"Amarás o teu próximo como a ti mesmo"
Jesus, em algum dos Evangelhos
Todos nós sabemos que a maior prova real de que amamos a Deus é a manifestação do amor ao próximo que encontramos todos os dias diante de nós. Entretanto, será que sabemos o que significa de fato e de verdade amar o próximo? Será que realmente conhecemos o que o próximo precisa? Nossas tentativas de amar os outros têm tido êxito? São verdadeiras? São autênticas? O que significa amar e cuidar de uma outra pessoa?
Por incrível que pareça, e mesmo parecendo contraditório a um outro princípio do próprio Evangelho, creia, só aprendemos a amar o próximo depois que conseguimos amar a nós mesmos!
Só sabe amar o próximo com propriedade quem antes aprendeu a amar a si mesmo!!!
Escandalizou-se? Estranhou o princípio? Parece egoísta e narcisista?
Eu também estranhei e fiquei lutando contra essa verdade nova para mim. Isso porque o próprio Evangelho ensina que para seguir a Jesus precisamos "negar-nos a nós mesmos". Parece uma contradição não é? Também achei a princípio. Afinal, de outra feita, Jesus ensina explicitamente que é necessário negar a si mesmo para ser seu discípulo.
E agora? Como entendemos esses dois princípios? Um nega o outro? É uma contradição?
Não, absolutamente, não!
É apenas mais um daqueles paradoxos maravilhosos do Evangelho que podemos nos confundir no começo, mas que tornam-se claros e leves quando compreendemos a completude da Palavra do Senhor.
O primeiro mandamento, de negar-se a si mesmo, não invalida esse de amar como a si mesmo. Explico.
O "SI MESMO" do primeiro é diferente do "TI MESMO" do segundo.
O primeiro, o qual Jesus nos manda negar, é a identidade adoecida, egoísta, individualista, amante de si mesmo de uma forma exagerada, narcisista, vaidosa, caprichosa, preguiçosa e etc. É o conjunto de vaidades evitáveis nessa vida, mas que muitas vezes nós absorvemos e praticamos pelos motivos mais diversos que não cabe aqui descrever. Esse "si mesmo" é aquela presunção e arrogância do ser que se vê como o centro do universo; é alma de filho mimado demais pelos pais e, como diz em minha terra, no interior, é filho "estragado" e que gostou de receber atenções exageradas.
Já o segundo, é o "si mesmo real", a identidade e individualidade sadia que Deus deu a cada um de nós. É o self curado. É cuidar de si mesmo com o mínimo de dignidade, vencendo os complexos de inferioridade, as baixo auto-estimas, as vergonhas e timideses exageradas, as falsas humildades, etc. É ter a consciência de todas as necessidade reais que você precisa, sejam físicas, psicológicas ou espirituais, e provê-las a você mesmo. É cuidar de você com carinho, mas sem frescura; com cuidado, mas sem boiolagem; com higiene, por exemplo, mas sem tornar-se um metrossexual idiotado.
Viu como faz todo o sentido? Entendeu porque é necessário também, para aprendermos a cuidar dos outros, aprendermos primeiramente a cuidar de nós mesmos?
Muita gente não cuida dos outros porque simplesmente não sabe nem quer cuidar de si mesmo!
Eu mesmo, nesses dias, vejo que preciso primeiro aprender a cuidar de mim mesmo, para depois conseguir cuidar bem de outros. Morando e vivendo sozinho a maior parte do tempo, tenho me exercitado num cuidado saudável de meu corpo e alma que no futuro me ajudará a porventura saber cuidar do corpo e da alma de outros que sou e talvez me tornarei responsável. Fisicamente, por exemplo, perdi 6kgs nos últimos três meses e agora estou tentado recuperá-los com musculação e uma dieta mais pesada, com mais carboidratos e etc. Perdi esse peso (que para mim é muito visto que sou magro) por causa dos últimos sofrimentos que passei, mas agora posso me esforçar para me refazer fisicamente.
Você cuida de si mesmo?
Você sabe tratar a si próprio com amor e carinho sem exageros?
Só conseguiremos cuidar bem de nossos próximos QUANDO aprendermos e nos dispormos sem preguiça a cuidar de nós mesmos.
Que o Senhor nos dê amor próprio saudável suficiente.
Thiago.
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