sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

ENTRE CORAIS, CASCÁVEIS E SUCURIS

A reflexão que escrevo agora é uma metaforia a respeito da alma humana baseada em experiências com diferentes tipos de pessoas que tive ao longo dos últimos anos.

As corais representam os seres pequenos e de pouca expressão pública, mas que possuem grande veneno e quando se sentem ameaçados mordem, picam, sem medo nem dó para se "defenderem" de uma possível ameça que suspeitam existir.

As cascáveis são símbolos de seres maiores e mais poderosos, mas não tão grandes. São animais peçonhentos que possuem instrumentos mais poderosos de inoculação de veneno e também um chocalho que, de longe, para bom observador, por causa da história pregressa e a falta de arrependimento, já avisam a realidade de suas naturezas para quem se aproxima deles.

Já as sucuris são seres grandes, fortes, hábeis e rápidos, contudo, são silenciosos. Não inoculam veneno com presas distribuidoras de peçonha e nem avisam a chegada com o barulho produzido pelo chocalho do aviso, mas seu abraço é potentemente sufocador, asfixiante, quando ela prende você só sai de lá esmagado. Têm muito maior expressão pública e influências políticas e sociais.

Fazendo uma retrospectiva de algumas experiências passadas que tive percebi que essa metaforia se encaixa como simbologia de descrição para representar a natureza da alma e do espírito de alguns seres. Seres esses que encontrei em ambientes religiosos e, pelo que me parece, são homens oprimidos e sujeitados, inconscientemente, por forças espirituais do mal. Creio que Satanás e seus anjos não apenas possuem, mas também oprimem e sujeitam pessoas inspirando-as e estimulando-as a realizarem o mal. Esses seres que encontrei, acredito, não eram seres "possuídos" por entidades demoníacas, pelo menos eu acho. Mas eram sim seres ou oprimidos que transferem a opressão recebida ou sujeitados que tentam sujeitar, conscientemente ou não, outros seres humanos.

Me enxergo como um Davi que, ao invés de enfrentar o leão, o urso e o gigante, enfrentei, pela graça de Deus e, pela graça de Deus saí vencedor, a coral, a cascavel e a sucuri.

Quem tem ouvidos para ouvir ouça e quem tem entendimento para discernir discirna.

Creio que esses seres existem em todos os ambientes, mas também acredito que a relgião parece que concede a tais naturezas poderes pseudo-espirituais diferentemente de alguns entes com naturezas parecidas que não são religiosos. Acontece algo parecido ao que acontecia com alguns imperadores antigos maus. Eram homens maus e tiranos, cruéis e opressores, mas chegavam ao ápice de sua maldade quando introduziam em sua auto-percepção de identidade o elemento divino. Daí, o surto se tornava insuportável e mais trágico ainda. Porque a religião é um instrumento de poder, um mecanismo de transferência de potencial de opressão.

A religião infla os homens.
Ela os declara deuses, ainda que inconscientemente.
A maioria nem percebe o sopro de vaidade recebido e vai se afundando na bagaça.
Quando percebem, já tiveram suas naturezas alteradas ou sua iniqüidade despertada para servir de instrumento de controle da vida dos outros.

Sei que não fui muito claro no que disse e poucas pessoas entenderão.
Mas, considerei importante dizê-lo, pois, pode ser que esse texto sirva de alerta útil para alguém em algum dia. Quem sabe?

Precisamos aprender o caminho da prudência para trilhar a vereda da simplicidade acompanhados do escudo que nos defende do mal.

Se preservarmos só a simplicidade sucumbiremos; é necessário prudência, afinal, a existência não é um gramado lindo, limpo, verde e visualizadamente inofensivo, mas uma selva densa e fechada cheia de perigos invisivelmente reais.

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