segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A ESSENCIAL DIFERENÇA ENTRE 
DISCURSO E TESTEMUNHO

"Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir sua voz nas praças..."
Isaías, a respeito da natureza da manifestação do Messias

Agora há poucos minutos atrás, pela segunda vez nessa semana, encontrei aqui no centro da cidade, um homem jovem com um megafone na mão e uma bíblia na outra "pregando" o evangelho. Digo "pregando" porque creio que essa não é uma manifestação pura de pregação do Evangelho mesmo visto que, conforme Jesus mesmo manifestou, não é pela propaganda nem pela gritaria que se prega mesmo o Evangelho.

Esse homem parece mais um religioso cheio de formatações ensinadas pelas tradições religiosas humanas, pois, por exemplo, uma dessas formatações ficou bem visível no seu modo de vestir (social, terno, gravata, no meio da rua sem necessidade) e também em sua declaração: "Jesus muda você, muda tudo, seu modo de pensar, de agir, de vestir....". De "vestir"? Será que essa é mesmo uma mudança tão importante e significativa assim?

Esse homem que eu nem conheço pode até ter boa intenção, mas infelizmente não parece ter sabedoria.

Quando Isaías descreveu a manifestação de Jesus ele disse que seria suave para os sentidos.
Suave no sentido de que Jesus não saía por aí gritando, chamando a atenção para si, esgüelando-se, fazendo propaganda de si mesmo ou de sua mensagem. Jesus era calmo, sereno e tranqüilo. Manso. Cheio de domínio próprio e de sabedoria.

Agora, responda-me o seguinte: se Jesus pregou o Evangelho assim será que aqueles que dizem ser seus discípulos precisam ser diferentes dele?

Se ele não gritou, temos que gritar?
Se ele não fez propaganda, temos de fazer?
Se ele não procurou a atenção dos ouvintes, devemos procurar?
Se ele testemunhou com naturalidade o Evangelho, mais em conversas do que em discursos, porque não o imitamos?
Será que uma pessoa que vai a uma praça, ou inventa um evento, ou precisa de um microfone, ou megafone, entendeu mesmo como precisamos testemunhar do Evangelho de maneira significativa?
Será que gritar no meio da rua é temperar o mundo das pessoas ou salgá-lo de modo a ser tornar mais duro do que já é?

Ultimamente, não preocupo em "pregar".
E olha que essa é uma tarefa muito difícil para quem viveu anos pregando, no púlpito, no microfone, nos templos, nas praças, nos salões, em variados lugares...
Tenho feito distinção entre a pregação-discurso e a pregação-testemunho.
Percebo que a primeira é invenção da religião e a segunda sim é uma manifestação pura do Evangelho da Graça de Deus em Cristo Jesus.

A pregação-discurso é só uma teoria.
A pregação-testemunho é carregada de experiência e vida que prova a doutrina ensinada.

Será que somos testemunhas fiéis cheias de vida do Senhor e do Evangelho Eterno?
Ou somos apenas tagarelas discurseiros da religião alienada da realidade humana?

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