domingo, 19 de fevereiro de 2012

DEUS ENTENDE TODAS AS LÍNGUAS

"...o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu..."
O Senhor, sobre o estado espiritual artificial do povo da época de Isaías

Deus compreende todas as línguas, expressões idiomáticas, gírias, apelidos, por mais estranhas e diferentes que sejam umas das outras, afinal, se você tem memória mínima, há de concordar comigo que foi ele quem as inventou e as derramou sobre os homens, no episódio de Babel, para salvamento da humanidade que sabe lá Ele se sobreveria a uma continuação daquela sem a intervenção divina drástica.

Sim, o Senhor entende todas as falas!
Mas a religião ainda não entendeu que Ele sabe.

Por isso, insistem em orar a Ele e servirem-no com expressões pré-fabricadas e "santificadas" por teólogos, pastores, denominações e até pelas Escrituras.

Ontem pela noite eu vi esse fato mais uma vez dentre as milhares que já presenciei. Fui com minha família ao culto de uma igreja local aqui em Minas da denominação a qual fazia parte. Logo no início comecei a perceber a mecanicidade como tudo acontece há anos. Aliás, esta igreja local é centenária e faz parte de uma denominação histórica, por isso a exacerbação em alguns tipos de mecanicidade mórbida. A sensação que me dava - e sei que é verdade visto que já vi muitos confessarem tal - é que todos ali, tanto o falante quanto os ouvintes já haviam decorado tudo de modo que quem falava repetia palavras e expressões ocas enquanto que quem ouvia já sabia tudo que o dirigente iria dizer, o tempo, o modo e até a duração de cada parte. Artificial demais! Mecânica pura! É a perda da alma, não no sentido de ir para o inferno (é bom explicar porque tem gente que precisa dessa explicação), mas no que diz respeito a deixar toda naturalidade e espontâneidade do lado de fora do templo.

É contra esse espírito de máquina que Deus fala ao povo.
Deus os fitava, conhecia-os muito bem.
O Senhor sabia que as exterioridades bonitas não condiziam com o interior imundo, cheio de maldade, ódio, inveja e todo tipo de sentimento e atitude ruim contra o próximo. O Altíssimo sabia que certas orações eram só mexeção de boca e lábios falsos misturados a realidade de um coração distante da vontade do Senhor. Essa religiosidade consistia só em reproduzir a tradição recebida sem alteração nenhuma nem sequer de uma palavra ou expressão. Tornaram-se papagaios espirituais sem vida alguma.

Daí, no dia a dia, como a sequência natural do texto diz, tentavam esconder seus verdadeiros propósitos e intentos do Senhor, como se algo fosse escondível e camuflável diante dele (v.15). Me lembrei agora de certa cena teatralmente diabólica que presenciei há alguns anos atrás em certa igreja local da denominação a qual eu fazia parte. Um pastor, que na época me perseguia de forma clara para mim - embora camufladamente diante dos outros - em certo culto fez uma declaração de "amor" para mim em público dizendo claramente que me  "amava" diante dos "irmãos". Eu fiquei pasmo, assustado, surpreso pela cara de pau hipócrita daquele sem-vergonda-de-ser-o-que-era-e-fazer-o-que-fazia. Vagabundo! Mascarado! Hipócrita! Enganando o povo sobre a realidade da situação em que nosso relacionamento se encontrava que era apenas de perseguidor e perseguido.

Para toda essa mecanicidade e hipocrisia o Senhor diz: "Que perversidade a vossa!" Vocês pensam que eu não os conheço? Acreditam que seus propósitos passam despercebidos por mim? Me consideram barro igual a vocês? Ninguém nunca lhes falou que eu s ou o Oleiro? Porventura o Oleiro não é o criador do vaso que tudo sabe a respeito da obra que inventou?

Na minha adolescência ouvi muitas pessoas legais da igreja se divertirem com uma oração estranha e engraçada que ouviram certa vez. O orador dizia: "Oh, my God, tenha miserica da galera!" Quando ouviram esse linguajar giriento caíram na risada, porque é engraçado mesmo, mas muito original e Deus entendeu muito bem o que ele pediu e atendeu visto que pareceu bem espontâneo e sincero na sua expressão natural de ser.

Também corre-se por aí o caso de um certo homem muito simples do interior que na sua simplicidade e falta de vocabulário orou do jeito que sabia e só saiu o seguinte: "Jesus, aqui é o zé..." Pronto. Ponto final. Acabou a oração. Se ele estivesse em um culto e tivesse sido convidado a orar, provavelmente alguém se levantaria e tentaria "salvar" o momento da oração de tão grande vexame.

Certa vez, enquanto um irmão orava, percebi que ele falava na verdade consigo mesmo apenas em uma preocupação em acertar as concordâncias da língua portuguesa. Visto que o espírito foi esse, com certeza, do mesmo modo que o fariseu da parábola, não passou do teto.

DEUS COMPREENDE TODAS AS ORAÇÕES DA ALMA!

Ainda que não saia nenhuma palavra, ele já sabe tudo o que se passa dentro de nós.
Sem linguagem nossa voz continua sendo ouvida nos céus se houver sinceridade e quebrantamento.

DEUS NÃO PRECISA DE TRADUÇÃO TEOLÓGICA PARA COMPREENDER ORAÇÕES!

Por favor, parem de orar de si para si mesmos. O Senhor não aguenta mais.

"Obrigado, Senhor, porque tu entende todas as nossas orações, até aquelas sem palavra alguma. Amém!"

Thiago.

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