terça-feira, 13 de maio de 2014

AS ESTAÇÕES DA VIDA

"Tendo avistado uma figueira, procurou nela frutos, 
mas não encontrou, porque não era tempo de figos"
Relato de livro de Marcos, capítulo 11, versículo 13, a respeito de um fato cotidiano da vida de Jesus

Tenho percebido que a vida humana é muito semelhante a vida natural, isto é, possui ciclos e épocas bem definidas que, por mais que oscilem, não sofrem tantas alterações, visto que os fundamentos naturais estão bem firmados no ser e nas circunstâncias existentes.

Salvo raras exceções, podemos dizer que, por exemplo, nossa vida possui estações bem definidas, assim como o clima do nosso planeta. Temos primavera, verão outono e inverno sim. A primavera é o início da vida (infância, adolescência e primeira juventude); o verão é a vida adulta; o outono uma espécie de transição entre o verão e o inverno (velhice).

Essa realidade é muito importante porque nos traz sabedoria para compreender a nós mesmos, os períodos de nossa vida aqui na terra e as características correspondentes a cada um deles. Assim é, sempre foi e será e as tentativas de mudar esse curso sempre fazem mal a nós e a outros, mesmo que a intenção seja boa. Se a criança tentar se comportar como adulto, fará mal a si mesma; se o adulto tentar se comportar como criança também fará mal a si mesmo e também a outros; se o velho tentar ser jovem, ele não vai conseguir, porque ainda que seu espírito seja jovial, seu corpo não acompanha mais o ritmo físico da juventude pois ele não possui mais o vigor físico.

O que falo não é para ser um guia inquebrantável, mas apenas um norte, uma referência.

Jesus não encontrou figos na figueira simplesmente porque não era chegado o tempo da árvore frutificar.
Se ele tivesse passado por lá na época da frutificação de figos, com certeza encontraria, a não ser que a árvore padecesse de algum tipo de problema de saúde ou intervenção maldosa humana. É estranho o fato de Jesus ter amaldiçoado uma árvore que não frutificou fora do tempo, mas não quero abrir essa discussão aqui. Deixa esse assunto para uma outra hora.

O que é importante e precisa ficar gravado em nossas mentes é a sintonia que devemos ter com os tempo naturais de nossa existência, pois essa sincronia é muito importante para evitarmos erros crassos que muitos têm cometido contra si mesmo e contra o próximo.

Essa compreensão cura ansiedade, por exemplo, porque ao invés de se ficar inquieto e cheio de expectativas a respeito de frutos, sabe-se que eles não aparecerão antes da hora, pois a lei natural determina os limites de sua aparição. Assim, ficar ansioso por um motivo como esse é burrice e arrogância de quem quer mudar as leis naturais para produzir algum tipo de conforto individual.

Essa compreensão também cura arrogâncias, pois sabe-se que ninguém é superior ao outro ou mais especial que se possa ser considera do digno de quebrar regras que fazem bem a ele e a outros. Ninguém é tão especial quanto pensa ou quanto possa parecer. Os precoces e os gênios no final das contas, são pessoas comuns, como qualquer outra, cheias de limites e impossibilidades que todos os seres têm.

O livro do Eclesiastes também fala da importância de se respeitar os tempos e épocas da existência.
Respeitar mesmo como sabedoria, paciência e humildade.
Saber que rasgar é fácil e rápido, mas coser é difícil e demorado.
Colher também é mais fácil e mais rápido, mas plantar mais duro e demorado.
Rir é gostoso e prazeroso, mas chorar é necessário porque transforma o coração.
Enfim, é preciso respeitar certas leis naturais óbvias e claras, pois caso contrário, as conseqüências são desprazerosamente inevitáveis.

Você está ansioso?
Pense um pouco, talvez a resposta esteja no simples entendimento dos ciclos da vida.

Você é arrogante?
Se considera especial? Um gênio? Uma exceção? Merece tratamento especial?
Cuidado, talvez esteja desvalorizando regras simples da natureza e presunçosamente tentando se tornar um ser superior aos outros. E todos que tomaram esse caminho se perderam e colheram conseqüências amargas pelos restos de seus dias na terra.

Relaxe.
Eu e você somos como os figos, as mangas e as bananas: no tempo certo produziremos frutos maduros e gostosos para abençoar muitas pessoas que se encontram ao nosso redor.

Somos ramos frutíferos plantados na videira verdadeira de onde nasce a seiva que gera fertilidade.

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