quarta-feira, 17 de abril de 2013

O DISCÍPULO E OS DISCURSOS

"Na cadeira de Moisés se assentam os escribas e os fariseus. Fazei tudo o que eles vos disserem, porém não os imiteis em suas obras porque dizem e não fazem; atam fardos pesados sobre os ombros dos homens, oprimindo-os com muitas obrigações, contudo eles não têm a mínima disposição de removê-los, isto é, não se levantam para nada vivendo apenas para mandar os outros realizarem aquilo que eles deveriam fazer".
Jesus, a seus discípulos, sobre o grande perigo dos discursos desassociados da prática

Você sabe qual é uma diferença essencial entre um discípulo de Jesus e um religioso?

Poderíamos listar várias ou a mesma diferença de ângulos e perspectivas diferentes, usando símbolos e vocabulários distintos. Sim, podemos e poderíamos. No entanto, agora, eu quero apenas ecoar o que Jesus já disse claramente que é uma diferença essencial entre a Religião e o Evangelho, entre a manifestação do ser religioso e a manifestação da vida do discípulo.

O problema da religião é o discurso hipócrita desassociado da realidade da vida.
Sempre foi assim e sempre será.
A religião é baseada em discurso que na maioria das vezes não é praticado nem por quem fala, nem por quem escuta. Então, tudo se transforma em uma mera Escolinha do Professor Raimundo piorada, pois a verdadeira não tem o proprósito de ensinar a ninguém sobre Deus, mas apenas divertir os homens com seus personagens e falas engraçadas. No final, é tudo apenas entretenimento.

Jesus alerta seus discípulos sobre o genuíno espírito da Religião.

Qual é o genuíno espírito da Religião?

O real espírito da Religião é o da tese, da teologia, da ciência, da fala, da hipocrisia, da arrogância de se fazer mestre de outros sem que se pratique aquilo que se propõe a ensinar. É como se eu, que não entendo praticamente nada de mecânica de carros, porque nunca abri um motor nem tentei consertar um, resolvesse, depois de ler um livro sobre Mecânica de Automóveis, abrir uma escola para mecânicos automotivos e prometesse que quem se matriculasse nessa escola, depois de longas aulas teóricas e discursos meus decorados de um livro, fosse conseguir consertar os problemas que um motor geralmente apresenta.

Pura hipocrisia!

Eu e quem comigo convive sabe que eu não entendo nada de mecânica e por isso não posso ensinar sobre algo a respeito de que eu não sei ou domine. Só desavisados crédulos se arriscariam a pagar seu dinheiro suado para aprender sobre um assunto com quem nada sabe sobre ele.

Jesus não condenou o discurso da Religião.
O discurso dela é lindo, bonito, correto, cientificamente comprovado.
Mas fica claro que Jesus reprovou a hipocrisia de um discurso que nada diz, de uma aula que nada ensina, ou que só vale para aquele que colocar a tese a prova e experimentá-la em seu dia a dia.

Jesus não era bom orador.
Não porque não tivesse capacidade intelectual ou diccional para isso, mas porque seu objetivo era viver e manifestar o Evangelho com pouco discurso. Ele só falava quando necessário. Provavelmente seus discursos eram curtos e objetivos. Talvez uma fala mais demorada de Jesus demorasse 10 minutos ou 15 e não era geralmente monólogo, mas conversação, pois ele também ouvia as pessoas e se interessava pela expressão do ser delas que vazava pelas palavras.

Paro por aqui.
Já discursei muito...
Levanta, toma o teu leito e anda, porque eu vou fazer o mesmo.

Bye.

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