"O meu povo perece porque lhe falta entendimento...
o vinho, o mosto e a sensualidade tiram o entendimento"
Livro do Profeta Oséias
Você é uma pessoa sóbria ou embriagada?
Talvez enquanto pensa em responder essa pergunta você se limite a pensar em categorias químicas em relação ao alcool, a bebedice, á embriaguez provocada pelas bebidas alcoolicas em geral. Contudo, embora essa também seja uma embriaguez clássica e exemplar de todas outras quaisquer embriaguezes, é preciso lembrar que não é a única. Existem muitas outras maneiras de se embriagar. Uma delas, muito comum, e citada no próprio texto bíblico que mostrei acima, é a embriaguez de sensualidade. Essa embriaguez sensual significa aquele estado de alma totalmente entregue as pulsões sexuais no qual o indivíduo se entrega a todas as luxúrias e lascívias que puder para satisfazer essa pulsão latente.
No relato do livro do profeta, Deus ensina que essas duas embriaguezes - álcool e sexo - muito presentes na comunidade que recebeu essa palavra profética, eram a causa do entorpecimento da alma deles e conseqüentemente gerou uma burrice espiritual, uma estupidez mental tão grande que tirou do povo o entendimento acerca de tudo o que é sóbrio, bom, justo e vida para eles.
É interessante observar essas causas por que geralmente nos púlpitos cristãos ouve-se muito falar do estado de falta de entendimento no qual se cai, mas quase nunca nas causas reais e possíveis que geram esse estado deplorável na alma humana. Você vê sempre os pastores citarem o texto do profeta nessa parte conhecida: "O meu povo perece porque lhe falta entendimento...", mas quase nunca os vê citando a continuação que explica porque lhes falta entendimento, quais são as causas que deles tiraram a sabedoria e que hoje continuam tirando de todos que se entregam a tais estados mentais e espirituais.
Eles se entregavam á bebida bem como ao sexo libertino. Se embriagaram de álcool e sensualidade. Por isso, o Senhor disse que essa entrega gerou neles uma insensibilidade terrível. Estavam totalmente drogados, entorpecidamente noiados, fora de si, fora de órbita, viajando nas estrelas longínquas e nos buracos negros indiscerníveis.
Contudo, esses tipos de entorpecimento são apenas exemplos simples e comuns de que tudo, absolutamente tudo, até algo que em si controladamente seja bom (como álcool e sexo), pode tornar-se nossa droga existencial, nosso entorpecente, nosso objeto de transporte para fuga da realidade. O dinheiro pode entorpecer; a tecnologia; a sede por poder e controle sobre outros, enfim, um enumerado de coisas e práticas que se vividas e usadas com bom senso são boas e inofensivas, mas se auto-proclamadas ídolos para nós, tornam-se sim, ainda que ninguém veja ou diga, nossas drogas diárias.
A religião, por exemplo, também é um tipo de entorpecente, uma droga poderosíssima, capaz de tirar muito o entendimento de um ser humano. Quanto mais religioso e fanático alguém seja mais embriagado está! A religião é a pílula da justiça própria plantada no coração de todos os que se acham merecedores da graça divina ou que acreditam que só serão salvos por meio de esforço e méritos próprios como: freqüências a reuniões, batismo, profissões de fé, entrega de dízimos e ofertas, obediência a certo líder, etc.
Dezenas de outras drogas poderiam ser citadas aqui como exemplos de entorpecedores da consciência humana, mas quero me concentrar no ponto positivo da mensagem que é a proposta de sobriedade que o Evangelho faz.
O Evangelho propõe sempre sobriedade e lucidez contra todo entorpecimento de consciência!
A Palavra de Deus Deus sempre chama o homem a sobriedade e lucides da verdade, do amor, da graça, da misericórdia e de tudo o que de bom possa se nomear e que nos leve sempre a caminhos de vida, paz e alegria. Por isso Paulo nos diz para não nos embriagar-mos de drogas (vinhos ou qualquer outro alterador de estado lúcido de consciência), mas em contrapartida encher-nos do Espírito Santo.
Perceba que ela não nos diz para "embriagar-mo-nos" do Espírito Santo. Você já havia percebido esse detalhe nesse texto?
Enquanto ele aconselha ao não embriagamento com drogas concomitantemente receita o enchimento do Espírito Santo. Encher-se é diferente de embriagar-se. Encher-se do Espírito é mesmo tomado de gozos e alegrias sobrenaturais continuar lúcido diante dos outros e da vida normal. É um estado diferente do qual se ensina por aí em muitas igrejas denominadas cristãs onde encher-se do Espírito Santo significa surtar, enlouquecer, pirar, sair fora de si, cair, rodopiar, falar coisa sem sentido e nexo e toda algazarra que se vê principalmente nos ambientes pentecostais.
Ser cheio do Espírito Santo, pelo contrário, é enxergar melhor e compreender mais. É ser iluminado por revelações que antes não se tinha; é perceber detalhes antes ignorados ou nomear de modo diferente o que sempre se viu com dificuldade e dúvidas a respeito de sua natureza. É ver cumprido em sua vida o que diz o Salmo: "Na tua luz, vemos a luz". É um banho de águas iluminadoras resplandecentes que nos deixam admirados por causa da compreensão que acabou de nos atingir.
É a sobriedade do dia, como diz o próprio Paulo, contra a embriaguez que geralmente é ajudada e encorajada pela noite.
Você tem trilhado um caminho de sobriedade?
É um ser iluminado por compreensões espirituais ou entorpecido por variados tipos de embriaguez?
Você consegue identificar algum tipo de vício ao qual você está entregue?
Lembre-se que vício é tudo que não sendo essencial tornamos essencial e alterador de nossa consciência.
O problema do vício não é o objeto em si ou o ato, mas o espírito por trás do costume e do hábito.
Tudo em si mesmo é puro e nada, absolutamente nada em si é impuro, mas tudo pode tornar-se impuro e danoso se nós atribuirmos a ele um status que não tem, de essencial ou importante ou idolatricamente insubstituível para nós.
Saia dessa embriaguez e venha para a sobriedade em nome de Jesus.
Pare com essa PINGA, que pode não ter um PINGO de álcool, mas provoca conseqüências terríveis em sua alma e na de quem com você se relaciona.
Thiago.
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