sábado, 24 de maio de 2014

DONS, TÍTULOS E A IGREJA DE CONSTANTINO

"Porque o Espírito distribuiu os dons segundo lhe aprouve...."
Paulo, na carta aos Coríntios

A religião perverte tudo o que é puro do Evangelho em nós.

Não foi diferente com relação aos dons do Espírito Santo derramados sobre a igreja do Senhor, sobre todos os seus discípulos, aqueles que crêem mesmo em Sua Palavra e nasceram de novo.

A compreensão acerca dos dons espirituais, conforme a Palavra de Deus, é simples e óbvia, isto é, Deus, através de seu Santo Espírito, concedeu dons espirituais aos homens que nasceram de novo, que creram em sua Palavra, que se dispuseram a andar com Ele aqui nessa terra.

Esses dons são diversos: sabedoria, profecia, socorros, hospitalidade, misericórdia, etc. Cada discípulo possui pelo menos um desses dons e eles funcionam como "armas espirituais" para ajudar tanto o discípulo individualmente quanto a igreja como um corpo coletivo, quando o discípulo compartilha seus dons com seus irmãos e assim os consola.

Todo discípulo tem pelo menos um dom.
Alguns tem mais de um, receberam mais.
Mas isso não faz diferença, porque o que importa, no final das contas, não é a quantidade de dons que se tem, nem a qualidade deles (se é que se pode diferenciar a qualidade dos dons), mas sim o uso que se faz deles, isto é, se alguém os usa e os faz com sabedoria com o único objetivo de abençoar os outros que estão ao seus redor.

Entretanto, como já disse anteriormente, a religião distorceu o verdadeiro significado dos dons espirituais.
Eles foram substituídos ou abafados pelos títulos e cargos que a religião copiou do sistema mundano.
Assim, você encontra na religião pastor que não apascenta porque não tem paz para transmitir; profeta que não profetiza porque Deus não fala com Ele mesmo; sábio que abre a boca e diz muita besteira; presbítero que preside sem ter o dom de governo; enfim, gente que está totalmente perdida no meio do Israel de Deus. Ás vezes o sujeito nem nasceu de novo, mas por causa de um título sobe aos púlpitos e prega como se tivesse algum testemunho a dar.

Terrível!
Obscurantista!
Nojento!
Totalmente carnal!

E assim caminha a igreja de Constantino....porque a igreja de Jesus foi chamada para um caminhar diferente onde as pessoas usam os dons que têm de acordo com a distribuição soberana do Espírito Santo com o objetivo único de cumprir o propósito para o qual aquele dom foi derramado sobre o povo de Deus.

Comece a observar os arraiais evangélicos e veja se o que digo não é verdade.

Que Deus nos dê a graça de utilizar todos os dons que Ele nos deu, com o objetivo para o qual Ele derramou, para sua honra e glória e edificação da sua verdadeira igreja.


quinta-feira, 22 de maio de 2014

EU QUERO SER COMO MARIA! 
E VOCÊ?
"Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo"

Maria mais uma vez surpreende a todos.
Sim, digo "mais uma vez" porque todos lembramos daquele episódio narrado nos evangelhos onde Jesus chega na casa deles (de Marta, Maria e Lázaro) e as reações á sua chegada são diferentes. Enquanto Maria corre para a cozinha para preparar alguma bebida ou comida ou os dois ou talvez fazer outra coisa qualquer que uma dona de casa diligente faria á uma visita, Maria, que parece ser a irmã mais nova, fica na sala com Jesus, quedada, isto é, abaixada numa posição de contemplação para ouvir-lhe os ensinamentos. O resto da história todos nós já lembramos agora.

Maria era surpreendente mesmo!
Ela quebrava protocolos!
Agia de acordo com o que seu coração lhe dizia e não tinha medo de errar ou de contrariar.
Por esse motivo, escandalizava aqueles que se preocupavam com os protocolos, os modos, as maneiras, as aparências das coisas.

E, o mais importante a ser considerado nessa história toda, é a reação de Jesus ás atitudes de Maria.

Enquanto os outros sempre a discriminavam e a contrariavam e se escandalizavam com suas atitudes ou com sua falta de determinadas atitudes, Jesus, pelo menos nesses dois encontros conhecidos e narrados nas Escrituras, aprova o comportamento de Maria, pois ele enxergou a pureza de seu coração limpo que conheceu profundamente quem Ele era.

Maria era uma sem-vergonha maravilhosa!
Vagabunda estonteante!
Não no sentido sexual lógico, mas no sentido espiritual.
Maria era livre como uma prostituta que faz tudo com muita vontade, sem pudor algum. Entretanto, para os mais pudicos, ela era inconveniente, escandalosa, preguiçosa, provavelmente rótulos não faltaram imputados áquele maravilhoso ser.

Eu quero ser como Maria!
E você?
Quer ser como Marta?
Ou como os outros discípulos cheios de falsa piedade?

Quem somos agora e quem nós queremos ser no futuro?
Temos a coragem de nos tornarmos um espírito parecido com o de Maria?

Eu quero!
Que Deus me ajude e me dê coragem!
Você quer?
Se quiser, que Deus te ajude também e te dê a coragem necessária também.
Amém!
DESPERDÍCIO OU ADORAÇÃO?
"Para quê este desperdício?"
Discípulos, a Jesus, depois que Maria derramou sobre ele aquele perfume caríssimo

Dias atrás, pela segunda vez nestes últimos tempos, ouvi certa pessoa dizer que eu sou um "desperdício", visto que sendo quem sou e tendo a capacidade que tenho, no momento, me detenho a uma atividade muito simples, que é a de garçom e que parece muito diferente daquela que sempre exerci desde sempre como pastor e teólogo. Ela me disse assim depois de conhecer um pouco a minha história: "Cara, você é um desperdício; deveria estar em outra cidade, maior, em outra atividade, pois sua capacidade é grande".

Fiquei feliz em ouvir tal afirmação, não porque eu me ache tão grande assim, mas porque o que ele disse tem total conexão com a realidade de quem eu sou mesmo. Então, me senti feliz em ver que alguém me percebeu como eu realmente sou, quem eu realmente sou.

Entretanto, assim como Jesus não concordou com os discípulos no episódio do derramamento do perfume sobre ele, eu também não me iludo com a afirmação que essa pessoa fez acerca de mim e de meu momento. Não concordo no sentido de que embora pareça um desperdício não o é.

Parece desperdício, mas é oferta de adoração e amor!

Assim como aquela unção de Maria, irmã de Marta, sobre Jesus foi uma oferta-adoração-de-amor, esse meu momento e tudo o que estou fazendo e/ou deixando de realizar, ao invés de ser um "desperdício" de tempo e talento, na verdade é uma oferta de adoração a Deus e de amor ao meu filho Natã, pois todos sabem que estou aqui nessa cidade me diminuindo por causa dele e bem como também por causa do Reino de Deus instalado em mim, que me dá a consciência de que tudo tem o seu tempo determinado e há momento de se humilhar bem como também chegará a hora de ser honrado.

Teologar, pregar, ensinar a Palavra e etc poderei fazer no futuro porque a oportunidade vai chegar assim como também chegaria e estaria sempre presente na vida dos discípulos a oportunidade de "ajudar os pobres", porque os pobres sempre estariam presentes no mundo. Assim também eu não preciso me tornar ansioso por causa de minha condição, porque voltará a haver o tempo em que serei honrado e ouvido e ocuparei o lugar que me é devido, não para minha própria glória, mas para o engrandecimento daquele que me chamou desde o ventre de minha mãe para ser profeta ás nações, como também chamou muitos outros irmãos meus que estão espalhados pela face da terra.

Os períodos de nossa vida são únicos assim como era única a oportunidade de Maria fazer o que fez, pois Jesus mesmo afirma: "Os pobres continuarão a existir para sempre, mas eu não, pois vou partir daqui há pouco".

Por esse motivo, não se preocupe se acontecer com você o que está acontecendo comigo, pois há tempo para toda obra debaixo do sol, tempo para tudo mesmo, para se humilhar e para ser exaltado, para aparecer e para sumir, para falar e para calar, etc.

Não caia na tentação de tentar resolver esses problemas de "desperdício".
Não se preocupe com as sobras, elas sempre existirão.
Não transforme sua existência numa contabilidade constante.
Não viva contabilizando a vida.
Se entregue a cada momento e hora de acordo com o que lhe fôr exigido e pedido.

O que aos homens parece desperdício pode ser oferta de adoração ao Altíssimo.

terça-feira, 13 de maio de 2014

AS ESTAÇÕES DA VIDA

"Tendo avistado uma figueira, procurou nela frutos, 
mas não encontrou, porque não era tempo de figos"
Relato de livro de Marcos, capítulo 11, versículo 13, a respeito de um fato cotidiano da vida de Jesus

Tenho percebido que a vida humana é muito semelhante a vida natural, isto é, possui ciclos e épocas bem definidas que, por mais que oscilem, não sofrem tantas alterações, visto que os fundamentos naturais estão bem firmados no ser e nas circunstâncias existentes.

Salvo raras exceções, podemos dizer que, por exemplo, nossa vida possui estações bem definidas, assim como o clima do nosso planeta. Temos primavera, verão outono e inverno sim. A primavera é o início da vida (infância, adolescência e primeira juventude); o verão é a vida adulta; o outono uma espécie de transição entre o verão e o inverno (velhice).

Essa realidade é muito importante porque nos traz sabedoria para compreender a nós mesmos, os períodos de nossa vida aqui na terra e as características correspondentes a cada um deles. Assim é, sempre foi e será e as tentativas de mudar esse curso sempre fazem mal a nós e a outros, mesmo que a intenção seja boa. Se a criança tentar se comportar como adulto, fará mal a si mesma; se o adulto tentar se comportar como criança também fará mal a si mesmo e também a outros; se o velho tentar ser jovem, ele não vai conseguir, porque ainda que seu espírito seja jovial, seu corpo não acompanha mais o ritmo físico da juventude pois ele não possui mais o vigor físico.

O que falo não é para ser um guia inquebrantável, mas apenas um norte, uma referência.

Jesus não encontrou figos na figueira simplesmente porque não era chegado o tempo da árvore frutificar.
Se ele tivesse passado por lá na época da frutificação de figos, com certeza encontraria, a não ser que a árvore padecesse de algum tipo de problema de saúde ou intervenção maldosa humana. É estranho o fato de Jesus ter amaldiçoado uma árvore que não frutificou fora do tempo, mas não quero abrir essa discussão aqui. Deixa esse assunto para uma outra hora.

O que é importante e precisa ficar gravado em nossas mentes é a sintonia que devemos ter com os tempo naturais de nossa existência, pois essa sincronia é muito importante para evitarmos erros crassos que muitos têm cometido contra si mesmo e contra o próximo.

Essa compreensão cura ansiedade, por exemplo, porque ao invés de se ficar inquieto e cheio de expectativas a respeito de frutos, sabe-se que eles não aparecerão antes da hora, pois a lei natural determina os limites de sua aparição. Assim, ficar ansioso por um motivo como esse é burrice e arrogância de quem quer mudar as leis naturais para produzir algum tipo de conforto individual.

Essa compreensão também cura arrogâncias, pois sabe-se que ninguém é superior ao outro ou mais especial que se possa ser considera do digno de quebrar regras que fazem bem a ele e a outros. Ninguém é tão especial quanto pensa ou quanto possa parecer. Os precoces e os gênios no final das contas, são pessoas comuns, como qualquer outra, cheias de limites e impossibilidades que todos os seres têm.

O livro do Eclesiastes também fala da importância de se respeitar os tempos e épocas da existência.
Respeitar mesmo como sabedoria, paciência e humildade.
Saber que rasgar é fácil e rápido, mas coser é difícil e demorado.
Colher também é mais fácil e mais rápido, mas plantar mais duro e demorado.
Rir é gostoso e prazeroso, mas chorar é necessário porque transforma o coração.
Enfim, é preciso respeitar certas leis naturais óbvias e claras, pois caso contrário, as conseqüências são desprazerosamente inevitáveis.

Você está ansioso?
Pense um pouco, talvez a resposta esteja no simples entendimento dos ciclos da vida.

Você é arrogante?
Se considera especial? Um gênio? Uma exceção? Merece tratamento especial?
Cuidado, talvez esteja desvalorizando regras simples da natureza e presunçosamente tentando se tornar um ser superior aos outros. E todos que tomaram esse caminho se perderam e colheram conseqüências amargas pelos restos de seus dias na terra.

Relaxe.
Eu e você somos como os figos, as mangas e as bananas: no tempo certo produziremos frutos maduros e gostosos para abençoar muitas pessoas que se encontram ao nosso redor.

Somos ramos frutíferos plantados na videira verdadeira de onde nasce a seiva que gera fertilidade.