quinta-feira, 22 de maio de 2014

DESPERDÍCIO OU ADORAÇÃO?
"Para quê este desperdício?"
Discípulos, a Jesus, depois que Maria derramou sobre ele aquele perfume caríssimo

Dias atrás, pela segunda vez nestes últimos tempos, ouvi certa pessoa dizer que eu sou um "desperdício", visto que sendo quem sou e tendo a capacidade que tenho, no momento, me detenho a uma atividade muito simples, que é a de garçom e que parece muito diferente daquela que sempre exerci desde sempre como pastor e teólogo. Ela me disse assim depois de conhecer um pouco a minha história: "Cara, você é um desperdício; deveria estar em outra cidade, maior, em outra atividade, pois sua capacidade é grande".

Fiquei feliz em ouvir tal afirmação, não porque eu me ache tão grande assim, mas porque o que ele disse tem total conexão com a realidade de quem eu sou mesmo. Então, me senti feliz em ver que alguém me percebeu como eu realmente sou, quem eu realmente sou.

Entretanto, assim como Jesus não concordou com os discípulos no episódio do derramamento do perfume sobre ele, eu também não me iludo com a afirmação que essa pessoa fez acerca de mim e de meu momento. Não concordo no sentido de que embora pareça um desperdício não o é.

Parece desperdício, mas é oferta de adoração e amor!

Assim como aquela unção de Maria, irmã de Marta, sobre Jesus foi uma oferta-adoração-de-amor, esse meu momento e tudo o que estou fazendo e/ou deixando de realizar, ao invés de ser um "desperdício" de tempo e talento, na verdade é uma oferta de adoração a Deus e de amor ao meu filho Natã, pois todos sabem que estou aqui nessa cidade me diminuindo por causa dele e bem como também por causa do Reino de Deus instalado em mim, que me dá a consciência de que tudo tem o seu tempo determinado e há momento de se humilhar bem como também chegará a hora de ser honrado.

Teologar, pregar, ensinar a Palavra e etc poderei fazer no futuro porque a oportunidade vai chegar assim como também chegaria e estaria sempre presente na vida dos discípulos a oportunidade de "ajudar os pobres", porque os pobres sempre estariam presentes no mundo. Assim também eu não preciso me tornar ansioso por causa de minha condição, porque voltará a haver o tempo em que serei honrado e ouvido e ocuparei o lugar que me é devido, não para minha própria glória, mas para o engrandecimento daquele que me chamou desde o ventre de minha mãe para ser profeta ás nações, como também chamou muitos outros irmãos meus que estão espalhados pela face da terra.

Os períodos de nossa vida são únicos assim como era única a oportunidade de Maria fazer o que fez, pois Jesus mesmo afirma: "Os pobres continuarão a existir para sempre, mas eu não, pois vou partir daqui há pouco".

Por esse motivo, não se preocupe se acontecer com você o que está acontecendo comigo, pois há tempo para toda obra debaixo do sol, tempo para tudo mesmo, para se humilhar e para ser exaltado, para aparecer e para sumir, para falar e para calar, etc.

Não caia na tentação de tentar resolver esses problemas de "desperdício".
Não se preocupe com as sobras, elas sempre existirão.
Não transforme sua existência numa contabilidade constante.
Não viva contabilizando a vida.
Se entregue a cada momento e hora de acordo com o que lhe fôr exigido e pedido.

O que aos homens parece desperdício pode ser oferta de adoração ao Altíssimo.

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