélica.
Contudo, os cantores que ouvi, emocionados e embalados pelas sensações que a canção produz, creio que nem perceberam ou consideraram esse fato.

Mais verdade ainda é que as pessoas cantam e expressam essas verdades não apenas em momentos de  emoção produzidos por uma bela melodia ou voz, mas também demonstram que essa possibilidade de perder a graça e essa incerteza quanto a habitação do Espírito Santo é um fato atormentador constante na alma de muitos evangélicos.

Muitos evangélicos têm medo mesmo de "perder a graça" ou dela cair porque a graça para eles é um dom que mesmo tendo caído do céu incondicionalmente precisa pelo menos ser "mantido" pelo esforço do crente. Com respeito a presença real e total do Espírito Santo neles também existe a dúvida de que o Espírito possa sair de alguma forma, principalmente quando eles "pecam".

São assuntos que já deveriam nem ser mais lembrados, mas infelizmente a maioria dos evangélicos é tão rasa em suas convicções de fé que precisamos, como fizeram os apóstolos antes de nós, muitas vezes, "voltar ao princípios elementares da fé" pois, como diziam os apóstolos também "a maioria ainda é bebê que se satisfaz com alimento fraco e não está pronto para alimento sólido", diria Paulo a muitos hoje como disse no passado aos coríntios. Em Hebreus também encontramos a estupefação do escritor ao perceber que seus destinatátios eram infantis aprendizes atrasados enquanto, por causa do tempo de exposição ao ensino do Evangelho, já deveriam ter evoluído.

Os cristãos atuais, em sua maioria, são infantis e imaturos.
Crianças que apesar de todo o tempo decorrido de audição dominical nos cultos e escolas bíblicas, ainda mostram que não aprenderam nem o essencial da Palavra para a vida cotidiana.

Quem conhece o Evangelho mesmo não teme perder a graça pois sabe que essa é imperdível, eterna, irrevogável, pois Deus não é homem para brincar de dar e tirar constantemente como se fosse um menino bôbo que não é fiel a Palavra que sai da sua boca.

Quem conhece o Evangelho mesmo sabe que o Espírito Santo habita seu interior todo, sua alma e seu espírito, e conhece a testificação que há entre o espírito humano e o Espírito de Deus. Por esse motivo, quem tem o Espírito Santo, não pede para ter, obiviamente, pois já tem, restando apenas um pedido contínuo para ser cheio desse Espírito, o que é uma realidade diferente da anterior. Pedir para ser cheio é sábio, mas pedir para receber é estranho á consciência do verdadeiro discípulo de Jesus. Aliás, o verdadeiro discípulo nem vive a pedir para ser cheio pois sabe trilhar o estreito caminho que conduz a esse enchimento, como alcançá-lo e tomar posse dessa benção disponível.

Graças a Deus porque a Graça é permanente e o Espírito Santo entra mesmo para sempre.

Por isso, descansemos nessas certezas e garantias oferecidas a nós todos os dias pelo Pai.

Amém.

Um comentário: