segunda-feira, 27 de abril de 2015

APRENDENDO A LIDAR COM NOSSAS CARÊNCIAS - PARTE I

Todos nós temos carências. Independentemente de nossa situação cultural, social, espiritual ou de qualquer outra natureza, como por exemplo, a nossa idade cronológica. 

O filho de pais divorciados, por exemplo, sente a falta do pai (ou da mãe) que agora já não mora mais com ele; o pai (ou mãe), por sua vez, sente a falta do cônjuge que abandonou ou por ele foi abandonado; o outro cônjuge, sente a ausência daquele que saiu de casa. Nesse caso-exemplo, o divórcio foi o algoz da criação de várias carências.

Temos nesse caso narrado como símbolo e/ou metáfora, três indivíduos com carências identificadas bem como também os incidentes geradores delas; carências essas muito comuns principalmente nesses nossos tempos pós-modernos liberais.

Eu poderia dar aqui milhares de exemplos sobre variados tipos de carências e suas causas observáveis, mas não é necessário. Sabe por quê? Porque meu objetivo é apenas mostrar que, apesar de ser impossível fugir da presença e existência de carências em nosso ser, é possível vencermos a tirania e o poder que elas podem exercer em nós para o mal. 

Sim, podemos!

E devemos....

Precisamos vencê-las porque são brechas perigosas no nosso ser, lacunas que vulnerabilizam nossa alma, buracos que se não forem preenchidos pelo que é bom, podem trazer tragédias anunciadas e não-anunciadas em nosso caminho. Então, sendo assim, as perguntas a serem respondidas por nós são:

Como podemos lidar com nossas carências?
Como preencher as lacunas que a vida abre em nós?
Como lidar com os vazios que se instalam dentro do nosso ser?

Não há um resposta pronta para essas perguntas e nem uma fórmula mágica que nos ensine de modo fácil a suprir nossas carências. O que muitas vezes acontece na tentativa de resolver esse problema é substituir uma coisa pela outra, uma pessoa por outra, uma atividade por outra. Veja exemplos:

Uma mulher solitária tenta suprir a falta de um companheiro com um cachorro de estimação.
Um homem solitário tenta suprir a falta de uma companheira contratando prostitutas.
Um filho abandonado pelos pais tenta curar suas angústias usando drogas.
Um adolescente rejeitado pelos pais enfia-se na internet com fuga da realidade difícil a enfrentar.

Enfim, muitos exemplos poderiam também ser dados a respeito desse assunto porque não faltam constatações reais de maneiras de substituição como tentativa de suprir carências nossas.

Entretanto, eu acredito que substituição não é solução.
Tem efeito temporário, calmante, lenitivo momentâneo.
Não supri a carência de modo definitivo e satisfatório.
Possui somente um efeito entorpecedor mesmo e entorpecente é um tipo de ajuda passageira que só produz aquele alívio momentâneo, mas que não trata o problema com profundidade e, portanto, não cura definitivamente o ser de ninguém.

Portanto, o primeiro passo para lidarmos com nossas carências de modo saudável é identificar esses substitutos e, principalmente, abandoná-los, que a parte mais difícil, porque são drogas que injetamos em nossas mentes, almas e espíritos e não saem com facilidade. Saem, mas com dor e produzem alguns estragos e rasgos no ser. Contudo, esses estragos e rasgos são necessários para nossa cura e é um tipo de dor que contribui para o nosso bem.

Por enquanto é só.
Começamos a tratar do assunto, mas ainda há muito pela frente.
Abraços e até o próximo artigo.




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