sábado, 4 de fevereiro de 2012

A SATISFAÇÃO NO ESSENCIAL CONTRA AS ILUSÕES DAS NECESSIDADES INVENTADAS

"...porque no dia em que dela comerdes sereis conhecedores do bem e do mal"
Satanás, a Eva, no Jardim no Éden

Meses atrás ouvi uma frase da boca de uma mulher que me chamou a atenção. Ela disse: "Eu não vivo sem internet!", declarando assim que essa tecnologia tão impressionante de nosso tempo lhe havia tomado todo o coração tornando-se para ela algo essencial como dormir, comer e beber, por exemplo.

Me assustei no momento, mas depois fiz uma simples reflexão de constatação do significado daquela expressão da alma dessa senhora. O que essas palavras significam senão uma distorção enorme do entendimento daquilo que nos seja essencial e supérfluo? O que é a não ser uma confusão a respeito do que seja necessidade mesmo para nós seres humanos e sobre aquilo que é apenas capricho e vaidade enganosa do nosso enganosos coração?

Ela apenas expressou o que muitos outros de nosso tempo pensam e sentem não apenas com relação a internet bem como sobre a tecnologia em geral, pois padecemos de um vírus coletivo de vício em tecnologias mil. Dias atrás, enquanto desembarcava no saguão do aeroporto, reparei que na sala de embarque no mínimo 80% das pessoas em espera tinham e usavam algum tipo de tecnologia: celular, computador, tablet, iphone, etc. E o pior de tudo é que todas estavam aceleradíssimas, perturbadas, ansiosas teclando. 20% ou menos apenas das pessoas estavam sem nenhum aparelho nas mãos ou conversando com alguém que estava ao seu lado fisicamente. Obviamente esses 20% encontravam-se mais calmos. Terrível! Superficial! Enganoso!

O pior de tudo é que noto que a tecnologia, embora seja útil e tenha sua instrumentalidade, como essa que estou usando aqui para me comunicar, tornou-se uma cultura, um espírito promotor de esfriamento das relações entre os seres humanos em geral. Tempos atrás, assisti uma reportagem onde uma família inteira se comunicava via internet dentro da própria casa separados apenas por cômodos diferentes. Estão tão viciados que ao invés de saírem de seu cômodo e se dirigirem ao outro para falar com o familiar (o que é normal em qualquer comunicação familiar dentro de casa) eles preferem mandar e-mail, ou recados, friamente, pelo computador. Ridículo! Triste! Extratificadoramente gelado! Onde chegaremos desse modo?

O fato é que a tecnologia em geral tornou-se a manifestação bem visível da verdade de que vivemos cada dia mais em um mundo que se entope de ilusões e necessidades falsas enquanto que se omite diante das essencialidades verdadeiras. A tecnologia é apenas um exemplo entre muitos outros dessa verdade e princípio antigo, inventado pela serpente, milhares de anos antes dos nossos.

O que o diabo propôs a Eva senão a invenção de uma necessidade inexistente?

Estava tudo bem. O Senhor havia criado tudo muito bom. Como último detalhe magnífico da criação, para fechar com chave de ouro, o que ele fez? A mulher, como dizem elas mesmas, "somos a obra prima porque o homem era só o rascunho". Depois da mulher, acabou. Adão encerrou o ato criador de Deus com um brado de gozo diante da companheira maravilhosa que acabara de ganhar. Enfim, tudo era bom, pacífico, tranqüilo, perfeito, bom, delicioso, doce.

CONTUDO, o anjo caído, provavelmente, invejou aquela perfeição toda e se lançou com fúria para tentar estragar a festa. Tentou e estragou, como sabemos. Mas o que nos interessa é saber do ardil usado por ele para estragar tudo. O ardil foi plantar descontentamento onde só havia satisfação. Foi inventar necessidade onde não havia e sujar a beleza do contentamento naquilo que o Criador essencialmente havia provido.

Eva era conhecedora do bem, porque até então, tudo era bem e bom. Ela vivia, como se dizia na minha terra na infância: "No bem bão". Tudo era bem. Tudo era bom. Maravilhoso. Perfeito. Satisfatoriamente gostoso.

Mas o diabo propôs "progresso", "evolução", "pós-graduação", "mestrado", "doutorado", "PHD".
Ele disse, em outras palavras: "Eva, você está contente porque conhece o bem? É porque você ainda não viu o mal. Deus só é Deus porque ele conhece o mal também. Por isso, você pode ser igual a ele, conhecedora de tudo...".

"Você precisa conhecer o mal, mulher" quis dizer ele no que falou.

E Eva acreditou que precisava do mal. Você acredita que Eva caiu nessa? Você acredita que você também cai nessa quase todos os dias de sua vida?

Sim, você cai nessa todos os dias de sua vida quando pensa que não pode viver sem internet, sem carro, sem trinta camisas das quais você só usa dez, sem 30 pares de sapato para seus dois únicos pés, sem uma casa grande, sem facebook, sem twitter, sem redes sociais em geral e sem mais um trilhão de coisas e pessoas e lugares que fizeram você acreditar que lhe são essenciais á vida e felicidade.

Há quarenta e cinco dias mais ou menos eu estou vivendo sem carro. Alguns que me encontram me reputam sofrimento por causa das andanças a pé ou de ônibus coletivo. Contudo, eu me sinto aliviado pelo fato de estar livre daquela caixa escravizadora de liberdade. Enjoei de dirigir. Só voltarei a ter um carro caso haja uma necessidade de trabalho ou coisa parecida, caso contrário, "never more", nunca mais graças a Deus.
Estou também livre de tv. Como é bom viver sem tv! Principalmente nesses dias em que trabalho em uma. Já vejo tv no trabalho o dia inteiro e Deus me livre de sair de lá e sentar na cama com um controle remoto na mão para produzir uma barriga miserável em mim mesmo. Sai controle remoto e barriga da preguiça!

Você está iludido com as muitas necessidades falsas inventadas pelo diabo e propostas-impostas a você?
Com certeza está! Nesses nossos dias é quase impossível uma pessoa que não esteja.

Quais são os males que te atormentam simplesmente porque são pesos mortos que você carrega sem necessidade?
Já percebeu que está endividado porque não se satisfaz no essencial?
Para quê três aparelhos celulares? Quatro carros ou seis como um vizinho meu tem? Para quê 40 camisas se você só usa 8? Para quê 10 perfis em redes sociais se você não tem um amigo verdadeiro? Por quê se entupir de batata frita e refrigerante todos os dias e arrebentar seu organismo e tecidos do corpo?

Você precisa de tudo isso?
Será que precisamos mesmo?

Conhecer a Deus é uma trajetória de muitas renúncias para vida enquanto que conquistar para morte nos leva todos os dias para mais longe dele.

Talvez você pense que eu seja exagerado e fanático.
Com todo amor, não me importa o que você pensa do que lhe escrevo.

Importa para mim é te alertar para perigo que sua alma corre se continuar nessa aceleração frenética em busca desse caminhos de morte.

A satisfação no essencial é um caminho de vida que o Senhor nos propôs.
Você deseja continuar a existir aceitando essas propostas diabólicas ou converter-se a essencialidade da bondade e do amor de Deus por nós?

Thiago.

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