"Passei tanto tempo protegendo e defendendo o livro
que esqueci de praticar a mensagem contida nele"
(Eli, personagem do filme: 'O livro de Eli')
Ontem a noite, revendo o filme 'O livro de Eli', algumas frases dos personagens me chamaram atenção.
Uma delas, talvez a que ficou mais gravada na minha mente, foi essa que acabei de escrever acima.
Essa frase me chamou a atenção porque tem toda relação com a realidade da maioria de nós cristãos nos dias de hoje. Que realidade é essa?
É a realidade da adoração e prestação de culto ao livro chamado 'Bíblia' bem como, concomitantemente, a falta de fervor e esforço para praticar os principais princípios contidos nele.
Sim, a maioria de nós cristãos passa muito tempo e gasta muita energia brigando e discutindo a veracidade e inerrância do livro e se esquece que a melhor maneira de defendê-lo ou protegê-lo é encarnando seus princípios de fé e amor.
Sei o que digo porque eu já fui assim. Estudei teologia, línguas originais, regras de interpretação, história de manuscritos e etc e, por algum tempo, fui um raivoso defensor do livro. Contudo, hoje, percebo que todo esse engajamento foi esforço vão, visto que o objetivo dos registros relatados no livro e a organização deles é apenas ensinar e estimular a prática da mensagem do Evangelho. Só isso. Apenas isso. O que disso passar vem do Maligno mesmo. Entretanto, a maioria dos cristãos está presa a essa adoração infrutífera ao livro sem qualquer prática de seus princípios elementares em seu cotidiano.
Além do objetivo de registro ter sido ensinar uma mensagem também é óbvio notar que as pessoas chamadas "não cristãs" ou "incrédulas" só levam o livro a sério mesmo quando alguém que conhece o livro o encarna através de atos de fé e amor ao próximo.
Mas os cristãos não querem encarnar a palavra e se assustam quando alguém se levanta e o faz. Tenho tido experiências claras nesses últimos meses dessa verdade. Depois que tive coragem e fé para tomar certas decisões que significaram praticar o que eu sempre disse crer, muitas pessoas me rejeitaram. E essas pessoas todas eram cristãs, evangélicas, alguns pastores e mestres de igrejas. Acredite, assim foi e está sendo. Gente que discursa todos os dias sobre fé, amor, prática da palavra quando se deparou com algumas atitudes radicais minhas em direção simples á prática daquilo que dizemos crer, me rejeitou, alguns me amaldiçoaram, outros me chamaram de doente mental e houve até quem dissesse que eu estava endemoninhado. Isso é fato, eu vi e ouvi essas barbaridades porque decidi provar que o Senhor de fato é bom.
Então, baseado nessas experiências pessoais e na observação geral da vida dos cristãos, posso dizer com convicção que a maioria de nós só carrega o livro, mas não leva a palavra a sério. Além disso, digo que em certas ocasiões encontrei mais fé e amor e misericórdia vindos de gente considerada incrédula ou perdida pela "igreja" do que pelos cristãos ou evangélicos.
Você carrega o livro ou a palavra?
Tem disposição de começar a praticar tudo que diz crer?
Você acredita que carregar ou defender o livro é motivo suficiente para ser chamado discípulo de Jesus?
Você crê mesmo que a Palavra Eterna do Evangelho pode ser contida apenas em um livro?
Você crê que Deus é tão pequeno assim?
O mundo só conhecerá a Deus por meio de nós cristãos quando destronarmos o livro do nosso altar de adoração e descermos para servir o próximo no chão da vida.
Observação: Se você ficou incomodado porque ao invés de basear meu texto em um versículo bíblico eu o fiz fundamentado nas palavras do personagem, então, o seu caso de idolatria ao livro é grave e crônico.
Thiago.
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