Leitura: Números 12
Você já inventou pretextos para maldizer outros?
Com certeza dirá que sim, se fôr honesto.
Todos já fizemos e continuamos a fazer.
O pretexto é a oportunidade da perversidade se manifestar como maldade contra alguém que já odiamos ou rejeitamos por outros motivos não revelados.
É o que fizeram Miriã e Arão contra Moisés. Eles aproveitaram-se de um fato, sem relação alguma com o outro, para acusarem Moisés e murmurarem contra os céus. Observe.
No v.1 se diz que o motivo da queixa deles contra Moisés foi pelo fato de ele ter se casado com uma mulher não israelita. Contudo, a seguir, no v.2, o registro mostra outras palavras no coração e boca deles, que nada tinham a ver com o casamento de Moisés. Essas palavras revelam a verdadeira motivação da queixa.
Você sabe qual era? A inveja.
O real motivo da murmuração da dupla não foi a naturalidade da nova esposa de Moisés, mas a inveja armazenada como veneno dentro deles. O casamento era pretexto, mas a inveja realidade.
Sofreram de um ciúmes doentio (porque inveja e ciúmes são irmãos gêmeos) do tipo que se enxerga inferior ao outro e deseja tornar-se igual.
É uma inveja profética! Espiritual.
A noiva cuxita só despertou em Miriã e Arão o que de pior neles havia, naquele momento, em relação a Moisés. Sendo assim, resta-nos agora nos perguntar o que essa história tem a ver comigo e com você aqui e agora no ano de 2012?
Tudo! Absolutamente tudo.
Pois assim como a dupla acima citada, nós, por vezes, muitas vezes, inventamos pretextos e desculpas para camuflar nossas verdadeiras intenções. Quantas vezes eu e você aproveitamos um episódio na vida de outrem para exprimir nossos venenos de inveja, amargura, ódio?
Quantos Moiseses nós já quisemos derrubar ou quantas vezes o fizemos contra uma mesma pessoa?
Quantas vezes cansamos do anonimato ou do 2º lugar em nossa escala esquizofrênica de hierarquias?
E aquela vez que nos aproveitamos da fraqueza dos fortes para subjugá-los?
Fato é que o Senhor ouve e vê tudo. Ele separa muito bem realidade de pretexto. Conhece todos os corações e as motivações verdadeiras de cada um deles. Por isso, quando inventamos pretextos para tentar esconder verdades, ele nos disciplina, como quando o fez com a dupla fazendo lepra nascer em Miriã.
Saiba: o Senhor disciplina todo filho que tenta usar de pretextos para esconder o mal.
Provavelmente, não ficaremos enfermos fisicamente (embora isso possa acontecer). Contudo, a disciplina vem e nossos sete dias fora do arraial podem significar outras privações. Todavia, é preciso considerar a misericórdia do Senhor nesses momentos.
Qual foi a manifestação da misericórdia divina para Miriã e qual é para nós?
Aconteceu e acontece de duas maneiras, entre outras, diversas que podem se dar.
Primeiro, pela intercessão do próprio ofendido.
Moisés perdoou Miriã e pediu que o Senhor a curasse. O ofendido, de coração manso e limpo, intercede pelo ofensor. Essa é uma manifestação da graça divina, porque, caso não houvesse um agir dela-graça no coração de Moisés, ele nem perdoaria nem intercederia em favor da irmã de sangue.
Nossa disciplina pode começar com o susto gracioso de receber bem em troca do mal praticado. É um constrangimento do amor.
Em segundo lugar, pela re-inclusão amorosa do malfeitor.
Quando se espera exclusão, a graça de Deus surpreende incluindo. A misericórdia inclui. O povo esperou sete dias por Miriã e só partiu depois que ela foi recolhida. É um exército inteiro mudando a agenda por causa de um soldado infrator ferido.
Concluindo...
A misericórdia divina nos alcança tratando nossos pretextos com verdade, disciplina e graça, para que saibamos que o Senhor disciplina todo filho a quem ama.
Ele mostra que os pretextos são invejas, amarguras, ódios, vinganças, adultérios, mentiras....
Também envia privações, sofrimentos, provações, perdas e etc para nossa disciplina.
Mas no final, trata-nos com misericórdia infinita e diária que triunfa sobre todo juízo e condenação.
Amém. Assim seja hoje e sempre para todos nós.
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