"...homem de dores e que sabe o que é padecer"
Isaías, a respeito de Jesus, que sofreu muito mais do que qualquer ser humano nesta terra
Enquanto caminhava para esta lan-house com as dificuldades de andar mancando debaixo de sol a pino sem dinheiro para comprar um chapéu, meditei a respeito dos sofrimentos de Jesus e, principalmente, do valor incomensuravelmente maior que há nos padecimentos dele em comparação com os nossos. Sim, ele padeceu muito e muito mais que todos nós juntos, inclusive porque suas dores foram profundamente espirituais e não meramente físicas, fazendo as piores dores que um homem pode sentir aqui nessa terra menores do que aquelas que ele sentiu.
Daí, então, comecei a perceber o quanto frescos e frágeis nós somos diante dessa vida!
Principalmente essa geração chamada "pós-moderna", um tipo de gente acostumada com muitos confortos que já ganharam no coração delas o status de necessidade básica. Ou estou exagerando?
Exagero quando digo que ouço muita gente dizer que é impossível viver sem automóvel? Você nunca ouviu tal confissão?
Exagero quando digo que meses atrás ouvi uma mulher confessar que a internet lhe é essencial para a vida?
Exagero quando falo que muitos não vivem tranqüilos em ambientes onde não haja ar condicionado?
Exagero quando vejo pessoas totalmente insatisfeitas porque não podem pagar uma passagem de avião e precisam viajar mais horas dentro de um ônibus muitas vezes bem confortável?
Exagero quando mostro que estamos nos tornando cada vez mais artificiais entregando-nos, por exemplo, a alterações cirúrgicas estéticas desnecessárias?
Exagero quando critico um conhecido por ir de carro a padaria muito próxima a sua casa quando ele tem tempo e nenhuma necessidade extra que exija a presença de um carro?
A lista poderia ser muito maior, mas basta por enquanto.
Fato é que deveríamos nos envergonhar do tipo de gente que nos tornamos.
Se Jesus já dizia que aquela geração a quem ele serviu era má, adúltera, incrédula, ingrata, preguiçosa e mascarada, o que ele diria de nós hoje?
Meu pequeno machucado nem pode ser chamado de sofrimento se compararmos a verdadeiros sofrimentos físicos e espirituais realmente graves. Contudo, muita gente hoje vive supervalorizando as dores de "torçõezinhas", pequenos machucados, feridinhas, raladinhos, bobagens.
A alma moderna é terrivelmente fraca, frágil, fresca, vitimizada, exageradamente dolorida, viciada em aumentar dores pequenas e fugir de dores reais suportáveis.
Você é um desses seres frescos?
Você é, por exemplo, um metrossexual?
Ou uma patricinha insuportável?
Quer continuar assim para sempre?
Ou deseja se converter a verdade da vida que dói mas ensina a verdade e o amor a todos nós?
Você quer continuar a ser uma pessoa afrescalhada e intragável ou transformar-se em um homem e uma mulher de verdade que sente dores mas não as supervaloriza doentiamente?
Thiago.
Perfeito, Thiago. Adorei suas palavras. Estou satisfeita por ter tido a oportunidade de ler o texto do seu blog.
ResponderExcluirUm abraço.