sexta-feira, 15 de março de 2013

VOCÊ DESCARTA AS PESSOAS COM FACILIDADE?

"Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim"
Palavras de João, autor de evangelho que está no Novo Testamento

Ontem a tarde levei meu aparelho celular em uma loja de assistência técnica aqui da cidade para verificar a causa de um problema que ele apresenta no momento. O problema é um desligamento súbito e repentino, aparentemente sem motivo observável e também depois uma dificuldade em religá-lo para uso.

Apresentei-o para a atendente da loja que levou-o ao técnico que disse provavelmente ser um problema do software da máquina, isto é, do sistema operacional do aparelho e ele precisava então terceirizar o serviço para um outro técnico que trabalharia no caso e tentaria resolver o problema. Ela me adiantou o preço dizendo que o custo seria por volta de R$ 60,00. Logo, quando recebi o valor do conserto já pensei, como a maioria faria, se compensaria consertá-lo ou comprar um aparelho novo visto que com R$ 130,00 eu compro um aparelho novinho em folha.

Por que estou dizendo isso?
O que essa experiência simples de nosso dia a dia moderno tem a ver com a realidade do descarte de pessoas?

Tudo, absolutamente tudo!

Percebi, a partir dessa experiência, que a mentalidade do descartável está impregnada em nossa cultura atual, aliás há muito tempo e que essa mentalidade é extremamente prejudicial visto que ela não se aplica só a produtos, objetos e coisas, nós sabemos que aplicamo-la ás pessoas constantemente.

Somos uma geração que se acostumou a descartar.
E esse costume de descartar produtos e embalagens está inconscientemente transferido para as pessoas.

Estamos acostumados a DESCARTAR PESSOAS como se produtos fossem após elas quebrarem, mostrarem suas imperfeições, limitações, defeitos, falhas, chatices, etc. Descartamos maridos e esposas por motivos mínimos; descartamos filhos porque nos cansamos de insistir na salvação deles; descartamos amigos porque começam a nos falar verdades; descartamos nossos pais porque são "velhos, tapados e ultrapassados"; enfim, descartamos facilmente várias pessoas por vários motivos diferentes.

TERRÍVEL! SOMBRIO! MAL! CRUEL!

E o pior de tudo é que reclamamos quando somos igualmente descartados.

É preciso converter-se para a tentativa constante de mudar essa realidade em nós.
Descartar menos. Insistir mais. Não desistir facilmente, sem lutar. Ter paciência. Ter fé de que mesmo que não possa mudar de acordo com nossas expectativas, pelo menos há possibilidade de melhorias e mudanças.

O Evangelho nos ensina a caminhar com as pessoas até o limite de nossas possibilidades e forças.
Até o máximo de nossa paciência.
Até que de fato constatemos que não há nada mais a dizer, ou a fazer, ou a tentar.
Ás vezes a pessoa só quer que insistamos, que não desistamos dela. Talvez nossa paciência a salve e mesmo se não salvar poderemos "sair" com nossa consciência tranqüila de que nos esforçamos e não a abandonamos na primeira dificuldade.

Foi assim que Jesus amou seus discípulos, até o fim, até as últimas conseqüências, até o limite imposto pelas leis da imutabilidade dos seres, das almas e dos espíritos. Ele foi até o final, por exemplo, com Pedro, mesmo depois de ter sido negado três vezes. Ele permaneceu. Não se omitiu a tarefa de tentar resgatar aquela alma sem conversão.

Será que nós descartamos as pessoas como fazemos com os produtos atualmente?
Será que a mentalidade do descartável está presente em nossa alma e espírito?
Será que já desistimos de nossos pais, ou filhos, ou maridos e esposas, ou amigos, ou patrões, ou funcionários sem sequer ter caminhado um pouco mais com eles com a esperança de tentar extrair o que de melhor há naquele ser atribulado?

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